Lava Jato: Cardozo disse que não há fatos que envolvam Dilma em corrupção
Lava Jato: Cardozo disse que não há fatos que envolvam Dilma em corrupção
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse neste sábado que a presidente Dilma Rousseff (PT) não será investigada porque ?não há fatos, não há indícios? que a envolvem no esquema de corrupção na Petrobras. Dilma não está na lista da Lava Jato, definida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e aceita pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Cardozo convocou entrevista coletiva para sair em defesa da presidente, dizendo que a petição de Zavascki não foi interpretada corretamente por alguns veículos da imprensa.
?É equivocada a leitura de que a presidente Dilma não foi investigada em decorrência do artigo 86 da Constituição. A presidente não foi investigada, primeiro, porque não há fatos, não há indícios. Não há nada a arquivar?, disse o ministro.
De acordo com Cardozo, alguns jornais afirmaram que a presidente só não seria investigada por conta do dispositivo da Constituição. O ministro, então, fez questão de ler trechos da petição do STF e entregou cópias do documento aos jornalistas: ?(…) a rigor, nada há a arquivar em relação à presidente da República. Aliás, ainda que assim não fosse, é certo que, nos termos da Constituição Federal, ?o presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos aos exercícios de suas funções?, diz a petição de Zavascki.
Para Cardozo, a menção à Constituição era apenas um ?reforço jurídico a uma argumentação?. ?Mesmo que não houvesse esse artigo na Constituição, não há indício para abrir nenhuma investigação. Me parece clara a conclusão do ministro Teori?, disse. ?Houve deturpação daquilo que consta?, continuou.
Interferência do Planalto
Cardozo também reafirmou que o Planalto não interferiu de forma alguma nas decisões do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que foram acatadas pelo ministro Zavascki.
?Nos parece que, se no passado ocorria isso, hoje não acontece mais?, afirmou Cardozo, para quem ?o Brasil passou a ter instituições sólidas nos últimos 12 anos?.
?Imaginar que o governo possa ter algum tipo de interferência para proteger aliados ou punir quem quer que seja não se sustenta?, continuou o ministro. ?Essa tese é absolutamente inverossímil. Jamais o governo interveio, influenciou ou fez gestões para que delações premiadas seguissem nessa linha ou outra.?
No final, Cardozo brincou que, se fosse esse o caso, ele seria como o rei Luís XIV, da França, que afirmava ?o Estado sou eu?. ?Não sei se a crítica (de influência) é a mim, ao procurador-geral da República ou ao ministro Teori Zavascki. O ministro Zavascki acatou o que disse Janot. Eu teria influenciado os dois? Que poder é esse que eu tenho de influenciar ministro da suprema Corte e procurador-geral da República??, disse.