Albânia nomeia inteligência artificial como ministra para enfrentar corrupção

A Albânia anunciou a nomeação de uma IA como ministra responsável por fiscalizar contratos e enfrentar a corrupção em processos de licitação. O primeiro-ministro Edi Rama revelou no início deste mês que a assistente virtual Diella, cujo nome significa “Sol” em albanês, ficará encarregada de supervisionar todas as contratações públicas que envolvem empresas privadas.

“Diella é o primeiro integrante do gabinete que não está fisicamente presente, mas foi virtualmente criada pela IA”, afirmou Rama, destacando que a meta é transformar o país em “um lugar onde as licitações públicas sejam 100% livres de corrupção”.

A decisão surge após sucessivos escândalos ligados à concessão de contratos públicos, apontados por especialistas como porta de entrada para lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de drogas e de armas nos Bálcãs. Essa reputação negativa tem dificultado a aproximação da Albânia com a União Europeia, objetivo que Rama espera concretizar até 2030 — apesar de analistas considerarem a meta ousada.

Lançada no início deste ano como parte da plataforma e-Albania, Diella foi criada para auxiliar cidadãos e empresas na emissão de documentos digitais, reduzindo a burocracia e agilizando serviços. No novo cargo, a IA aparece em trajes típicos do país, interage por comandos de voz e autentica papéis com selos eletrônicos.

Ainda assim, críticos levantam dúvidas sobre a eficácia da iniciativa. O governo não detalhou se haverá supervisão humana sobre as decisões da ministra virtual nem explicou quais medidas podem impedir a manipulação da tecnologia.

Nas redes sociais, parte da população reagiu com ironia: “Até a Diella será corrompida na Albânia”, comentou um usuário no Facebook.

Inteligência Artificial e política

Aqui no Brasil, o assunto também é discutido na política. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), criou uma comissão especial para tratar do assunto sobre o uso da inteligência artificial (PL 2338/23). A proposta é do Senado Federal e a comissão será composta por 33 integrantes, que ainda precisam ser designados pelos partidos.

+ A Inteligência Artificial chegou de vez. E agora?

A tecnologia, inteligência artificial e rede sociais estão cada vez mais incluídas nas mobilizações e debates políticos ao redor do mundo. Uma onda de manifestações contra o governo do Nepal terminou em tragédia com 19 mortos e centenas de feridos, conforme informou a emissora estatal. A violência foi motivada pela indignação popular diante da corrupção e pelo bloqueio imposto às redes sociais no país.