Impactos da IA podem reverter décadas de convergência entre países, diz estudo

Um novo relatório divulgado nesta terça-feira (2) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) acende um sinal de alerta sobre os impactos globais da inteligência artificial (IA). Segundo o documento, a tecnologia pode aprofundar as desigualdades entre nações desenvolvidas e países em desenvolvimento, revertendo décadas de convergência global.

Intitulado “The Next Great Divergence: Why AI May Widen Inequality Between Countries” (“A próxima grande divergência: por que a IA pode aumentar a desigualdade entre os países”), o relatório afirma que os avanços em comércio, tecnologia, saúde e educação, responsáveis por reduzir diferenças entre nações nas últimas cinco décadas, correm agora o risco de ser corroídos.

Philip Schellekens, economista-chefe do Escritório Regional Ásia-Pacífico do PNUD, destacou durante coletiva de imprensa em Genebra que a IA pode inaugurar “uma nova era de aumento da desigualdade”, após anos em que países mais pobres conseguiram reduzir parte da distância em relação às economias avançadas.

De acordo com o PNUD, a adoção acelerada da IA tende a beneficiar de forma desproporcional países com maior capacidade tecnológica, infraestrutura robusta e mão de obra altamente qualificada.

Já nações de baixa renda podem enfrentar dificuldade para acompanhar o ritmo, afetando competitividade, produtividade e até sistemas de governança.

Schellekens alertou ainda que os efeitos não se limitarão aos países mais vulneráveis. Caso a desigualdade se amplie, até mesmo nações ricas enfrentarão consequências indiretas. “Se os países mais pobres forem deixados para trás, haverá impactos em segurança global e aumento de fluxos migratórios irregulares”, afirmou.

O relatório defende que governos adotem políticas públicas capazes de mitigar o risco de divergência, incluindo investimentos em capacitação, regulação responsável da tecnologia e mecanismos de cooperação internacional.

A análise da ONU reforça que, embora a IA traga oportunidades inéditas, sua distribuição desigual pode se tornar um dos maiores desafios geopolíticos das próximas décadas.

Com reportagem de Emma Farge.

Inteligência Artificial 

Saúde 

Um novo sistema baseado em IA pode identificar câncer de pele com 94,5% de precisão, combinando análise de imagens dermatoscópicas e histórico clínico dos pacientes.

A tecnologia, desenvolvida por pesquisadores da Universidade Nacional de Incheon, na Coreia do Sul, busca aprimorar a detecção precoce do melanoma e promete transformar a forma como profissionais de saúde realizam diagnósticos.

Política 

A Albânia anunciou a nomeação de uma IA como ministra responsável por fiscalizar contratos e enfrentar a corrupção em processos de licitação. O primeiro-ministro Edi Rama revelou no início deste mês que a assistente virtual Diella, cujo nome significa “Sol” em albanês, ficará encarregada de supervisionar todas as contratações públicas que envolvem empresas privadas.

Tarô 

Buscar respostas nas cartas é uma ferramenta comum para quem acredita em práticas esotéricas. O tarô (do frânces tarot), é um baralho de cartas utilizado para fazer previsões, revelar questões sobre o passado e presente, e sugerir caminhos para o futuro.  No entanto, um tipo de tiragem inusitada das cartas ganhou grande popularidade nas redes: a leitura do tarô através do ChatGpt.

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