Israel dá 24 horas para civis deixarem norte da Faixa de Gaza e sugere invasão; ONU diz que situação é 'devastadora'

O Exército de Israel informou à Organização das Nações Unidas (ONU) na noite desta quinta-feira (12/10) que todos os palestinos que vivem no norte da Faixa de Gaza têm 24 horas para ir ao sul do território, sugerindo uma possível invasão. Cerca de 1,1 milhão de pessoas moram nessa área. No total, 2,1 milhões de pessoas vivem em Gaza, e 1,7 milhão delas são refugiados palestinos.

"As Nações Unidas consideram impossível que tal movimento ocorra sem consequências humanitárias devastadoras", disse o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, em um comunicado. "A ONU apela veementemente para que qualquer ordem desse tipo, se confirmada, seja revogada, evitando o que poderia transformar o que já é uma tragédia em uma situação calamitosa".

Dujarric declarou ainda que a ordem do Exército israelense também se aplica a todos os funcionários da ONU e às pessoas abrigadas em instalações da organização, incluindo escolas, hospitais e clínicas. As forças armadas de Israel afirmaram ter 300 mil soldados na fronteira com a Faixa de Gaza, prontos para invadir o território.

Roni Kaplan, porta-voz dos reservistas das Forças de Defesa de Israel, disse em entrevista coletiva que ao menos 2.700 ataques já foram realizados em Gaza desde sábado (7/10), em pontos que concentram membros do Hamas. Porém, relatos de palestinos e de organizações de direitos humanos afirmam que áreas civis estão sendo atingidas.

Tel Aviv discorda e acusa o Hamas de usar os civis como escudos humanos. "Eles cometem um duplo crime de guerra: primeiro, por lançar mísseis contra civis em Israel, segundo por usarem civis como escudos em Gaza", apontou Kaplan.

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