Política

Novo ministro da Defesa, general Braga Netto defende celebração do golpe de 64; entenda

Braga Neto assinou, nesta terça-feira (30/3), uma "ordem alusiva ao 31 de março de 1964", em que diz que acontecimentos como o golpe militar - que chama de "movimento" - devem ser "compreendidos e celebrados".

Por Da Redação

O novo ministro da Defesa, general Walter Souza Braga Neto, assinou, nesta terça-feira (30/3), uma "ordem alusiva ao 31 de março de 1964", em que diz que acontecimentos como o golpe militar - que chama de "movimento" - devem ser "compreendidos e celebrados".


No texto, Braga Netto afirma que "eventos ocorridos há 57 anos, assim como todo acontecimento histórico, só podem ser compreendidos a partir do contexto da época".


 


LEIA A ÍNTEGRA:


 


"Eventos ocorridos há 57 anos, assim como todo acontecimento histórico, só podem ser compreendidos a partir do contexto da época.


 


O século XX foi marcado por dois grandes conflitos bélicos mundiais e pela expansão de ideologias totalitárias, com importantes repercussões em todos os países.


 


Ao fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo, contando com a significativa participação do Brasil, havia derrotado o nazi-fascismo. O mapa geopolítico internacional foi reconfigurado e novos vetores de força disputavam espaço e influência.


 


A Guerra Fria envolveu a América Latina, trazendo ao Brasil um cenário de inseguranças com grave instabilidade política, social e econômica. Havia ameaça real à paz e à democracia.


 


Os brasileiros perceberam a emergência e se movimentaram nas ruas, com amplo apoio da imprensa, de lideranças políticas, das igrejas, do segmento empresarial, de diversos setores da sociedade organizada e das Forças Armadas, interrompendo a escalada conflitiva, resultando no chamado movimento de 31 de março de 1964.


 


As Forças Armadas acabaram assumindo a responsabilidade de pacificar o País, enfrentando os desgastes para reorganizá-lo e garantir as liberdades democráticas que hoje desfrutamos.


 


Em 1979, a Lei da Anistia, aprovada pelo Congresso Nacional, consolidou um amplo pacto de pacificação a partir das convergências próprias da democracia. Foi uma transição sólida, enriquecida com a maturidade do aprendizado coletivo. O País multiplicou suas capacidades e mudou de estatura.


 


O cenário geopolítico atual apresenta novos desafios, como questões ambientais, ameaças cibernéticas, segurança alimentar e pandemias. As Forças Armadas estão presentes, na linha de frente, protegendo a população.


 


A Marinha, o Exército e a Força Aérea acompanham as mudanças, conscientes de sua missão constitucional de defender a Pátria, garantir os Poderes constitucionais, e seguros de que a harmonia e o equilíbrio entre esses Poderes preservarão a paz e a estabilidade em nosso País.


 


O movimento de 1964 é parte da trajetória histórica do Brasil. Assim devem ser compreendidos e celebrados os acontecimentos daquele 31 de março.


 


MUDANÇAS


 


O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) realizou uma verdadeira 'dança das cadeiras' nessa segunda-feira (29/3), com a troca de seis cargos do primeiro escalão do governo federal. Três ministros deixaram o cargo, e outros três foram remanejados para novos postos ministeriais.


 


Braga Neto, ex-chefe da Casa Civil, foi nomeado para a pasta por Jair Bolsonaro, para substituir o general Fernando Azevedo e Silva, que foi demitido. A mudança gerou uma crise: os três comandantes das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) também pediram demissão, incomodados com a tentativa do presidente da República de alinhar os militares a projetos de seu governo. Porém, nesta terça, Bolsonaro se antecipou e substituiu os três.


 


LEIA MAIS: Bolsonaro realiza reforma ministerial e faz trocas em seis cargos do governo; veja mudanças


 


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