O CEO influenciador: quando a liderança se torna mídia
Artigo de Matheus Lins, fotógrafo e fundador da produtora Trinta Dezessete, traz os desafios da liderança e as estratégias para o uso da mídia
Por Da redação.
Fonte: Matheus Lins*
Com a crescente valorização da transparência, o papel do líder corporativo deixou de ser restrito à gestão de negócios para se expandir ao campo da comunicação. O chamado CEO influenciador surge como resposta a um cenário em que a confiança do público nas marcas está cada vez mais vinculada a quem as lidera.
Não é por acaso que figuras como Luiza Helena Trajano e João Adibe tornaram-se referências de influência corporativa, reforçando valores de suas companhias diretamente, sem intermediários.

A crise de atenção nas redes sociais intensificou esse movimento. Enquanto campanhas publicitárias tradicionais enfrentam barreiras, os bastidores da rotina de um executivo, compartilhados com autenticidade, conseguem gerar engajamento orgânico e construir capital simbólico.
Em um ambiente de desconfiança e excesso de mensagens comerciais, o rosto do CEO passou a ser o filtro de credibilidade da própria companhia. Afinal, o público quer ver não apenas o produto, mas quem está por trás dele.
Assim, a liderança se transforma em um canal de comunicação de alto impacto — um ativo estratégico tão relevante quanto inovação ou branding.
Líderes ativos ampliam atratividade para talentos e investidores
Esse novo comportamento exige dos líderes habilidades de comunicação, clareza de narrativa e consistência editorial, coisas que antes ficavam restritas aos departamentos de marketing.
Agora, a liderança entra em cena como ativo estratégico de mídia própria, capaz de humanizar a empresa, reforçar cultura interna, atrair talentos e gerar percepção de valor no mercado.
E não basta aparecer uma vez. O impacto vem da presença recorrente, com conteúdo distribuído em redes como LinkedIn, Instagram e YouTube, onde a linha entre o profissional e o pessoal é tênue, mas poderosa.
De acordo com estudo do LinkedIn, 75% dos candidatos avaliam a presença digital dos líderes antes de aceitar uma proposta de emprego.

O executivo como mídia: uma mudança de mentalidade
Segundo estudo da McKinsey, 71% dos consumidores esperam experiências personalizadas e 76% se frustram quando não as encontram. Esse dado reforça que a audiência busca proximidade, voz humana e autenticidade.
A fala de um CEO, quando estruturada estrategicamente, consegue atender a essa expectativa de forma mais eficaz do que campanhas genéricas. Não se trata de vaidade: é sobre oferecer ao mercado transparência e propósito em um cenário de competição acirrada por atenção e confiança.
Isso gera engajamento tanto para novos talentos como investidores, que passam a enxergar alinhamento entre discurso e prática.
O CEO influenciador é tendência ou novo padrão da comunicação empresarial?
Os números mostram que não se trata de moda passageira, mas de um novo paradigma. Um levantamento global da PwC (2023) indica que 89% dos executivos acreditam que a presença ativa de líderes em redes sociais será determinante para a competitividade das empresas até 2026.
Na prática, isso significa que a ausência do líder nos canais digitais já não é neutra: é interpretada como silêncio. E silêncio, no contexto atual, custa caro em termos de reputação, engajamento e negócios.
Marcas já não são apenas o que declaram em campanhas: são também aquilo que seus líderes comunicam diariamente. A era do CEO influenciador redefine a liderança: além de gerir resultados, é preciso conduzir narrativas.
*Matheus Lins - Fotógrafo e fundador da produtora Trinta Dezessete
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