Pastor aconselha pais a afastarem filhos de pessoas negras: 'Perigo é 30 vezes maior'
O pastor orientou que pais brancos cristãos conversem com seus filhos sobre o suposto “perigo” representado por pessoas negras.
Por Bruna Castelo Branco.
O pastor evangélico Joel Webbon, de Austin, nos Estados Unidos, viralizou na última semana após fazer declarações de teor racista durante a transmissão do podcast Right Response Ministries. Ele orientou que pais brancos cristãos conversem com seus filhos sobre o suposto “perigo” representado por pessoas negras.
"Se você é um pai cristão, branco, que ama o Senhor e ama seus filhos, então você precisa ter 'a conversa'. (...) Há certas partes da cidade que você não pode ir e há certas pessoas com quem você não pode estar, certo? (...) Se forem estranhos negros, o perigo é 30 vezes maior. Esses são os fatos", disse.
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Webbon iniciou a fala citando uma publicação no X (antigo Twitter) segundo a qual “uma pessoa branca tem 31 vezes mais probabilidade de ser vítima de uma pessoa negra do que o contrário”, sem apresentar qualquer fonte para a informação.
Os números, no entanto, não correspondem à realidade. Dados criminais do FBI de 2019 indicam 566 assassinatos de negros contra brancos, contra 246 casos de brancos contra negros. O censo de 2020 mostrou que os EUA tinham 204,3 milhões de brancos e 41,1 milhões de negros.
As falas do pastor geraram ampla reação nas redes sociais. Um internauta afirmou: “Joel, o fato é que Deus criou os negros assim como criou você, mas infelizmente você não entendeu o ensinamento de que TODOS NÓS seremos JULGADOS pelo CONTEÚDO do nosso CARÁTER e NÃO pela cor da nossa PELE. Isso pode não acabar tão bem para você!”.
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Outro usuário criticou a forma como o pastor incita preconceito: “É assim que o racismo é incutido nos filhos das pessoas. (...) Vá a uma academia diversificada e apresente seus filhos a todos os tipos de pessoas para que eles não cresçam e se tornem como esse cara.”
Diante da repercussão negativa, Webbon reafirmou sua posição em uma nova publicação no X: “Pais brancos precisam TER A CONVERSA com seus filhos. Sim, eu disse isso com toda a certeza. E mantenho cada palavra. Não me desculpo por nada”.
As declarações ocorrem em meio a uma onda de manifestações racistas em redes sociais após o assassinato de Iryna Zarutska, refugiada ucraniana de 23 anos, morta a facadas por Decarlos Brown Jr., um homem negro esquizofrênico com histórico criminal, dentro de um vagão de trem leve na Carolina do Norte, no mês passado.
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