O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria dito a senadores que evitou tecer críticas ao pré-candidato ao Governo da Bahia, ACM Neto (UB), durante passagem pela Bahia no 2 de Julho.
As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (14/7), pelo jornal Folha de S. Paulo, que noticiou o encontro entre Lula, o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e outros senadores.
Na conversa, parlamentares relataram ao jornal que o petista vem fazendo uma ofensiva com partidos que compõem a chamada terceira via, com intuito de vencer a eleição ainda no primeiro turno, sob pretexto de que estender a disputa até o segundo turno poderia fortalecer uma tentativa de golpe do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Diante deste cenário, o ex-presidente teria afirmado a presentes no encontro o intuito de buscar apoios do PSD de Gilberto Kassab, do MDB de Simone Tebet, mas também da União Brasil de Luciano Bivar.
Segundo três dos senadores que se reuniram com Lula, o ex-presidente afirmou ter certeza de que obterá o apoio de MDB —sob o argumento de que o PT cedeu ao partido em dez arranjos políticos estaduais, inclusive na Bahia, sem pedir nada em troca— e que tem mantido pontes com Bivar, que, segundo ele, "odeia" Bolsonaro.
E é neste sentido que o cacique do PT teria evitado críticas a Neto, que é secretário-geral do União Brasil, sigla oriunda da fusão entre PSL e Democratas, partido do qual o ex-prefeito de Salvador era presidente nacional.
A movimentação respinga diretamente na pré-candidatura de Jerônimo Rodrigues (PT) ao Governo do Estado. Distante de Neto nas pesquisas de intenção de voto, ele vem tentando associar seu nome ao de Lula para angariar mais votos na Bahia, um dos maiores redutos petistas do país. Acenos mais incisivos de Lula ao postulante ao Palácio de Ondina poderiam alavancá-lo na campanha.
Prova do discurso mais ameno de Lula na Bahia foi evidenciado durante visita ao Rio de Janeiro. Segundo levantamento do jornalista Rodrigo Daniel Silva, o ex-presidente citou o nome de Marcelo Freixo (PSB), pré-candidato ao governo carioca, mais de quatro vezes a mais que o de Jerônimo, quando cumpria agenda em Salvador.
Em maio, o ex-ministro José Dirceu afirmou ao portal Metro1 que Neto teria tentado, via deputado federal Arthur Maia, firmar com Lula um pacto de não-agressão na Bahia. Ele, contudo, negou que tenha tido a iniciativa de ajustar esta articulação.
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Fonte: Da redação