Defesa de Binho Galinha aponta “perseguição” e diz que prisão é injustificada
Defesa de Binho Galinha afirma que prisão preventiva do deputado é nula, sem justificativa e resultado de perseguição política
Por Lucas Pereira.
A defesa do deputado estadual Kléber Cristian Escolano de Almeida, conhecido como Binho Galinha, preso nesta sexta-feira (3), emitiu um comunicado sobre caso, após a divulgação da informação nos veículos de comunicação. De acordo com o esclarecimento, a prisão do político é sem justificativa e nula, além de haver uma “perseguição” ao deputado.
Binho Galinha se entregou ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) em Feira de Santana. Ele foi considerado foragido da Justiça desde a última quarta-feira (1°), quando foi deflagrada a 'Operação Estado Anômico'.
Uma equipe de 20 agentes e promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do MP-BA cumpriu o mandado de prisão preventiva e o escoltou para Salvador, onde ficará sob custódia.
Prisão sem justificativa e nula
A defesa de Binho Galinha, feita pelos advogados Gamil Foppel e Robson Oliveira da Silva, aponta nove tópicos sobre a situação envolvendo o parlamentar. O primeiro diz que Binho “jamais esteve foragido” e que, por ter comparecido judicialmente por duas vezes ao fórum, sem que fosse preso, mesmo com um pedido de prisão preventivo decretado em 19 agosto, mostra que a liberdade do deputado não corresponde a “risco algum existe para o processo”.
“O deputado Kléber Cristian Escolano de Almeida e seus familiares reafirmam sua plena inocência e não se curvarão diante do que se configura como uma evidente perseguição”, diz um trecho do comunicado.
Com relação ao pedido de prisão preventiva, os advogados afirmam que o mesmo “é manifestamente nula” por ter sido decretada por uma “autoridade judicial absolutamente incompetente para julgar o caso” e que apenas “a 2ª Vara Criminal de Feira de Santana/BA teria competência para o processamento”, e não o judiciário de Salvador.
Os desdobramentos da Operação El Patrón, a qual Binho é o principal investigado, prenderam 10 pessoas, incluindo o filho do deputado, João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano, e a esposa, Mayana Cerqueira da Silva. Sobre essas prisões, a defesa afirmou que prender os familiares de Binho Galinha “é uma ação desproporcional e desumana. A medida resultou no completo desamparo de uma menor de 11 anos [filho do deputado], configurando um ato que atenta gravemente contra a dignidade humana, fazendo letra morta o princípio da proteção integral previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente”.
Ao final do documento, a defesa ainda afirma que a Operação Estado Anômico “foi marcada por excessos e ilegalidades”, além de apontar “ausência de provas” para justificar as investidas da Justiça.
Por fim, a defesa de Binho Galinho afirma que está adotado "todas as medidas judiciais cabíveis" e que o deputado "Reafirma a sua crença em uma Justiça técnica, imparcial, que, de forma verdadeira e genuína, cumpra sua missão constitucional de julgar as pessoas em razão dos fatos".
Acusações e investigações contra Binho Galinha
De acordo com as investigações das 'Operações El Patrón' e 'Estado Anômico', o grupo é suspeito de cometer diversos crimes, incluindo:
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Lavagem de dinheiro;
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Obstrução de justiça;
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Jogo do bicho e agiotagem;
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Comércio ilegal de armas;
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Usurpação de função pública;
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Tráfico de drogas.
O deputado já era réu em duas ações penais desde o final de 2023, resultado da 'Operação El Patrón'. No total, 15 pessoas foram denunciadas pelo MP-BA por envolvimento com o grupo criminoso liderado por ele.
Durante as buscas feitas na quarta-feira, a Polícia Federal (PF) localizou um carro blindado de propriedade do deputado. O veículo foi encontrado em uma área de mata, em Feira de Santana, com a chave escondida na roda.
https://aratuon.com.br/politica/pf-encontra-carro-de-binho-galinha-em-area-de-mata-deputado-segue-foragido
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