Rodovias na Bahia: veja as principais estradas e obras em andamento
As rodovias na Bahia são fundamentais para a economia destacando pontos críticos de segurança, integração com portos, ferrovias e aeroportos; saiba quais trechos estão em obras, duplicações ou concessões
Por Laraelen Oliveira.
A malha rodoviária da Bahia é a espinha dorsal da logística regional. É pelas estradas que circulam alimentos, combustíveis, matérias-primas e turistas que movimentam a economia. Nos últimos anos, os investimentos nas duplicações e concessões ganharam força, mas os desafios permanecem: gargalos em trechos críticos, acidentes em áreas de grande fluxo e a necessidade de integração com outros modais de transporte. Enquanto isso, portos, ferrovias, aeroportos se somam ao cenário e ajudam a redesenhar o futuro da infraestrutura baiana.
Malha rodoviária atual: BRs e BAs
A Bahia é cortada por algumas das mais importantes rodovias federais do país. A BR-116, uma das mais extensas do Brasil, conecta o sul ao norte do estado, passando por municípios estratégicos como Feira de Santana. Já a BR-324 liga Salvador ao interior, funcionando como corredor de entrada e saída da capital. A BR-101 acompanha o litoral e concentra grande movimento turístico e de cargas.
As rodovias estaduais (BAs) complementam a rede, ligando cidades menores aos grandes centros. Em muitos casos, são o único acesso a serviços de saúde, educação e escoamento agrícola, o que reforça sua importância. Ainda assim, a conservação irregular e a sobrecarga em trechos estratégicos revelam os limites dessa malha.
Principais trechos em obras ou duplicação
Os trechos mais movimentados têm recebido atenção especial. Um dos principais eixos em obras é a BR-324, que concentra intenso fluxo entre Salvador e Feira de Santana. Ali, duplicações e contornos urbanos estão em execução para reduzir congestionamentos e acidentes.
Outro destaque é a BR-116, alvo de intervenções em trechos de alto tráfego de caminhões. Além disso, o governo federal anunciou pacotes bilionários de concessões, com a promessa de modernização das estradas baianas, implantação de pedágio eletrônico e investimentos em segurança. A expectativa é que essas medidas diminuam gargalos históricos e criem rotas mais competitivas para o transporte de cargas.
Trechos mais perigosos e pontos críticos
Apesar dos avanços, alguns pontos ainda concentram índices elevados de acidentes. A BR-116, a BR-324 e a BR-101 aparecem entre as mais perigosas do estado. O grande fluxo de veículos pesados, a falta de acostamento em algumas áreas, curvas mal sinalizadas e travessias urbanas aumentam o risco de colisões.
Em horários de pico, especialmente próximo a entroncamentos e áreas urbanizadas, congestionamentos agravam a situação. Por isso, tanto a Polícia Rodoviária Federal quanto o governo estadual reforçam operações de fiscalização e campanhas educativas, enquanto aguardam a ampliação da infraestrutura.
Parcerias com o governo federal e concessões
Para acelerar melhorias, a Bahia tem recorrido a parcerias com o setor privado. Recentemente, concessões de rodovias foram anunciadas dentro do Programa de Aceleração de Investimentos em Infraestrutura. A proposta é garantir aporte de capital privado em duplicação, manutenção e tecnologia, enquanto o Estado reduz sua pressão orçamentária.
Essas concessões visam introduzir sistemas modernos de pedágio e monitoramento, além de prever intervenções em pontos críticos. Para o usuário, a promessa é de estradas mais seguras e fluídas, ainda que com o custo adicional das tarifas.
Como a rodovia na Bahia impacta a economia regional
A qualidade das rodovias tem efeito direto sobre a economia baiana. No oeste do estado, a produção agrícola de grãos e algodão depende de estradas para alcançar portos e mercados consumidores. No litoral, o turismo, um dos motores econômicos, também exige acesso eficiente e seguro.
Duplicações e obras de modernização reduzem custos de transporte, aumentam a competitividade das cadeias produtivas e estimulam investimentos. Municípios como Feira de Santana, polo logístico, são diretamente beneficiados, tornando-se atrativos para empresas de distribuição e indústrias.
Infraestrutura da Bahia: veja o contexto completo
O futuro da logística na Bahia vai além das rodovias. Portos, ferrovias, aeroportos e energia renovável se articulam para criar um ecossistema mais integrado.
Os portos de Salvador e Aratu já são fundamentais para a importação e exportação de cargas. O Porto Sul, planejado para Ilhéus, promete transformar o escoamento de grãos e minérios, aproximando produtores do interior do mercado internacional. Já A Ferrovia Oeste-Leste (Fiol), em construção, é outro eixo estratégico, quando concluída, ligará o oeste agrícola ao litoral, reduzindo distâncias logísticas e ampliando a competitividade regional. O projeto avança em etapas, com investimentos públicos e privados.
Na aviação, o Aeroporto Internacional de Salvador, sob gestão privada, passou por reformas recentes e se consolidou como hub do Nordeste. Aeroportos regionais, como os de Ilhéus, Porto Seguro e Barreiras, dão suporte ao turismo e à economia local. Enquanto, na área de energia, a Bahia se destaca como líder nacional em geração renovável. Parques eólicos e solares espalhados pelo interior atraem novos investimentos e reduzem custos energéticos para indústrias, fortalecendo ainda mais a infraestrutura estadual.
Entre os projetos de maior impacto estão as duplicações da BR-324, expansão da BR-116 e o avanço da Fiol. Somam-se a esses a construção do Porto Sul e a expansão dos parques de energia renovável. Porém, os desafios persistem. A burocracia no licenciamento ambiental atrasa cronogramas de grandes obras e a desigualdade territorial faz com que regiões próximas ao litoral e aos grandes centros recebam mais investimentos, enquanto áreas do sertão seguem carentes de infraestrutura adequada.
A Bahia atravessa um período de transformação na sua infraestrutura. O sucesso dessa agenda dependerá da capacidade de integrar rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, reduzir gargalos logísticos e garantir segurança viária. A aposta no modelo multimodal, somada ao protagonismo em energias renováveis, coloca o estado em posição estratégica no cenário nacional.
Se os projetos em curso forem concluídos dentro dos prazos, a Bahia poderá não apenas melhorar sua malha rodoviária, mas também se consolidar como hub logístico do Nordeste, reduzindo custos e atraindo investimentos que impactarão diretamente a vida de milhões de baianos.
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