Bruno fala sobre caso de morte em UPA: 'Teve atendimento imediato'
Adnailda Souza Santos morreu em uma UPA na última terça-feira (11) devido a uma parada cardiorrespiratória
Por, Bruna Castelo Branco e Matheus Caldas.
O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), reafirmou, na manhã desta quinta-feira (13), a versão da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) sobre a morte de uma paciente no 16º Centro de Saúde Maria Conceição Imbassahy, que fica no bairro Pau Miúdo, em Salvador. Adnailda Souza Santos, de 42 anos, morreu na unidade na última terça-feira (11), devido a uma parada cardiorrespiratória.
"Distribuímos para a imprensa as imagens com todo o fluxo de atendimento na UPA, desde a hora da chegada. A gente luta para evitar mortes diariamente na cidade, então, ela teve atendimento imediato, não houve falta de oxigênio, mas, infelizmente, não resistiu. Nós lamentamos muito a perda de uma vida", declarou o gestor.
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— Aratu On (@aratuonline) March 13, 2025
Cronologia
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Salvador se manifestou após a repercussão da morte de Adnailda Souza Santos, de 42 anos, ocorrida na terça-feira. A paciente estava acompanhada do marido, Sidnei Monteiro de Jesus.
A pasta negou as alegações de demora no atendimento e apresentou imagens de câmeras de segurança e uma linha do tempo detalhada dos acontecimentos, desde a chegada de Adnailda à unidade até o momento em que o óbito foi confirmado.
O marido da pastora, que sofria de asma e chegou na unidade de saúde com dificuldades respiratórias, afirma que ela aguardou por cerca de três horas para ser atendida, mesmo em situação crítica. Entretanto, conforme a cronologia divulgada pela SMS, a qual o Aratu On teve acesso, o tempo de atendimento teria sido de 1 hora e 8 minutos.
Nessa versão, a Secretaria detalhou que "foram 46 minutos de tentativas de ressuscitação. O tempo total de atendimento foi de 1 hora e 8 minutos".
Apesar disso, a família contesta os horários apresentados pela SMS, reafirmando que a pastora caiu, desacordada, por volta das 20h, cerca de três horas após sua entrada na unidade, e só foi atendida em seguida. Em vídeo gravado pelo marido, é possível ouvir Adnailda solicitando oxigênio: "Eu preciso de oxigênio. (...) Doutor, libera oxigênio aqui".
O caso foi registrado na 2ª Delegacia Territorial, que dará seguimento às investigações.
Confira, abaixo, a linha do tempo do atendimento:
- 17h23: A paciente chega à unidade e é acolhida por dois maqueiros;
- 17h25: A paciente passa direto na recepção da classificação de risco, é acolhida e conduzida em cadeira de rodas por profissionais da UPA, que orientaram para que um responsável fizesse a ficha de cadastro na recepção. A mesma seguiu direto para a sala de acolhimento sem pegar fila. Já na sala, são colhidas as primeiras informações por uma enfermeira e a paciente recebe pulseira laranja, com prioridade no atendimento.
- 17h27: O marido chega à sala de classificação;
- 17h29: A paciente é conduzida para antessala do médico, sem passar por fila na recepção devido à pulseira laranja;
- 17h30: Já na antessala do médico, ela continua sendo acompanhada por um preposto na UPA que, segundo a imagens, a auxilia para que ela não caísse da cadeira. Neste momento, o marido já começa a falar alto e reclamar (três minutos após passar pela recepção). Os funcionários explicam que o médico já havia sido acionado e prestaria o atendimento logo, médico este que estava em ligação telefônica intermediando, junto à central estadual de regulação, a transferência de outro paciente grave que também estava na unidade;
- 17h30min55seg: Com 55 segundos em espera, o marido começa a gravar e continua falando alto e reclamando da suposta demora de atendimento, e é alertado pelo preposto sobre a proibição do uso de celular no ambiente interno da UPA;
- 17h31: O preposto da UPA faz sinal para chamar a enfermeira líder, sinalizando a necessidade de rápida intervenção. O marido continua gravando a cena pelo celular;
- 17h32: O médico solicita a entrada da paciente em consultório. Neste momento, (17h32min28seg), devido às falas em tom elevado do marido da paciente, os policiais chegam para entender a situação, sem uso da força, agressão ou intimidação. Ficam em pé ao lado do homem, observando a situação;
- 17h33: O preposto da unidade tenta adentrar com a paciente no consultório médico ainda na cadeira de rodas. Devido ao estado da paciente, ela é encaminhada diretamente para a sala de estabilização.
- 17h34: Um segundo cilindro de oxigênio é levado para a paciente e o atendimento começa. Quatro minutos e 17 segundos depois, o médico vai atender a paciente. Nesse momento, um policial continua conversando com o marido, juntamente com a assistente social.
- 17h36: Uma enfermeira leva os kits de suporte para o atendimento. Em seguida, outros profissionais adentram a sala portando o carro de emergência com demais materiais para o suporte avançado de vida. Mais enfermeiras chegam para auxiliar no atendimento;
- 17h40: Um novo cilindro de oxigênio é dispensado e o socorro continua;
- 17h56: Mais um cilindro de oxigênio é dispensado. A paciente permanece em parada cardiorrespiratória, mesmo após diversas manobras de estabilização;
- 18h31: Após 46 minutos de tentativas de ressuscitação, o óbito por parada cardiorrespiratória é constatado.
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