Após acordo com professores, Bruno Reis critica 'uso político da greve'
Prefeito Bruno Reis afirma que paralisação foi influenciada por interesses políticos e destaca como vai cumprir com plano de ensino
Por João Tramm.
O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), se posicionou de forma crítica nesta sexta-feira (18) em relação à condução da greve dos professores da rede municipal, encerrada após quase dois meses de mobilização. A deliberação pelo fim da paralisação ocorreu durante assembleia no Ginásio dos Bancários.
“A assembleia tem que ser dos professores, não de candidatos a deputado que estão pensando em seus projetos pessoais e utilizando os professores”, declarou Bruno Reis, ao apontar influência externa na greve, que perdeu força após recomendação do Ministério Público da Bahia pelo retorno das atividades escolares.
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Bruno também informou que a maior parte dos profissionais da educação já retomou as atividades. “A informação que tive hoje de manhã é que muitas já voltaram, já passou de 80% o número de professores que já retornaram para a sala de aula, a greve está acabando, mas eu quero poder construir um acordo com os sindicalistas para pacificar todo o segmento e a gente poder avançar ainda mais na educação de Salvador”, disse.
Outro ponto abordado pelo prefeito foram os protestos realizados por mães de estudantes em frente a colégios que ainda não reabriram. “Já chegou no limite. As mães estão questionando por que em um bairro a escola voltou e em outra não. Estão indo para as portas das escolas cobrar dos dirigentes escolares que retomem. O Ministério Público já recomendou diretamente aos gestores escolares que voltem”, afirmou.
Por fim, o prefeito fez um apelo pelo retorno completo das atividades educacionais: “A gente faz um apelo para que eles voltem, queremos um ambiente o mais saudável possível, o maior engajamento possível para a gente juntos fazer uma educação e uma qualidade ainda melhor”, concluiu.
Aprender+
Segundo o prefeito, o ano letivo da capital baiana será estendido até janeiro, com o objetivo de cumprir os 200 dias mínimos que são exigidos por lei.
“Algumas escolas amanhã já terão aulas como parte do programa Aprender+, que também vai nos ajudar nessa recomposição. A partir de segunda-feira, é 100% normalidade. Vamos estabelecer um calendário para a reposição das aulas. Foram 43 dias úteis comprometidos e nós, gestão e professores, assumimos o compromisso de que não iríamos, em hipótese alguma, comprometer os 200 dias do ano letivo, garantindo que o nosso objetivo principal é uma educação de qualidade, que nossas crianças possam aprender”, disse Bruno Reis.
Fim da paralisação
Os educadores da rede pública municipal de Salvador decidiram, na mesma sexta-feira (18), colocar fim à greve iniciada em 6 de maio.
Segundo o Sindicato informou ao Aratu On, a expectativa é que segunda-feira (21), as escolas já tenham seu pleno funcionamento. Atualmente, a rede municipal atende cerca de 131 mil alunos, distribuídos em 415 escolas em toda a capital baiana.
Capítulos da greve
Ao longo do movimento, a greve ganhou destaque e como as comemorações do 2 de Julho, onde a presença dos professores em protesto foi vista por lideranças sindicais como um recado político ao prefeito Bruno Reis, contando com apoio até do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Antes disso, a invasão dos professores na Câmara de Salvador também foi um episódio de grande tensionamento nas negociação. O fato, ocorrido em maio, acarretou na aprovação do reajuste dos servidores municipais.
Na reta final do movimento, conforme noticiado pelo Aratu On, professores já admitiam a possibilidade de encerrar a greve diante da falta de perspectivas de novos avanços. Segundo fontes ouvidas pela reportagem, o último acordo proposto seria o máximo possível dentro do cenário atual. A ameaça da Prefeitura de retirar benefícios negociados caso o movimento se prolongasse aumentou a pressão pelo encerramento.
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