‘Jaguatirica TikToker’ é resgatada de cativeiro em fazenda no Pará

Uma ‘jaguatirica TikToker’ mantida ilegalmente em cativeiro no município de Uruará, no sudoeste do Pará, foi resgatada na última segunda-feira (14) por agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O animal era usado em vídeos publicados por uma influenciadora digital, que utilizava sua imagem nas redes sociais para fins de monetização.

Segundo o Ibama, o felino era exposto a situações impróprias para um animal silvestre. Em vídeos postados pela responsável, a jaguatirica aparecia no colo da influenciadora, deitada em uma cama, interagindo com cães, gatos, galinhas e até um cavalo, além de ser alimentada com dieta inadequada à espécie.

Durante a vistoria, os agentes encontraram a jaguatirica sobre um guarda-roupa em um quarto da residência, com livre acesso a toda a casa — incluindo áreas onde eram armazenados herbicidas, o que representava risco à sua saúde. Cães da propriedade apresentavam sinais de leishmaniose, doença transmissível a felinos e seres humanos, com potencial de causar morte.

O animal foi encaminhado ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama, onde passará por reabilitação antes de uma possível reintrodução ao ambiente natural.

A influenciadora foi autuada com multas que somam R$ 10 mil, com base na Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/1998), que proíbe a posse e exploração de animais silvestres sem autorização legal. Ela também foi notificada a remover as imagens da jaguatirica das redes sociais, sob pena de multa diária em caso de descumprimento.

 

 

 

 

 

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Ainda não há confirmação sobre a origem do animal. “O animal pode ter sido vítima da caça da mãe ou ela pode ter se ausentado para buscar alimento e ele foi subtraído do habitat, o que configura crime”, explicou o superintendente do Ibama no Pará, Alex Lacerda de Souza.

Ele reforça que a interação com humanos e animais domésticos compromete a conservação da fauna silvestre. “Animais silvestres devem ser mantidos na natureza e não em contato com animais domésticos nem seres humanos. Só assim garantiremos a conservação dessas espécies”, concluiu.

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