Infraestrutura na Bahia: desafios e avanços em estradas e portos
A infraestrutura desempenha um papel essencial no crescimento econômico da Bahia, além de beneficiar e melhorar a qualidade de vida de milhares pessoas; descubra os avanços e gargalos sobre os projetos do estado
Por Laraelen Oliveira.
A infraestrutura da Bahia vem passando por um processo de transformação marcado por grandes investimentos públicos e privados em áreas estratégicas como transporte, energia, saneamento e educação. Esses projetos têm como objetivo impulsionar o desenvolvimento econômico do estado, melhorar a qualidade de vida da população e reduzir desigualdades regionais. No entanto, apesar dos avanços e do potencial de crescimento, a execução das obras enfrenta gargalos relacionados à burocracia, financiamento, sustentabilidade e resiliência climática, o que torna a análise desse cenário essencial para compreender o papel da infraestrutura no presente e no futuro da Bahia.
Situação atual da infraestrutura da Bahia
A situação atual de infraestrutura da Bahia se desenrola em diferentes aspectos, por um lado alguns dos projetos previstos do Governo Federal tem sido amplamente criticados, consequentemente devido aos desafios e gargalos enfrentados durante o desenvolvimento dessas propostas. Já pelo outro lado essas obras visam o desenvolvimento econômico, rodoviário, ferroviário e hídrico para o estado, garantindo uma infraestrutura mais focada em sustentabilidade, com maior segurança e praticidade.
O adiamento desses projetos gera um prejuízo financeiro alto para os financiadores. As obras paralisadas, concessões ambientais demoradas e dificuldades operacionais constroem um desenvolvimento demorado e faz o estado depender de uma infraestrutura mais arcaica, impactando diretamente na produtividade da região.
Nos últimos anos, o Governo Federal teve como foco os investimentos para a infraestrutura do país. Em 2024, foram investidos cerca de R$2,4 bilhões em infraestrutura rodoviária e ferroviária, somente no estado da Bahia, representando um aumento de 100%, de acordo com as informações disponibilizadas pela Presidência da República.
Alguns dos trechos mais importantes do estado, como o 6° lote da BR-116, teve sua estrutura reformada e duplicada, com implantação de postes, vias laterais e viadutos, assim também como a BR-101 que teve 20,5 km recuperados.
Nas áreas de sustentabilidade e saneamento o cenário não tem sido muito diferente. A Bahia é o estado que lidera a produção de energia renovável do país, abrigando cerca de 441 usinas em operação, sendo 350 usinas eólicas e 91 usinas solares. Porém a demanda crescente por consumo de energia exige que a produção seja cada vez mais massiva, colocando em crédito a ampliação de parques eólicos e solares, e questionando sobre a falta de capacitação de profissionais e a demora nos processos de autorização para tais projetos.
Enquanto isso, existem as questões de infraestrutura hídrica do estado, a Bahia tem projetos como Produz e Alimenta, financiado pelo Banco Mundial em US$41 milhões e abrangendo 66 municípios, a iniciativa tem o objetivo de fortalecer a agricultura familiar promovendo melhorar o acesso à água.
Fora as perfurações de poços, que geralmente ficam localizadas em regiões semiáridas, devido a escassez de água na região. Ambas passam por desafios em suas manutenções e operações, as contaminações dos poços é a mais frequente, ocorrendo por motivos variados como, falhas na construção, contaminação por minerais ou falta de manutenção contínua. Enquanto a Produz e Alimenta enfrenta problema na demora da energização de sistemas de abastecimento de água (SAAs) e a falta de implementação para soluções técnicas e gerenciais que aumentem a competitividade dos negócios e melhorem os resultados econômicos e financeiros da agricultura familiar.
Principais obras em andamento no estado
Os investimentos na Bahia não foram totalmente finalizados, obras de mobilidade, saúde, saneamento, desenvolvimento urbano e sustentabilidade ainda estão presentes nos planos estruturais do estado e se encontram em desenvolvimento, principalmente, na cidade de Salvador.
O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), teve o investimento superior a R$5 bilhões e já está em fase avançada de construção e contará com um sistema de 36,4 km de extensão, ligando os bairros de Cajazeiras e Águas Claras. O VLT é um modal de transporte sobre trilhos elétricos, mais moderno e confortável, ele possui um intervalo menor entre os trens. O meio substituirá o antigo trem do Subúrbio de Salvador e possui cerca de 36 a 37 km de extensão, com três trechos e 34 estações. A entrega está prevista para início de 2026.
A nova rodoviária de Salvador também está em fase de finalização, com 84% de execução, o terminal está sendo construído no bairro de Águas Claras, com uma área de aproximadamente 41 mil m². Seu valor estimado de investimento é de R$200 milhões, com data de entrega para outubro de 2025, o projeto visa modernizar o terminal rodoviário da capital, oferecendo mais conforto e eficiência aos usuários, melhorando a mobilidade urbana, integrando diferentes modais de transporte e aliviando o fluxo de veículos da antiga rodoviária da cidade.
A BYD (Build Your Dreams), fabricante chinesa de veículos elétricos e híbridos, está instalando um grande complexo industrial em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, aproveitando a estrutura desativada da antiga fábrica da Ford. O projeto envolve três células fabris principais:
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Produção de veículos de passeio elétricos/híbridos;
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Produção de chassis para ônibus e caminhões elétricos;
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Unidade para processamento de materiais como lítio e ferro-fosfato;
O montante anunciado para o investimento do complexo é de R$5,5 bilhões somente na primeira fase, com capacidade inicial de produção de 150 mil veículos por ano, com possibilidade de ampliação para 300 mil veículos, em fases posteriores. A construção do complexo teve atrasos, porém o prazo para que o local esteja totalmente funcional é até dezembro de 2026.
Na área de saúde, o Hospital e Maternidade Costa do Dendê, situado em Valença, no Baixo Sul da Bahia, teve seu investimento estimado entre R$160 milhões a R$180 milhões. O local contará com cerca de 255 leitos e uma ampla gama de serviços de saúde, incluindo UTI, maternidade e exames especializados. A instituição de saúde se tornará referência na região, visto que em atendimentos de média e alta complexidade os pacientes tinham que se deslocar para outras regiões.
A Embasa está implementando um novo sistema que levará água tratada da Barragem de Anagé para sete cidades do sertão, beneficiando cerca de 40 mil moradores. A obra inclui a construção de uma estação de tratamento com capacidade para 130 litros por segundo. Com uma capacidade de armazenar 1 milhão de litros, o projeto irá beneficiar municípios como Anagé, Caraíbas, Maetinga e Presidente Jânio Quadros, além de localidades rurais desses municípios.
Logística: rodovias, ferrovias, portos e aeroportos
A rede de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos da Bahia está sendo estruturada para funcionar de forma complementar. Cada modal tem um papel e se conecta com outros para facilitar o escoamento de cargas e a mobilidade dos moradores da Bahia. As BR-116 e BR-324 são os principais eixos de ligação entre o interior e a capital, levando cargas para os portos de Salvador e Aratu-Candeias. A BR-116 também tem importância na logística rodoviária, pois ela percorre o litoral e integra áreas turísticas, como a Costa do Cacau e o Recôncavo Baiano, e industriais ao Porto de Aratu. Dessa forma, as estradas são base da logística baiana hoje, garantindo o fluxo até os terminais portuários.
A Ferrovia Oeste-Leste (FIOL) é uma linha ferroviária que liga regiões produtivas do interior da Bahia diretamente ao Porto Sul, em Ilhéus. Grande parte da produção do oeste da Bahia é feita de grãos, como soja, milho e algodão, cidades como Luís Eduardo Magalhães e Barreiras são conhecidas pela produção desses produtos. Já Caetité e Brumado são responsáveis pela exploração de minérios de ferro, com isso o Porto Sul é o terminal portuário voltado à exportação de cargas pesadas, granel sólido e líquidos.
Com a construção da Ferrovia Oeste-Leste (FIOL), essa produção pode ser transportada diretamente do interior até o Porto Sul, em Ilhéus, de forma mais eficiente. Os trens carregam grandes volumes de mercadorias de maneira mais barata e rápida do que o transporte rodoviário, reduzindo o desgaste das estradas e os custos logísticos das empresas.
Ao chegar ao Porto Sul, a carga é embarcada em navios e enviada para o mercado internacional, permitindo que produtos agrícolas e minerais do interior baiano cheguem a outros países de forma competitiva. Esse fluxo cria um verdadeiro corredor de exportação, integrando o interior produtivo ao litoral e ao comércio global, fortalecendo a economia do estado e atraindo investimentos.
Para outras integrações o fluxo de produção depende de outros modais, as rodovias e aeroportos por exemplo, como os de Barreiras, Porto Seguro e Ilhéus, dependem de estradas regionais para transportar passageiros e cargas rápidas. O Aeroporto Internacional de Salvador é integrado à BR-324 garantindo acesso a pólos turísticos e empresariais, além de apoiar emergências médicas e transporte de cargas urgentes. De forma semelhante, as integrações entre as ferrovias e rodovias se interligam devido também ao escoamento de produtos agrícolas a terminais ferroviários da futura FIOL. Por exemplo, a soja de Luís Eduardo Magalhães chega de caminhão até o ponto de carga ferroviária e segue de trem até o litoral.
Energia e saneamento: investimentos e gargalos
No setor de energia, a Bahia é destaque nacional em energia renovável, isso acontece pelos ventos fortes e alta irradiação solar, levando ao desenvolvimento de parques eólicos e solares. De acordo com informações divulgadas pelo Governo da Bahia, até 2025, estima-se um investimento de quase R$50 bilhões para construção de 74 usinas, sendo elas 63 eólicas e 11 solares. Outro plano de investimento na área foi o da Neoenergia Coelba, que anunciou investir R$13,3 bilhões até 2027, para a expansão e reforço do sistema elétrico do estado.
Já em saneamento a Embasa investiu quase R$1 bilhão em 2023 para obras de saneamento, ampliando a água tratada e esgotamento sanitário. Para o período de 2024 á 2028, há um plano de investimento de R$6,7 bilhões para ampliar sistemas de água e esgoto na Bahia. Em 2024 a projeção do investimento foi de R$1,7 bilhões só para implantar, ampliar e recuperar redes de água e esgoto nos municípios da área de atuação da Embasa.
Apesar dos avanços constantes, há desafios importantes que limitam a expansão ou eficiência dos serviços de distribuição elétrica e saneamento.
Sobre o crescimento rápido da geração solar distribuída, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) aponta risco de sobrecarga “inadmissível" em subestações na Bahia. Mesmo com o plano de investimentos bilionários da Coelba, há críticas de que a execução é lenta, e que faltam melhorias para atender novos empreendimentos, especialmente públicos ou agroindústrias.
Em relação a cobertura de serviços de saneamento, muitos municípios ainda não têm sistema de esgotamento sanitário ou rede de água tratada adequada. Amenizar o déficit de infraestrutura de saneamento básico na Bahia exigirá captação de recursos muito grandes, além da necessidade de obras emergenciais para minimizar os efeitos da seca, principalmente devido a infraestrutura hídrica ainda ser vulnerável, especialmente na região semiárida.
A implementação de obras muitas vezes depende de repasses federais ou parcerias público-privadas, que podem ser afetados por entraves burocráticos. Fundos para concessões, licitações ou mecanismos do novo marco legal do saneamento ainda estão em processo de adequação.
Para os municípios, a falta de capacidade técnica, escassez de profissionais qualificados são desafios complexos, levando em conta que ambas necessitam de manutenção constante, principalmente levando em conta a vulnerabilidade climática, que também é considerada um empecilho. Regiões semiáridas sofrem com estiagens prolongadas, dificultando o abastecimento regular de água, poços e adutoras ajudam, mas nem sempre resolvem todos os problemas. Eventos extremos de chuvas e calor podem causar falhas em equipamentos elétricos ou na infraestrutura de saneamento e drenagem.
Desafios para o desenvolvimento da infraestrutura baiana
A Bahia vive um momento de expansão em sua infraestrutura, sobretudo com os investimentos em energia renovável e saneamento básico. O estado se destaca nacionalmente na produção de energia limpa, além de planos robustos de ampliação da rede de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Essas iniciativas reforçam o potencial baiano como polo estratégico de desenvolvimento sustentável, conectando crescimento econômico a políticas ambientais e sociais.
Apesar dos avanços, os gargalos ainda são expressivos. No setor elétrico, o crescimento acelerado da geração de energia não é acompanhado pela mesma velocidade na expansão das linhas de transmissão e subestações, o que provoca sobrecargas e riscos de apagões. Já no saneamento, embora haja investimentos bilionários, muitos municípios permanecem sem cobertura adequada, especialmente no semiárido, onde a seca prolongada torna o abastecimento instável e evidencia a necessidade de uma gestão mais integrada dos recursos hídricos.
Outro desafio importante está na infraestrutura de transportes e logística. As rodovias estaduais, em grande parte deterioradas, dificultam o escoamento da produção agrícola e industrial. Projetos estratégicos como a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) e o Porto Sul, em Ilhéus, avançam lentamente, comprometendo a integração modal necessária para reduzir custos logísticos e ampliar a competitividade econômica. Nas áreas urbanas, problemas de mobilidade, déficit habitacional e ocupações irregulares pressionam os sistemas de drenagem, energia e transporte, agravando os impactos sociais e ambientais.
Por fim, a Bahia precisa lidar com questões estruturais de gestão, financiamento e resiliência climática. A burocracia, a insegurança jurídica em parcerias público-privadas e a dificuldade em equilibrar manutenção e expansão de obras são entraves constantes. Além disso, os efeitos das mudanças climáticas, secas prolongadas no interior e enchentes nas cidades litorâneas, reforçam a urgência de projetos mais sustentáveis e adaptativos. O futuro da infraestrutura baiana depende de uma atuação coordenada entre governo, iniciativa privada e sociedade civil, capaz de transformar o potencial já existente em desenvolvimento inclusivo e duradouro.
Projetos estruturantes do governo estadual
O governo da Bahia tem apostado em projetos estruturantes para impulsionar o desenvolvimento econômico e social do estado, com foco em áreas estratégicas como infraestrutura, saneamento, energia e educação. Entre os destaques está o Programa de Infraestrutura Sustentável, desenvolvido em parceria com o Banco Mundial, que busca modernizar a malha viária e energética da Bahia. A iniciativa pretende não apenas reduzir os custos logísticos e melhorar a competitividade regional, mas também tornar as obras mais resilientes aos efeitos das mudanças climáticas, como secas prolongadas e chuvas intensas.
No campo da logística e transporte, investimentos significativos estão sendo realizados na infraestrutura portuária, aeroportuária e hidroviária. A ampliação do Aeroporto de Barreiras, a construção do Terminal da Bamin no Porto Sul, em Ilhéus, e a expansão da Hidrovia do São Francisco são exemplos de iniciativas que prometem fortalecer a integração modal no estado. Essas obras são estratégicas para escoar a produção agrícola, mineral e industrial, garantindo maior competitividade à economia baiana e atraindo novos investimentos.
A área de saneamento e segurança hídrica também tem recebido atenção especial. Em Salvador e na Região Metropolitana, estão em andamento obras que somam mais de R$126 milhões, incluindo a ampliação da adutora de água bruta do Canal de Pedra do Cavalo e a expansão da rede de esgotamento sanitário. A meta é alcançar 97% de cobertura de esgoto na capital, ao mesmo tempo em que obras como barragens, adutoras e canais no interior buscam garantir segurança hídrica para o semiárido, região mais vulnerável aos impactos da seca.
Outro eixo central dos projetos estruturantes é a educação, com a construção e modernização de escolas estaduais e a implantação de usinas fotovoltaicas nas unidades de ensino. O objetivo é melhorar a qualidade da infraestrutura educacional, ampliar a oferta de ensino profissionalizante e tornar os espaços escolares mais sustentáveis. Essa iniciativa reforça a visão de que o desenvolvimento da Bahia deve ser pensado de forma integrada, unindo crescimento econômico, inclusão social e responsabilidade ambiental.
O papel da infraestrutura no crescimento econômico da Bahia
A infraestrutura desempenha um papel essencial no crescimento econômico da Bahia, funcionando como base para a atração de investimentos, a melhoria da competitividade e a integração regional. Estradas, portos, ferrovias, redes de energia, saneamento e conectividade digital são fatores que condicionam a capacidade produtiva do estado e influenciam diretamente a qualidade de vida da população. Assim, investir em infraestrutura não significa apenas erguer obras físicas, mas criar condições para que setores estratégicos da economia, como o agronegócio, a indústria, o turismo e os serviços, possam se expandir de maneira sustentável.
No setor energético, por exemplo, a Bahia se consolidou como líder nacional na geração de energia renovável, com destaque para parques eólicos e solares que atraem bilhões de reais em aportes privados. Essa produção não apenas abastece o mercado interno, mas também posiciona o estado como polo de inovação e sustentabilidade, criando novas cadeias produtivas ligadas ao hidrogênio verde e à indústria de baixo carbono. Contudo, os gargalos na transmissão e distribuição de energia mostram que a infraestrutura precisa acompanhar a expansão produtiva para evitar sobrecargas e garantir eficiência.
Outro ponto crucial é a infraestrutura logística, que conecta a produção agrícola e mineral do interior aos grandes centros consumidores e ao mercado externo. Projetos como a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) e o Porto Sul, em Ilhéus, são estratégicos para reduzir custos de transporte e ampliar a competitividade da Bahia em mercados globais. Ao mesmo tempo, a melhoria das rodovias estaduais e a modernização de aeroportos regionais favorecem tanto o escoamento da produção quanto o fortalecimento do turismo, um setor vital para a economia baiana.
Por fim, a infraestrutura social, saneamento, mobilidade urbana e educação, também é decisiva para o crescimento econômico. Obras de abastecimento de água e esgoto contribuem para a saúde pública e a produtividade da população, enquanto escolas modernas e sustentáveis ampliam a qualificação da mão de obra. Dessa forma, a infraestrutura na Bahia não deve ser vista apenas como suporte físico, mas como instrumento estratégico de desenvolvimento, capaz de reduzir desigualdades regionais, atrair investimentos e consolidar o estado como referência em sustentabilidade e inovação no Brasil.
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