Análise: déjà vu "Bellintani Carneiro" leva dupla Ba-Vi para resto de temporada perigoso, com cálculos para não cair. De novo
Em 2020, o Bahia só se safou da degola na penúltima rodada da Série A após golear o Fortaleza, já o Vitória ficou a três posições do Z-4 para Terceirona.
Criada pelo parapsicólogo Émile Boirac, no século 18, a expressão déjà vu significa “já visto” em francês. Boirac acreditava que o déjà vu era um flashback de outras reencarnações. Uma coisa é certa: olhando as atuais tabelas da Série A e B do Campeonato Brasilieiro, torcedores de Bahia e Vitória não querem saber dessa expressão.
E não é por menos. Assim como em 2020, o Esquadrão de Aço "flerta" com a zona de rebaixamento. É o atual 15º colocado, com 18 pontos e a dois do Z-4. O Leão, por sua vez, mantém praticamente uma relação de "união estável" com a zona de baixo da tabela. O Rubro-Negro é 18º, com míseros 19 pontos em 20 jogos.
Ao montar o grupo para a temporada 2021, a diretoria do Bahia "vendeu" a ilusão de brigar por grandes objetivos. A expectativa era de chegar longe na Copa do Brasil - foi eliminado para o Atlético-MG nas oitavas; quem sabe conquistar o título da Sul-Americana - sucumbiu diante do Montevideo City Torque.
Como peças de dominó enfileiradas, os sonhos estão caindo um a um: nem mesmo o título baiano veio - em 2021, o Atlético de Alagoinhas levantou o troféu -. O título da Copa do Nordeste foi propulsor para sonhos, que, cada vez mais, parece intangíveis.
Terminar a temporada rebaixado para a Série B seria trágico para a diretoria tricolor e embaraçoso para os torcedores. Mas o que está tão errado para o clube? Contratações mal feitas? A rotatividade no comando do time? Com a recente chegada do argentino Diego Dabove, o clube acumula seis treinadores na 'Era Guilherme Bellintani'.
VERMELHO E PRETO
Do lado rubro-negro, a situação é ainda pior. Afundado em uma crise financeira sem precedentes, o presidente Paulo Carneiro resolveu mudar o perfil das contratações. Ao contrário da temporada 2020, qunado investiu no reforço de atletas que haviam se destacado na Série B anterior, entre eles Vico e Fernando Neto, o mandatário rubro-negro tentou repetir a fórmula que lhe alçou ao sucesso no clube na década de 90: investir na base. Em vão.
Exceto por uma campanha razoável na Copa do Brasil - chegou às oitavas de final, mas acabou derrotado pelo Grêmio -, o Vitória faz uma péssima temporada. No Baianão, sequer avançou à fase final; na Copa do Nordeste foi, mais uma vez, eliminado pelo Ceará. Atualmente, flerta com um rebaixamento para a Série C.
Na opinião do jornalista e comentarista do SporTV, Sérgio Xavier, Bahia e Vitória têm problemas singulares. Enquanto o Tricolor 'sofre' com o impacto da boa gestão, o Rubro-Negro se martiriza com a ausência da mesma.
Jornalista faz análise da temporada 2021 da dupla Ba-Vi, que, mais um ano, luta contra o rebaixamento. Confira: pic.twitter.com/9O0VNQCbAP
— Aratu On (de 🏠) (@aratuonline) August 27, 2021
HISTÓRICO DE DESASTRE
Não é novidade a dupla Ba-Vi viver, em conjunto, o drama de um possibilidade de rebaixamento. A geração Z talvez não se lembre, ou, na verdade, tampouco, saiba. Mas, os "millennials"...sim.
Não é a primeira vez que tricolores e rubro-negros enfrentam, juntos, o fantasma do rebaixamento. Nas últimas duas décadas, as equipes caíram abraçadas em duas oportunidades: 2005 e 2014.
Em 2005, o futebol baiano viu o fundo do poço. Vitória e Bahia decepcionaram e foram rebaixados para a Série C do Campeonato Brasileiro. Naquele ano, o Tricolor de Aço sucumbiu diante do Paulista por 3 a 2, em Jundiaí. Já os Leões, vices em 1993, empataram por 3 a 3 com a Portuguesa, em Salvador, e foram rebaixados graças à virada do CRB sobre o Criciúma, 2 a 1, em Criciúma, no Heriberto Hulse, jogo que só terminou após o apito final no Barradão.
Em meio à reformulação do Brasileirão, que alterou o número de clubes por divisão de 22 para 20, os dois times ficaram entre as seis piores campanhas da Série B. O Rubro-Negro foi o 17º, com 27 pontos. O Tricolor terminou em 18º, com 25.
Curiosamente, o ano de 2005 encerrou a primeira passagem de Paulo Carneiro pelo Vitória, um dirigente vitorioso, mas que deixou o clube pela porta dos fundos. O ano de foi marcado pelo atraso de salários de funcionários e jogadores, coisa que voltou a ser rotina no clube nos últimos anos e segue em 2020/21.
Em 2014, o 'déjà vu'. Naquela época, fora de campo, o Bahia viveu um ano de transição após o impeachment de Marcelo Guimarães Filho (MGF). Já o Vitória acumulou eliminações precoces e momentos conturbados.
Resultado? Nova queda abraçados para Série B. As posições foram iguais às do rebaixamento para a Série C: Vitória em 17º, dessa vez com 38 pontos, e Bahia em 18º, com 37. O primeiro voltou à elite em 2015, para cair de novo em 2018. O segundo, em 2016, e permanece até hoje.
NÚMEROS PERIGOSOS
De acordo com as projeções dos matemáticos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), apesar de o segundo turno ter começado "agora", com atuais 19 pontos, em 20 jogos, o Vitória tem 58% de queda para Terceirona. O Bahia, por sua vez, ostenta 38,9% de chances de rebaixamento à Série B em 2022.
Para o ex-jogador e comentarista da Aratu na Copa do Nordeste, Emerson Ferreti, Bahia e Vitória criaram "uma falsa expectativa" no início do Brasileirão. Agora, a dupla convive com uma instabibilidade extracampo e precisa equacionar tal situação o quanto antes.
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