&Aacute;udios obtidos pela Pol&iacute;cia Federal (PF) durante as investiga&ccedil;&otilde;es sobre planos para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder revelam conversas entre militares articulando uma tentativa de golpe. As grava&ccedil;&otilde;es fazem parte da Opera&ccedil;&atilde;o Contragolpe, deflagrada em 19 de novembro, que prendeu cinco pessoas &ndash; incluindo quatro militares e um policial federal &ndash; suspeitas de envolvimento nos esquemas golpistas. &nbsp;

Os di&aacute;logos, obtidos pelo Uol, incluem falas de M&aacute;rio Fernandes, general preso na opera&ccedil;&atilde;o, que atuava como um dos principais articuladores. Ele aparece em conversas com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, e outros militares como o coronel Reginaldo Vieira de Abreu. As mensagens apontam at&eacute; a possibilidade de assassinatos do presidente Lula (PT), do vice Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do STF Alexandre de Moraes. &nbsp;

Confira alguns trechos dos di&aacute;logos:

&ldquo;Vou conversar com o presidente... teria que ser antes do dia 12&rdquo;.&nbsp;Em uma das conversas, Mauro Cid responde a M&aacute;rio Fernandes, sugerindo que trataria diretamente com Bolsonaro sobre a autoriza&ccedil;&atilde;o para a a&ccedil;&atilde;o golpista. &quot;N&atilde;o d&aacute; para esperar muito mais. Dia 12 teria que ser antes do dia 12&quot;, afirma Cid, mencionando tamb&eacute;m o Ex&eacute;rcito e o apoio de caminhoneiros. &nbsp;

&quot;Vai ser guerra civil agora ou depois&quot; &nbsp;

O coronel Roberto Criscuoli, em di&aacute;logo com M&aacute;rio Fernandes, defende a urg&ecirc;ncia da a&ccedil;&atilde;o: &quot;Na realidade vai ser guerra civil agora ou guerra civil depois. S&oacute; que agora o povo t&aacute; na rua, temos apoio maci&ccedil;o. Daqui a pouco vamos entrar numa guerra civil pior, porque ele [Lula] vai destruir o Ex&eacute;rcito&quot;. Criscuoli pressiona por uma a&ccedil;&atilde;o imediata. &nbsp;

&ldquo;T&aacute; na cara que houve fraude&rdquo; &nbsp;

M&aacute;rio Fernandes sugere que a &quot;massa&quot; deve ser inflamada para dar in&iacute;cio ao movimento golpista. Ele menciona que o Alto Comando das For&ccedil;as Armadas s&oacute; apoiaria a interven&ccedil;&atilde;o com &ldquo;clamor popular, como foi em 64&rdquo;. &nbsp;

&quot;Vamos para o vale-tudo, estou pronto a morrer por isso&rdquo; &nbsp;

Em outra grava&ccedil;&atilde;o, o general H&eacute;lio Os&oacute;rio de Coelho expressa indigna&ccedil;&atilde;o com a vit&oacute;ria de Lula e afirma estar disposto a morrer pelo pa&iacute;s: &quot;Eu prefiro ir para a guerra, viver a p&aacute;tria livre ou morrer pelo Brasil. Estou pedindo a Deus para que o presidente tome uma a&ccedil;&atilde;o en&eacute;rgica&quot;. &nbsp;

As investiga&ccedil;&otilde;es seguem em andamento, e os &aacute;udios s&atilde;o parte das evid&ecirc;ncias usadas pela PF para detalhar o n&iacute;vel de articula&ccedil;&atilde;o entre os suspeitos e os planos para desestabilizar a democracia no Brasil.

*Com informa&ccedil;&otilde;es do Uol

O&nbsp;novo ministro da Defesa, general Walter Souza Braga Neto, assinou, nesta ter&ccedil;a-feira (30/3), uma &quot;ordem alusiva ao 31 de mar&ccedil;o de 1964&quot;, em que diz que acontecimentos como o golpe militar - que chama de &quot;movimento&quot; -&nbsp;devem ser &quot;compreendidos e celebrados&quot;.

No texto, Braga Netto afirma que &quot;eventos ocorridos h&aacute; 57 anos, assim como todo acontecimento hist&oacute;rico, s&oacute; podem ser compreendidos a partir do contexto da &eacute;poca&quot;.

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LEIA A &Iacute;NTEGRA:

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&quot;Eventos ocorridos h&aacute; 57 anos, assim como todo acontecimento hist&oacute;rico, s&oacute; podem ser compreendidos a partir do contexto da &eacute;poca.

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O s&eacute;culo XX foi marcado por dois grandes conflitos b&eacute;licos mundiais e pela expans&atilde;o de ideologias totalit&aacute;rias, com importantes repercuss&otilde;es em todos os pa&iacute;ses.

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Ao fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo, contando com a significativa participa&ccedil;&atilde;o do Brasil, havia derrotado o nazi-fascismo. O mapa geopol&iacute;tico internacional foi reconfigurado e novos vetores de for&ccedil;a disputavam espa&ccedil;o e influ&ecirc;ncia.

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A Guerra Fria envolveu a Am&eacute;rica Latina, trazendo ao Brasil um cen&aacute;rio de inseguran&ccedil;as com grave instabilidade pol&iacute;tica, social e econ&ocirc;mica. Havia amea&ccedil;a real &agrave; paz e &agrave; democracia.

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Os brasileiros perceberam a emerg&ecirc;ncia e se movimentaram nas ruas, com amplo apoio da imprensa, de lideran&ccedil;as pol&iacute;ticas, das igrejas, do segmento empresarial, de diversos setores da sociedade organizada e das For&ccedil;as Armadas, interrompendo a escalada conflitiva, resultando no chamado movimento de 31 de mar&ccedil;o de 1964.

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As For&ccedil;as Armadas acabaram assumindo a responsabilidade de pacificar o Pa&iacute;s, enfrentando os desgastes para reorganiz&aacute;-lo e garantir as liberdades democr&aacute;ticas que hoje desfrutamos.

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Em 1979, a Lei da Anistia, aprovada pelo Congresso Nacional, consolidou um amplo pacto de pacifica&ccedil;&atilde;o a partir das converg&ecirc;ncias pr&oacute;prias da democracia. Foi uma transi&ccedil;&atilde;o s&oacute;lida, enriquecida com a maturidade do aprendizado coletivo. O Pa&iacute;s multiplicou suas capacidades e mudou de estatura.

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O cen&aacute;rio geopol&iacute;tico atual apresenta novos desafios, como quest&otilde;es ambientais, amea&ccedil;as cibern&eacute;ticas, seguran&ccedil;a alimentar e pandemias. As For&ccedil;as Armadas est&atilde;o presentes, na linha de frente, protegendo a popula&ccedil;&atilde;o.

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A Marinha, o Ex&eacute;rcito e a For&ccedil;a A&eacute;rea acompanham as mudan&ccedil;as, conscientes de sua miss&atilde;o constitucional de defender a P&aacute;tria, garantir os Poderes constitucionais, e seguros de que a harmonia e o equil&iacute;brio entre esses Poderes preservar&atilde;o a paz e a estabilidade em nosso Pa&iacute;s.

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O movimento de 1964 &eacute; parte da trajet&oacute;ria hist&oacute;rica do Brasil. Assim devem ser compreendidos e celebrados os acontecimentos daquele 31 de mar&ccedil;o.

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MUDAN&Ccedil;AS

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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) realizou uma verdadeira &#39;dan&ccedil;a das cadeiras&#39; nessa segunda-feira (29/3), com a troca de seis cargos do primeiro escal&atilde;o do governo federal.&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/noticias/bolsonaro-realiza-reforma-ministerial-e-faz-trocas-em-seis-cargos-do-governo-veja-mudancas/" target="_blank">Tr&ecirc;s ministros deixaram o cargo, e outros tr&ecirc;s foram remanejados para novos postos ministeriais</a>.

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Braga Neto, ex-chefe da Casa Civil, foi nomeado para a pasta por Jair Bolsonaro, para substituir o general Fernando Azevedo e Silva, que foi demitido. A mudan&ccedil;a gerou uma crise: os tr&ecirc;s comandantes das For&ccedil;as Armadas (Ex&eacute;rcito, Marinha e Aeron&aacute;utica) tamb&eacute;m pediram demiss&atilde;o, incomodados com a tentativa do presidente da Rep&uacute;blica de alinhar os militares a projetos de seu governo. Por&eacute;m, nesta ter&ccedil;a, Bolsonaro se antecipou e substituiu os tr&ecirc;s.

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LEIA MAIS:&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/noticias/bolsonaro-realiza-reforma-ministerial-e-faz-trocas-em-seis-cargos-do-governo-veja-mudancas/" target="_blank">Bolsonaro realiza reforma ministerial e faz trocas em seis cargos do governo; veja mudan&ccedil;as</a>

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