Atendente de farmácia sofre racismo no 1° dia de trabalho: ‘Escurecendo a loja’

Racismo em farmácia foi registrado em vídeo gravado pela própria suspeita em estabelecimento em São Paulo

Por Ananda Costa.

Um vídeo em que uma atendente de farmácia é vítima de racismo em seu primeiro dia de trabalho em um estabelecimento de São Paulo voltou a repercutir nas redes sociais no início desta semana.

Racismo em farmácia de São Paulo. Foto: Redes sociais

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O caso, registrado em 2018, aconteceu com a ex-funcionária Noemi Ferrari, que denunciou ter sido alvo de ofensas racistas em um vídeo gravado por uma colega em uma farmácia em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo.

No vídeo, que tinha como intenção ser enviado a um grupo de amigos do trabalho como forma de apresentar Noemi, a colega profere várias ofensas racistas contra ela.

"Essa daqui é a Noemi, nossa nova colaboradora. Fala um oi, querida. Tá escurecendo a nossa loja? Tá escurecendo. Acabou a cota, tá? Negrinho não entra mais", diz a mulher enquanto ri.

Em seguida, ela enumera as tarefas que Noemi deve cumprir no trabalho: “Nossa, vai ficar no caixa? Que incrível. Vai tirar lixo? Que incrível. Paninho também, passar no chão? Ah... E você disse sim, né?"

Mesmo após as ofensas, Noemi continuou no trabalho porque o pai adotivo tinha acabado de morrer e ela precisava do emprego. Em 2020, chegou a ser promovida a supervisora.

No entanto, após novas agressões verbais e até físicas, em 2022 Noemi foi demitida, o que a motivou a denunciar o racismo para buscar seus direitos.

Após a denúncia, a Justiça do Trabalho condenou a rede Raia Drogasil por danos morais e, em março deste ano, ela recebeu R$ 56 mil de indenização.

Em nota, a Drogasil informou que lamenta o caso ocorrido em 2018 e que diversidade e respeito são valores primordiais da empresa.

“Temos investido de forma consistente em desenvolvimento de carreiras e iniciativas de promoção e de equidade racial. Em 2024, encerramos o ano com mais de 34 mil funcionários pretos e pardos e nos orgulhamos de ter atualmente 50% das posições de liderança ocupadas por pessoas negras, resultado direto de programas estruturados de inclusão e valorização. Nosso propósito é continuar investindo em ações concretas para garantir ambientes de trabalho diversos e inclusivos e contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária”.

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