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Cresce número de pessoas que furta objetos essenciais em Salvador; conheça a história de uma delas

Fazendo uma comparação com o número de furtos em geral, de 2017 a 2021, os flagrantes por crimes famélicos dobraram, de 11,5% para 20,25%. 

Por Da Redação

Cresce número de pessoas que furta objetos essenciais em Salvador; conheça a história de uma delas ilustrativa

Cresceu o número de pessoas que se encontram presas em Salvador por roubar itens básicos de sobrevivência, como comida, produtos de higiene e remédios, por exemplo. A Defensoria Pública da Bahia fez um levantamento de dados que confirma as prisões atreladas a esses tipos de caso, nos últimos cinco anos. 


Fazendo uma comparação com o número de furtos em geral, de 2017 a 2021, os flagrantes por crimes famélicos dobraram, de 11,5% para 20,25%. 


Foi o que aconteceu Patrícia, 28 anos. Ela perdeu o emprego como diarista e precisou morar na rua estando grávida e com mais três filhos de 1, 3 e 4 anos. Desobedecer uma lei foi a única saída para a mãe, que acabou presa por furtar proudtos de higiene e alimento na unidade de uma rede para conseguir oferecer comida aos pequenos. 


Patrícia morava em um pequeno quarto, mas foi despejada por não conseguir pagar os R$ 300 do aluguel. O delito aconteceu em um sábado, ainda no final de janeiro. Ela foi aborada pela segrança da loja e foi encaminhada para o Núcleo de Prisão em Flagrante (NPF), onde a Defensoria Pública funciona, todos os dias, em regime de plantão.


Patrícia contou à Defensoria que foi cooptada por uma mulher, que a entregou uma mochila com os itens dentro, com a promessa de pagar um pequeno valor em dinheiro.


O valor seria utilizado para comprar comida e suprir as nescessidades dos filhos. A ideia era sair da loja com a mochila, mas o alarme foi acionado e não houve saída. Foi detida. Já a mentora fugiu do shopping.


De acordo com a defensora pública Flávia Apolônio, plantonista que acompanhou Patrícia na audiência de custódia, a decretação da liberdade provisória foi solicitada com prioridade ao juiz, sem fiança, por causa da situação de miserabilidade da assistida da Defensoria.


"Um aspecto me chamou muitissímo atenção. Ela era muitíssimo magra, mesmo grávida, com um pouco de barriga. Chegou à defensoria abatida e preocupada com as crianças, que estavam sendo cuidadas por outra mulher, que também está em situação de rua", conta a defensora. 


De acordo com Flávia, o magistrado atendeu de imediato ao pedido e concedeu Alvará de Soltura, negando a prisão preventiva solicitada pelo Ministério Público. A decisão judicial alega não ser razoável mantê-la presa, inclusive “para evitar os efeitos deletérios causados pelo cárcere”.


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