Salvador completou neste s&aacute;bado (29), 476 anos de uma rica e bela hist&oacute;ria. Para comemorar, uma grande programa&ccedil;&atilde;o festiva foi organizada pela Prefeitura.
Na noite deste domingo (30), as comemora&ccedil;&otilde;es est&atilde;o acontecendo no Centro Hist&oacute;rico da primeira capital federal. Toda movimenta&ccedil;&atilde;o est&aacute; sendo acompanhada e registrada pelo rep&oacute;rter do Aratu On, Murilo Motta.
Confira:
<a title="YouTube video player" href="&lt;iframe width="><iframe title="YouTube video player" src="https://www.youtube.com/embed/59UH2e4WLys?si=mAWxZ0FqN99q3XoT" width="560" height="315" frameborder="0" allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe></a>

Se a gente j&aacute; acha que viveu muito e viu muita coisa antes dos 30, imagina uma cidade de 476 anos? A aniversariante do dia, Salvador, j&aacute; protagonizou momentos hist&oacute;ricos que mudaram o Brasil e o mundo: al&eacute;m de ter sido a primeira capital do pa&iacute;s, Soter&oacute;polis, a Terra do Sol, j&aacute; foi motivo de disputa entre outras na&ccedil;&otilde;es e a principal respons&aacute;vel pela Independ&ecirc;ncia do Brasil.
Para marcar os <a href="https://aratuon.com.br/cidade/aniversario-de-salvador-tera-pablo-vittar-e-russo-passapusso-veja-lista" target="_blank" rel="noopener">476 anos da capital baiana</a>, o historiador Rafael Dantas, especialista em Salvador, respondeu &agrave; seguinte pergunta: se voc&ecirc; tivesse que apontar cinco momentos hist&oacute;ricos para recontar a hist&oacute;ria da cidade, quais seriam? No final, foi tanta coisa que n&atilde;o deu para ficar s&oacute; em cinco.&nbsp;"&Eacute; dif&iacute;cil, porque s&atilde;o v&aacute;rios momentos de muita atua&ccedil;&atilde;o, de muitas viv&ecirc;ncias, de muitas trocas", comentou ele. Confira, abaixo, os fatos levantados pelo historiador.
+&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/cidade/cultura-esporte-e-mais-veja-programacao-do-aniversario-de-salvador" target="_blank" rel="noopener">Cultura, esporte e mais: veja programa&ccedil;&atilde;o do anivers&aacute;rio de Salvador</a>
+&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/cidade/salvador-476-anos-conheca-as-maiores-lendas-urbanas-da-capial-baiana" target="_blank" rel="noopener">Salvador 476 anos: conhe&ccedil;a as maiores lendas urbanas da capital baiana</a>
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/c34c94df-48fd-467e-879d-0e024cb1702d.jpg?width=838&amp;height=625" alt="Foto: Lucas Moura/Secom">
<h2 style="text-align: justify;">Salvador e a chegada dos primeiros navios</h2>
"Primeiro, teria que elencar esse momento de in&iacute;cio, n&eacute;? Da chegada do ent&atilde;o governador Tom&eacute; de Sousa, em mar&ccedil;o de 1549, para a cria&ccedil;&atilde;o da Fortaleza do Salvador, que se tornaria a cidade do Salvador", come&ccedil;ou Dantas. De l&aacute; at&eacute; aqui, a cidade nunca deixou de ter habitantes, e est&aacute; entre as mais antigas continuadamente habitadas do continente americano, al&eacute;m de ser o primeiro munic&iacute;pio planejado do Brasil.
"Esse momento marca, evidentemente, o in&iacute;cio da ocupa&ccedil;&atilde;o, e de todas as viol&ecirc;ncias inseridas nesse processo, al&eacute;m da imposi&ccedil;&atilde;o do poder portugu&ecirc;s", detalhou ele.
+ <a href="https://aratuon.com.br/cidade/em-primeiro-lugar-momentos-em-que-salvador-foi-pioneira-na-historia" target="_blank" rel="noopener">Em primeiro lugar: momentos em que Salvador foi pioneira na hist&oacute;ria</a>
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/82d26b33-45e8-43b0-92b5-3d002ef3a76a.png?width=2299&amp;height=1744" alt="Imagem: Arquivo P&uacute;blico">
<h2 style="text-align: justify;">Salvador e invas&atilde;o holandesa</h2>
Portugal tomou a Bahia dos povos origin&aacute;rios que viviam aqui, e os holandeses quase tomaram Salvador de Portugal 75 anos depois da funda&ccedil;&atilde;o da capital, em 1624. Em 9 de maio daquele ano, 26 navios e cerca de 3.400 holandeses chegaram &agrave; Bahia e, com o objetivo de enfraquecer os colonizadores ib&eacute;ricos e fincar ra&iacute;zes por aqui para controlar a produ&ccedil;&atilde;o de a&ccedil;&uacute;car, bombardearam Salvador, trazendo preju&iacute;zos &agrave; cidade.
Mas, menos de um ano depois, em mar&ccedil;o de 1625, uma armada luso-espanhola de mais de 50 navios pegou a cidade de volta.
Para Rafael Dantas, esse evento tamb&eacute;m est&aacute; entre os mais importantes da nossa hist&oacute;ria. "Esse momento foi muito relevante, a reconquista da cidade do Salvador pelos portugueses e espanh&oacute;is, l&aacute; em 1625. Isso &eacute; algo muito significativo para recordarmos, que marcou a hist&oacute;ria e os rumos da cidade naquele contexto", destacou.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/6fda7937-e8bd-4623-b293-090d4ebd4dde.jpg?width=2400&amp;height=1865" alt="Foto: Atlas do Patrim&oacute;nio M&uacute;tuo e da Biblioteca Nacional dos Pa&iacute;ses Baixos">
<h2 style="text-align: justify;">Mudan&ccedil;a de capital</h2>
Salvador carregou o t&iacute;tulo de capital do Brasil por 214 anos, at&eacute; que, em 1763, o governo foi transferido para o Rio de Janeiro. A capital baiana havia sido primeiramente escolhida por estar na regi&atilde;o Nordeste, que era a principal produtora de a&ccedil;&uacute;car e pau-brasil, e pela facilidade de exportar os produtos no porto da cidade.
Mas, dois s&eacute;culos depois, os interesses mudaram: agora, Portugal queria ouro, e a descoberta do metal e de pedras preciosas em Minas Gerais fez a coroa portuguesa levar o centro administrativo do Governo Geral do Brasil para o sudeste.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/4f6be26f-c107-4c36-9652-d5f9fe2330c1.jpg?width=3888&amp;height=5184" alt="Foto: Ilustrativa/Pexels">
<h2 style="text-align: justify;">Conjura&ccedil;&atilde;o Baiana</h2>
A Conjura&ccedil;&atilde;o Baiana, tamb&eacute;m conhecida como Revolta dos Alfaiates ou Revolta dos B&uacute;zios, foi um movimento de car&aacute;ter libert&aacute;rio que aconteceu no final do s&eacute;culo 18. Diferente da Inconfid&ecirc;ncia Mineira, considerada uma "revolta elitista", a Conjura&ccedil;&atilde;o Baiana foi um movimento popular, com a participa&ccedil;&atilde;o de diversos segmentos da popula&ccedil;&atilde;o, incluindo sapateiros, bordadores, ex-escravos, escravos e alfaiates.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/d62007fb-f85f-4a48-af3f-ed06397277f5.webp?width=685&amp;height=391" alt="Foto: Arquivo P&uacute;blico">
Os participantes da revolta defendiam a independ&ecirc;ncia do Brasil e maior igualdade racial, a cria&ccedil;&atilde;o de um governo republicano e democr&aacute;tico, al&eacute;m da abertura dos portos e do aumento dos sal&aacute;rios para os soldados. "Foi um evento que marcou toda uma &eacute;poca", ressaltou Rafael Dantas.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/9201d96b-e037-4d06-a274-ae8e9baf985b.jpg?width=800&amp;height=521" alt="Foto: Acervo Art&iacute;stico-Cultural dos Pal&aacute;cios do Governo">
<h2 style="text-align: justify;">Independ&ecirc;ncia</h2>
Se a chegada dos colonizadores portugueses em Salvador mudou a hist&oacute;ria do pa&iacute;s, da Am&eacute;rica Latina e do mundo, a sa&iacute;da, ou melhor, expuls&atilde;o, tamb&eacute;m deixou um marco. A Independ&ecirc;ncia do Brasil na Bahia aconteceu em 2 de julho de 1823, e at&eacute; hoje &eacute; uma das principais datas comemorativas do estado, especialmente em Salvador e no Rec&ocirc;ncavo Baiano.
"Toda a movimenta&ccedil;&atilde;o pela nossa independ&ecirc;ncia aconteceu com a participa&ccedil;&atilde;o popular de negros e de diversos agentes, como mulheres, por exemplo", disse o historiador.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/002254b5-d6e2-4682-9c0d-d092e5ec3e27.jpg?width=6720&amp;height=4480" alt="Foto: Bruno Concha/Ascom">
<h2 style="text-align: justify;">Revolta dos Mal&ecirc;s</h2>
A Revolta dos Mal&ecirc;s foi um levante de escravizados que aconteceu em Salvador, em 24 de janeiro de 1835, e at&eacute; hoje &eacute; considerada a maior revolta de escravizados da hist&oacute;ria do Brasil. O movimento foi realizado por africanos de origem mu&ccedil;ulmana, conhecidos como "mal&ecirc;s", que lutavam, de forma bem estruturada, contra a escravid&atilde;o e &agrave; opress&atilde;o nas fazendas. "Foi um levante extremamente significativo para a nossa hist&oacute;ria", comentou ele.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/5e7769df-3bf6-47ef-ae9d-f7482db80529.webp?width=1170&amp;height=700" alt="Foto: Ag&ecirc;ncia Brasil">
<h2 style="text-align: justify;">Uma nova cidade</h2>
Para terminar, vamos dar um pulo de 1835 para os anos 1960. Nesse per&iacute;odo, Salvador passou por diversas reformas urbanas, e a Regi&atilde;o Metropolitana ganhou um polo petroqu&iacute;mico, transformando a geografia, pol&iacute;tica e economia da regi&atilde;o. "Foi um dos momentos mais significativos da hist&oacute;ria da cidade no sentido de se pensar uma cidade diferente", concluiu o historiador.
Hoje, o lugarzinho que come&ccedil;ou como uma fortaleza, virou a primeira capital do imp&eacute;rio e se tornou palco das revolu&ccedil;&otilde;es mais importantes do pa&iacute;s, al&eacute;m de ser um ber&ccedil;o de cultura, &eacute; a quinta maior cidade do Brasil - e o baiano sempre foi, e continua a ser, um povo a mais de mil.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/61d7eff9-5748-4748-9ad5-ce5d9bcc1acb.jpg?width=6000&amp;height=4000" alt="Foto: Ilustrativa/Pexels">

Se o baiano n&atilde;o nasce, estreia, Salvador acontece, inventa, e chega na frente em tudo. Voc&ecirc; sabia que o primeiro farol do Brasil foi constru&iacute;do na capital baiana? A primeira biblioteca p&uacute;blica do pa&iacute;s e da AM&Eacute;RICA LATINA tamb&eacute;m &eacute; daqui! E esse pioneirismo todo n&atilde;o para por a&iacute;: o Elevador Lacerda foi o primeiro elevador urbano DO MUNDO, a primeira faculdade de medicina do pa&iacute;s &eacute; soteropolitana e, s&oacute; para lembrar, a primeira capital do Brasil foi Salvador.
Confira, abaixo, alguns desses principais marcos hist&oacute;ricos da nossa cidade, que, no pr&oacute;ximo s&aacute;bado (29), <a href="https://aratuon.com.br/cidade/aniversario-de-salvador-tera-pablo-vittar-e-russo-passapusso-veja-lista" target="_blank" rel="noopener">completa 476 aninhos de vida</a>.
+ <a href="https://aratuon.com.br/cidade/cultura-esporte-e-mais-veja-programacao-do-aniversario-de-salvador" target="_blank" rel="noopener">Cultura, esporte e mais: veja programa&ccedil;&atilde;o do anivers&aacute;rio de Salvador</a>
+ <a href="https://aratuon.com.br/cidade/salvador-476-anos-conheca-as-maiores-lendas-urbanas-da-capial-baiana" target="_blank" rel="noopener">Salvador 476 anos: conhe&ccedil;a as maiores lendas urbanas da capital baiana</a>
<h2 style="text-align: justify;">Salvador: primeira capital do Brasil</h2>
Para come&ccedil;ar, Salvador foi a primeira capital do Brasil. No dia 29 de mar&ccedil;o de 1549, a armada portuguesa ancorou no Porto da Barra, trazendo quase mil colonos, soldados e mission&aacute;rios. A expedi&ccedil;&atilde;o foi comandada por Tom&eacute; de Sousa, o primeiro governador-geral do Brasil. Carregamos o t&iacute;tulo de capital por 214 anos, antes da transfer&ecirc;ncia do governo para o Rio de Janeiro.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/5a7309f3-2626-47c4-9747-a04fbe5acbc5.jpg?width=2674&amp;height=3256" alt="Foto: Ilustrativa/Pexels">
<h2 style="text-align: justify;">Primeiro farol</h2>
Talvez, quando voc&ecirc; olha para um dos principais cart&otilde;es postais de Salvador, o Farol da Barra, o solinho de "Selva Branca", escrita por Carlinhos Brown e cantada por Chiclete com Banana, comece a tocar na sua cabe&ccedil;a. O c&eacute;u azul, o calor e a lembran&ccedil;a de um dia de ver&atilde;o em pleno Carnaval tamb&eacute;m est&atilde;o l&aacute;, enriquecendo ainda mais essa mem&oacute;ria.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/662cca49-bab5-451f-9afa-653e0f68df5c.jpeg?width=2773&amp;height=4160" alt="Foto: Ag&ecirc;ncia Fred Pontes">
E essa constru&ccedil;&atilde;o, t&atilde;o especial para os baianos, foi inaugurada em 1698, se tornando o primeiro farol do Brasil. Na &eacute;poca, ele foi projetado para orientar a navega&ccedil;&atilde;o na Ba&iacute;a de Todos-os-Santos, um dos maiores e mais movimentados portos do Brasil na &eacute;poca. Ainda bem!
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/efbdf34a-8536-4910-ab82-a6549925db4e.jpg?width=724&amp;height=438" alt="Foto: Minuto N&aacute;utico">
<h2 style="text-align: justify;">Faculdade de Medicina</h2>
A primeira escola de n&iacute;vel superior e primeiro curso de medicina do Brasil foram fundados em Salvador. Criada em 1808, a Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (Ufba), que na &eacute;poca se chamava Escola de Cirurgia da Bahia, foi inaugurada em 1808, por Dom Jo&atilde;o VI, rec&eacute;m-chegado de Portugal. A institui&ccedil;&atilde;o foi instalada no Real Hospital Militar, no Terreiro de Jesus, no Centro Hist&oacute;rico. Ainda hoje, as cerim&ocirc;nias de formaturas do curso de medicina da Ufba s&atilde;o feitas l&aacute;!
No livro "1808: como uma rainha louca, um pr&iacute;ncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napole&atilde;o e mudaram a Hist&oacute;ria de Portugal e do Brasil", o historiador Laurentino Gomes ressaltou que, ao chegar na Bahia, o rei portugu&ecirc;s fez quest&atilde;o de investir na cultura, com&eacute;rcio e defesa da cidade.
&ldquo;Em Salvador, Dom Jo&atilde;o aprovou a cria&ccedil;&atilde;o da primeira escola de medicina do Brasil e os estatutos da primeira companhia de seguros, batizada Com&eacute;rcio Mar&iacute;timo. Tamb&eacute;m deu licen&ccedil;a para a constru&ccedil;&atilde;o de f&aacute;brica de vidro e outra de p&oacute;lvora, autorizou o governador a estabelecer a cultura e a moagem do trigo, mandou abrir estradas e encomendou um plano de defesa e fortifica&ccedil;&atilde;o da Bahia&rdquo;.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/ba63b4d9-f49a-4d60-b80f-e86c8fe8d070.jpg?width=4320&amp;height=3240" alt="Foto: Divulga&ccedil;&atilde;o">
<h2 style="text-align: justify;">Biblioteca Central</h2>
J&aacute; que estamos na &aacute;rea de educa&ccedil;&atilde;o, vai aqui uma informa&ccedil;&atilde;o que voc&ecirc; talvez n&atilde;o tenha: a Biblioteca Central do Estado da Bahia, que fica nos Barris, em Salvador, foi a primeira biblioteca p&uacute;blica do Brasil e da Am&eacute;rica Latina. Inaugurada em 1811, o espa&ccedil;o precisou passar mudan&ccedil;as por ap&oacute;s perder uma grande parte do acervo por conta de bombardeios de lutas pol&iacute;ticas entre oligarquias da Rep&uacute;blica Velha, em 1912. Confira, abaixo, como era o espa&ccedil;o em um cart&atilde;o postal de 1925:
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/7f0f79b6-033f-492f-85e7-06b0d4899bb7.png?width=1200&amp;height=786" alt="Foto: Lenach - Artes e Antiguidades">
Hoje, tem mais de 600 mil itens, formado por jornais antigos, obras raras, mapas, filmes, obras de artes, livros em Braille e audiolivros, livros infantis e infanto-juvenis, al&eacute;m de cole&ccedil;&otilde;es privadas adquiridas por compra ou doa&ccedil;&atilde;o.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/9849e719-0c48-45b6-baa5-34d95c243896.jpg?width=4096&amp;height=3072" alt="Foto: Ascom/FPC">
<h2 style="text-align: justify;">Elevador Lacerda</h2>
Voltando a falar em cart&otilde;es postais, o Elevador Lacerda tamb&eacute;m &eacute; pioneiro: inaugurado em 1873, ele foi o primeiro elevador urbano do mundo. Pois &eacute;! Ali&aacute;s, na &eacute;poca da constru&ccedil;&atilde;o, ele tamb&eacute;m foi considerado o mais alto do planeta! O Elevador Lacerda foi idealizado por Ant&ocirc;nio de Lacerda e conecta a Cidade Alta &agrave; Cidade Baixa, em Salvador, facilitando, at&eacute; hoje, a circula&ccedil;&atilde;o entre essas &aacute;reas. Ou seja: al&eacute;m de ponto tur&iacute;stico, ainda &eacute; transporte p&uacute;blico.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/d6f22b51-ded0-4dc4-8f6d-d2fb3a9932d4.jpg?width=4331&amp;height=2885" alt="Foto: Ilustrativa/Pexels">
<h2 style="text-align: justify;">Cidade da M&uacute;sica</h2>
Em 2015, Salvador se tornou a primeira cidade brasileira reconhecida pela Unesco como "Cidade da M&uacute;sica". Este t&iacute;tulo foi concedido pela Organiza&ccedil;&atilde;o das Na&ccedil;&otilde;es Unidas para a Educa&ccedil;&atilde;o, a Ci&ecirc;ncia e a Cultura. E, como a gente n&atilde;o cansa de impressionar, O t&iacute;tulo foi renovado em 2020, ap&oacute;s avalia&ccedil;&atilde;o de especialistas de todo o mundo. Alguns pontos considerados foram: a restaura&ccedil;&atilde;o do Centro Hist&oacute;rico, o fortalecimento da economia local por meio da criatividade, m&uacute;sica e cultura, e a preocupa&ccedil;&atilde;o da gest&atilde;o municipal com o turismo de patrim&ocirc;nio. &Eacute; a Bahia, n&eacute;?
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/eb8d0cb9-fb3c-4e2a-a09f-0b5b3a20909e.webp?width=1008&amp;height=673" alt="Foto: Betto Jr./Secom">

Muitos n&uacute;meros envolvem a &ldquo;chacina do Cabula&rdquo;, em Salvador. No dia 6 de fevereiro de 2015, nove policiais militares da Bahia atiraram 143 vezes contra 12 jovens negros, com idades entre 15 e 28 anos, na Vila Mois&eacute;s. Do total, 88 tiros os atingiram. E, nesta quinta-feira (6), completa-se uma d&eacute;cada do epis&oacute;dio que &ldquo;envergonha a Bahia&rdquo;, como disse o promotor Davi Gallo &agrave; &eacute;poca.
Dez anos, 3.652 dias. Nenhum julgamento.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/7f4dc64a-9432-4b8e-99ad-7879310cc5d1.jpg?width=1920&amp;height=1080" alt="Foto: arquivo/Aratu On">
Em entrevista coletiva depois do ocorrido, o ent&atilde;o governador Rui Costa (PT), hoje ministro da Casa Civil, <a href="https://aratuon.com.br/geral/doze-morrem-em-acao-da-pm-no-cabula-e-rui-costa-faz-comparacao-artilheiro-em-frente-ao-gol" target="_blank" rel="noopener">comparou a a&ccedil;&atilde;o da pol&iacute;cia a um &ldquo;artilheiro em frente ao gol&rdquo;</a>:
&ldquo;&Eacute; como um artilheiro em frente ao gol que tenta decidir, em alguns segundos, como &eacute; que ele vai botar a bola dentro do gol, pra fazer o gol. Depois que a jogada termina, se foi um gola&ccedil;o, todos os torcedores da arquibancada ir&atilde;o bater palmas e a cena vai ser repetida v&aacute;rias vezes na televis&atilde;o. Se o gol for perdido, o artilheiro vai ser condenado, porque se tivesse chutado daquele jeito ou jogado daquele outro, a bola teria entrado", disse.
<iframe title="Rui Costa fala sobre opera&ccedil;&atilde;o da Rondesp na Estrada das Barreiras" src="https://www.youtube.com/embed/Im2YKABgMNo" width="500" height="375" frameborder="0" allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
&Agrave; &eacute;poca, a Pol&iacute;cia Militar (PM) informou que os 12 mortos eram suspeitos de integrar uma quadrilha de assalto a banco. A Secretaria de Seguran&ccedil;a P&uacute;blica (SSP-BA) chegou a divulgar &aacute;udios que indicariam liga&ccedil;&atilde;o das v&iacute;timas com traficantes da regi&atilde;o, refor&ccedil;ando a vers&atilde;o da leg&iacute;tima defesa apresentada no inqu&eacute;rito policial.&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/geral/governo-da-bahia-confirma-afastamento-de-mauricio-barbosa-secretario-deve-ficar-um-ano-fora-das-atividades" target="_blank" rel="noopener">O titular da pasta naquele per&iacute;odo, Maur&iacute;cio Barbosa</a>, disse que preferia &ldquo;acreditar na vers&atilde;o dos meus policiais at&eacute; que algum outro fato apare&ccedil;a&rdquo;.&nbsp;
Mas a investiga&ccedil;&atilde;o do Minist&eacute;rio P&uacute;blico estadual (MP-BA) levantou que as mortes poderiam se tratar de vingan&ccedil;a, pois dez dias antes, durante opera&ccedil;&atilde;o no bairro, um tenente teria sido atingido com um tiro no p&eacute;. A den&uacute;ncia apresentada pelo &oacute;rg&atilde;o apontava ind&iacute;cios de execu&ccedil;&atilde;o sum&aacute;ria e contestava a vers&atilde;o oficial da Pol&iacute;cia Civil, que classificou as mortes como resultado de um confronto. Segundo o <a href="https://aratuon.com.br/geral/promotor-davi-gallo-e-cotado-para-assumir-comando-da-secretaria-de-seguranca-publica-na-hora-certa-vou-falar" target="_blank" rel="noopener">promotor Davi Gallo</a>, que participou do caso, "esse caso envergonha a Bahia, com exce&ccedil;&atilde;o do Minist&eacute;rio P&uacute;blico". &nbsp;
<a href="https://aratuon.com.br/geral/dudu-ribeiro-fala-sobre-acoes-policiais-e-fundamental-rever-o-modelo-de-seguranca-publica" target="_blank" rel="noopener">Para o historiador Dudu Ribeiro</a>, &ldquo;completar dez anos da <a href="https://aratuon.com.br/geral/chacina-do-cabula-completa-cinco-anos-sem-respostas-quem-sao-os-responsaveis-pelos-143-tiros" target="_blank" rel="noopener">chacina do Cabula sem responsabiliza&ccedil;&atilde;o dos envolvidos</a>, tendo passado por uma absolvi&ccedil;&atilde;o sum&aacute;ria num primeiro momento, demonstra que o tipo de seguran&ccedil;a p&uacute;blica que n&oacute;s temos hoje tem comportado a letalidade como uma possibilidade de efic&aacute;cia e efici&ecirc;ncia&rdquo;. Isso, ele refor&ccedil;a, &eacute; uma ideia que precisa ser combatida.&nbsp;
+ <a href="https://aratuon.com.br/geral/chacina-do-cabula-vivo-encarcerado-sem-cometer-nenhum-crime-diz-promotor-que-se-afastou-do-caso" target="_blank" rel="noopener">Caso Cabula: "Vivo encarcerado sem cometer crime", diz promotor que se afastou</a>
&ldquo;O estado precisa reconhecer que uma a&ccedil;&atilde;o policial com resultado de morte, ainda que seja uma, precisa impulsionar responsabiliza&ccedil;&atilde;o com investiga&ccedil;&atilde;o, repara&ccedil;&atilde;o e mudan&ccedil;a de protocolo&rdquo;, frisa. Ao chegar ao marco dos dez anos das mortes na Vila Mois&eacute;s sem essas respostas, para Dudu Ribeiro, mostra a escalada da letalidade policial &ldquo;que convivemos na &uacute;ltima d&eacute;cada&rdquo;. &ldquo;&Eacute; uma demonstra&ccedil;&atilde;o ruim de que n&oacute;s n&atilde;o mudamos e n&atilde;o aprendemos na &uacute;ltima d&eacute;cada, com a chacina fazendo parte do expediente das for&ccedil;as policiais&rdquo;, declara.
Ele destaca que a letalidade policial n&atilde;o &eacute; produzida exclusivamente pelas for&ccedil;as policiais, e que &eacute; necess&aacute;rio que haja uma participa&ccedil;&atilde;o ativa do sistema judici&aacute;rio, porque &eacute; o MP que participa primeiro, na den&uacute;ncia. No caso de 6 de fevereiro de 2015, no Cabula, inclusive, o &oacute;rg&atilde;o apresentou o caso como execu&ccedil;&atilde;o.&nbsp;
&ldquo;&Eacute; necess&aacute;rio que o sistema judici&aacute;rio acolha a letalidade policial como uma possibilidade e, assim, permita que a responsabiliza&ccedil;&atilde;o n&atilde;o ocorra&rdquo;, pontua o historiador, acrescentando que o poder Executivo tamb&eacute;m deve participar. Mas a declara&ccedil;&atilde;o do ent&atilde;o governador, Rui Costa, segundo Ribeiro, &ldquo;foi uma demonstra&ccedil;&atilde;o de mensagem de sangue para a tropa. Uma ideia de que, sim, o chefe do Executivo comporta a ideia de que a letalidade &eacute; parte da pol&iacute;tica de seguran&ccedil;a p&uacute;blica&rdquo;.
Esse pensamento preocupa, segundo Dudu, que &eacute; cofundador da Iniciativa Negra. Sem responsabiliza&ccedil;&atilde;o, parte espec&iacute;fica da popula&ccedil;&atilde;o tende a ser desumanizada. &ldquo;&Eacute; o que temos chamado de 'distribui&ccedil;&atilde;o da morte enquanto pol&iacute;tica de estado', e ela &eacute; distribu&iacute;da de forma desproporcional do ponto de vista racial. S&atilde;o as pessoas negras, sobretudo moradoras de periferia, as mais afetadas por essa letalidade, e isso refor&ccedil;a uma l&oacute;gica de desumaniza&ccedil;&atilde;o dessas pessoas que vai transbordar para al&eacute;m da pol&iacute;tica de seguran&ccedil;a p&uacute;blica&rdquo;, explica.
&ldquo;As pessoas v&atilde;o ser desumanizadas para o conjunto das pol&iacute;ticas p&uacute;blicas, a partir do entendimento do estado de que aquela vida vale menos, que as vidas daqueles familiares valem menos, que n&atilde;o &eacute; necess&aacute;rio haver uma pol&iacute;tica de repara&ccedil;&atilde;o aos familiares, que n&atilde;o &eacute; necess&aacute;rio haver responsabiliza&ccedil;&atilde;o dos agentes envolvidos, porque &eacute; 'aceit&aacute;vel' que determinadas pessoas sejam assassinadas&rdquo;, complementa.
<h3 dir="ltr" style="text-align: justify;">Seguran&ccedil;a p&uacute;blica e impunidade&nbsp;&nbsp;</h3>
Sobre a possibilidade de federalizar casos como o do Cabula, Ribeiro v&ecirc; a medida como um instrumento pontual, mas n&atilde;o como solu&ccedil;&atilde;o estrutural: &ldquo;Isso &eacute; um instrumento que pode ser utilizado a partir dos casos concretos, mas o que a gente precisa, de fato, &eacute; mudar a l&oacute;gica da seguran&ccedil;a p&uacute;blica, que precisa reconhecer que matar uma pessoa n&atilde;o &eacute; aceit&aacute;vel e que isso deve imprimir modifica&ccedil;&otilde;es e responsabiliza&ccedil;&otilde;es&rdquo;.&nbsp;
Com a profissionaliza&ccedil;&atilde;o das a&ccedil;&otilde;es policiais e o entendimento de que ser&atilde;o responsabilizados por &ldquo;eventos com resultado morte&rdquo;, &eacute; passada a mensagem de que &ldquo;o centro da Seguran&ccedil;a P&uacute;blica &eacute; a preserva&ccedil;&atilde;o da vida, e qualquer coisa fora disso n&atilde;o &eacute; aceit&aacute;vel e precisa ser investigada&rdquo;.
O historiador chama aten&ccedil;&atilde;o que ao longo desses dez anos, enquanto n&atilde;o houve responsabiliza&ccedil;&atilde;o pelo caso do Cabula, houve aumento nos investimentos em for&ccedil;as especializadas de repress&atilde;o, que de acordo com Dudu Ribeiro s&atilde;o respons&aacute;veis por uma letalidade maior e um &ldquo;descaso com a investiga&ccedil;&atilde;o&rdquo;.
Ele destaca que, nos &uacute;ltimos dez anos, enquanto n&atilde;o houve responsabiliza&ccedil;&atilde;o pelo epis&oacute;dio do Cabula, houve um aumento nos investimentos em for&ccedil;as especializadas de repress&atilde;o.&nbsp;&nbsp;
&ldquo;A maior parte do recurso [do or&ccedil;amento p&uacute;blico da Bahia] vai para as pol&iacute;cias militares; uma parte muito menor vai para a Pol&iacute;cia Civil; e uma parte &iacute;nfima vai para a Pol&iacute;cia T&eacute;cnica. Isso coloca a Bahia, inclusive, como um dos estados com piores &iacute;ndices de resolu&ccedil;&atilde;o de crimes contra a vida. Isso passa uma mensagem ruim para as tropas e para a sociedade&rdquo;, reflete.
Ao ser questionado pelo Aratu On se a letalidade policial no estado se enquadra no conceito de necropol&iacute;tica, Ribeiro reconhece a rela&ccedil;&atilde;o, mas afirma que a quest&atilde;o &eacute; ainda mais ampla. &ldquo;Essa talvez seja a face mais n&iacute;tida da necropol&iacute;tica, mas ela n&atilde;o se d&aacute; exclusivamente na a&ccedil;&atilde;o imediata e letal do estado. &Eacute; o percurso de produ&ccedil;&atilde;o de morte, que come&ccedil;a desde a vulnerabiliza&ccedil;&atilde;o das crian&ccedil;as e adolescentes negros das comunidades, desde a tomada de decis&atilde;o sobre tipo de investimento p&uacute;blico que &eacute; feito em nossas comunidades - que tem parte nesse processo de desumaniza&ccedil;&atilde;o da popula&ccedil;&atilde;o -, e o resultado final &eacute; uma bala, &eacute; um tiro, &eacute; um evento letal&rdquo;, avalia. &ldquo;Ela &eacute; parte do entendimento de um estado que distribui de forma desigual a cidadania e as possibilidades de vida e, assim, tamb&eacute;m distribui a morte enquanto pol&iacute;tica de Estado&rdquo;, conclui.
<h3 style="text-align: justify;">Em decis&atilde;o considerada r&aacute;pida, Justi&ccedil;a absolveu policiais envolvidos na chacina &nbsp;&nbsp;</h3>
Em julho de 2015, passados cinco meses do epis&oacute;dio conhecido como "Chacina do Cabula", a Justi&ccedil;a da Bahia absolveu os nove policiais militares* acusados de envolvimento na morte de 12 pessoas no bairro do Cabula, em Salvador. A decis&atilde;o foi proferida pela ju&iacute;za Marivalda Almeida Moutinho e repercutiu nacional e internacionalmente, sendo destaque no jornal El Pa&iacute;s devido &agrave; rapidez com a qual a senten&ccedil;a foi proferida.&nbsp;
Movimentos sociais criticaram a decis&atilde;o judicial. Hamilton Borges, da campanha "Reaja ou Ser&aacute; Morto", afirmou: "Se essa decis&atilde;o se confirma, ser&aacute; a segunda morte dos meninos". O procurador-geral da Rep&uacute;blica &agrave; &eacute;poca, Rodrigo Janot, solicitou acesso aos autos do processo, o que poderia levar o caso para inst&acirc;ncias federais caso se constate viola&ccedil;&atilde;o de direitos humanos. &nbsp;
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/1c6d7a8c-963b-4578-95ca-72442e7d2af3.jpg?width=1920&amp;height=1080" alt="Homenagem &agrave;s v&iacute;timas | Foto: arquivo/Aratu On">
*Os nove policiais envolvidos est&atilde;o como r&eacute;us e aguardam julgamento em liberdade. S&atilde;o eles: Julio Cesar Lopes Pitta, Robemar Campos de Oliveira, Antonio Correia Mendes, Sandoval Soares Silva, Marcelo Pereira dos Santos, L&aacute;zaro Alexandre Pereira de Andrade, Dick Rocha de Jesus, Isac Eber Costa Carvalho de Jesus e Lucio Ferreira de Jesus.&nbsp;
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Spotter: pessoa apaixonada por avi&otilde;es, <a href="https://aratuon.com.br/geral/aeroportos-passarao-a-ter-salas-especiais-para-passageiros-com-autismo-e-neurodivergencias" target="_blank">que frequenta aeroportos</a>, &aacute;reas pr&oacute;ximas &agrave;s pistas de pouso e decolagem e outros locais estrat&eacute;gicos para visualizar aeronaves em opera&ccedil;&atilde;o. Resumindo, s&atilde;o aquelas pessoas que n&atilde;o podem ver um avi&atilde;o e j&aacute; miram as c&acirc;meras, lentes e celulares para registrar estes gigantes do ar, al&eacute;m de acompanharem as rotas a&eacute;reas por meio de sistemas espec&iacute;ficos e aplicativos.

N&atilde;o h&aacute; idade m&iacute;nima para ser um spotter, e muitos deles percebem a paix&atilde;o por avi&otilde;es ainda na inf&acirc;ncia. Este &eacute; o caso de Bernardo Azevedo, de 13 anos, que desde crian&ccedil;a pedia para o pai lev&aacute;-lo ao <a href="http://aratuon.com.br/politica/ceo-da-salvador-airport-diz-que-investimento-fez-aeroporto-sair-do-pior-lugar-trouxe-para-o-seculo-21" target="_blank">aeroporto de Salvador</a> e, atualmente, participa de eventos dedicados a esta atividade.

A intensa produ&ccedil;&atilde;o de imagens de aeronaves motivou Bernardo <a href="https://www.instagram.com/bezza_spotter" target="_blank">a criar um perfil no Instagram</a> para publicar as fotos e interagir com outros spotters. Cada publica&ccedil;&atilde;o traz ainda as informa&ccedil;&otilde;es t&eacute;cnicas do avi&atilde;o e da c&acirc;mera utilizada, bem como o local do registro.&nbsp;

Bernardo destaca que herdou a paix&atilde;o pela fotografia do pai, o arquiteto Frederico Azevedo, e uniu os dois hobbies. Para ele, nada substitui a emo&ccedil;&atilde;o de ver e ouvir o som de uma aeronave de perto.

&quot;Quando eu vi um avi&atilde;o pela primeira vez, fiquei fascinado e quis saber como aquilo funcionava. Com o tempo, meus pais come&ccedil;aram a me trazer para o aeroporto, porque ver um avi&atilde;o na sua frente &eacute; totalmente diferente de um v&iacute;deo no Youtube. Eu posto minhas fotos no Instagram e at&eacute; as companhias a&eacute;reas j&aacute; comentaram&quot;, revela ele, que tamb&eacute;m aprendeu a editar e aplicar uma marca d&#39;&aacute;gua nas imagens.

<img alt="spotters bernardo e frederico azevedo" src="https://storage.googleapis.com/aratu-backend/fotos/aratu_noticias/128745/mg/bernardo e frederico.jpg" style="width: 1024px; height: 768px;" />Bernardo herdou a paix&atilde;o do pai, Frederico, pela fotografia. Foto: Tha&iacute;s Seixas | Aratu On

<h2>Paix&atilde;o que virou profiss&atilde;o</h2>

Frederico brinca que &eacute; o assistente do filho Bernardo, acompanhando o adolescente nas idas ao aeroporto e tamb&eacute;m nos eventos para spotters.

&ldquo;&Eacute; incr&iacute;vel como, desde cedo, a prefer&ecirc;ncia de Bernardo era ir ao aeroporto para ver avi&atilde;o. Agora, um pouco mais velho, ele faz o acompanhamento pelo aplicativo Flight Radar e fica doido para ver algumas aeronaves mais diferentes. Para mim, &eacute; uma satisfa&ccedil;&atilde;o imensa poder acompanh&aacute;-lo e fazer parte dessa paix&atilde;o dele porque, provavelmente, &eacute; algo que ele vai seguir no futuro, algo ligado a avi&atilde;o&quot;, enfatiza.

O amor pela &aacute;rea foi decisivo para a escolha da profiss&atilde;o do agente de viagens Rafael Macedo, de 24 anos, que tamb&eacute;m estuda ci&ecirc;ncias aeron&aacute;uticas. Ele ressalta a import&acirc;ncia de monitorar os voos por meio do aplicativo para n&atilde;o perder nenhuma oportunidade.

<img alt="spotters rafael macedo" src="https://storage.googleapis.com/aratu-backend/fotos/aratu_noticias/128745/mg/rafael.jpg" style="width: 1024px; height: 768px;" />Agente de viagens Rafael Macedo monitora&nbsp;voos por aplicativo. Foto: Tha&iacute;s Seixas | Aratu On

&quot;Sempre quando eu posso, vou ao aeroporto tirar umas fotos, principalmente quando tem um tr&aacute;fego (chegada ou partida) diferente. As pessoas n&atilde;o entendem, mas n&atilde;o d&aacute; para explicar. A gente tem um aplicativo e um grupo, para informar sempre que acontece um tr&aacute;fego diferente. H&aacute; uns 20 dias, um avi&atilde;o parou um dos motores e teve que vir a Salvador. A&iacute; todo mundo ficou doido&quot;, diverte-se.

<a href="https://aratuon.com.br/geral/aviao-apreendido-em-operacao-da-policia-federal-e-de-empresa-ligada-ao-rei-do-lixo" target="_blank">+ Avi&atilde;o apreendido em opera&ccedil;&atilde;o da Pol&iacute;cia Federal &eacute; de empresa ligada ao &lsquo;Rei do Lixo&rsquo;</a>

<h2>Spotter Day</h2>

A atividade de spotter se popularizou tanto que alguns aeroportos brasileiros passaram a ter o Spotter Day, dia dedicado a estes aficionados por avia&ccedil;&atilde;o, para que possam ter um momento pr&oacute;ximo &agrave; pista para observar e registrar os pousos e decolagens, al&eacute;m de concorrerem a brindes como passagens a&eacute;reas e maquetes. &nbsp;

O Aeroporto de Salvador promoveu o Spotter Day no &uacute;ltimo s&aacute;bado (14), reunindo 40 participantes que curtiram a programa&ccedil;&atilde;o durante a tarde, desde a visualiza&ccedil;&atilde;o dos pousos e decolagens perto da pista at&eacute; sorteio de brindes, incluindo passagens a&eacute;reas, maquete de avi&atilde;o e objetos de decora&ccedil;&atilde;o tem&aacute;ticos.

A gerente de Comunica&ccedil;&atilde;o da Vinci Airports no Brasil, Daniela Franco, explica que o evento &eacute; realizado desde 2018, com o objetivo de aproximar os participantes da rotina do aeroporto. &ldquo;&Eacute; sempre muito bacana e, a cada ano, vemos pessoas diferentes. N&atilde;o s&atilde;o pessoas normais (risos), s&atilde;o diferenciadas neste aspecto e muitas t&ecirc;m essa paix&atilde;o h&aacute; muito tempo. Mas tamb&eacute;m &eacute; uma oportunidade de trazer pessoas que possam conhecer um pouco mais e come&ccedil;ar essa paix&atilde;o a partir desta experi&ecirc;ncia&rdquo;, diz.

Daniela lembra que, nas &uacute;ltimas edi&ccedil;&otilde;es, alguns participantes se emocionaram quando passavam perto dos avi&otilde;es. Ela lembra tamb&eacute;m de uma spotter que transformou a visita em uma situa&ccedil;&atilde;o engra&ccedil;ada e inusitada. &ldquo;A gente tem uma pessoa muito querida, Gisele Orqu&iacute;dea, que vem de S&atilde;o Paulo e participou quase todos os anos. Em 2018, a gente conseguiu parar na pista, que estava em obras. A&iacute; ela deitou, debaixo do sol de meio-dia, perguntando se n&atilde;o tinha um peda&ccedil;o da pista pra levar pra casa. Al&eacute;m disso, tudo o que ela vestia tinha avi&atilde;o&rdquo;, conta ela.

Desta vez, Gisele n&atilde;o conseguiu participar, mas o Spotter Day de Salvador contou com um participante &lsquo;de fora&rsquo;. Foi o agente de cargas Pedro Arthur, de 22 anos, que &eacute; da cidade mineira de S&atilde;o Leopoldo e trabalha no Aeroporto de Confins, tamb&eacute;m em Minas Gerais. Pedro saiu de Belo Horizonte exclusivamente para conferir o evento na capital baiana. Ele at&eacute; conseguiu visitar o Farol da Barra no s&aacute;bado pela manh&atilde;, mas o foco era ver os avi&otilde;es.

<img alt="spotters pedro arthur" src="https://storage.googleapis.com/aratu-backend/fotos/aratu_noticias/128745/mg/pedro.jpg" style="width: 1024px; height: 768px;" />Mineiro Pedro Arthur veio a Salvador para participar do Spotter Day. Foto: Tha&iacute;s Seixas | Aratu On

Pedro lembra que ganhou um &lsquo;empurr&atilde;ozinho&rsquo; de uma amiga da fam&iacute;lia para come&ccedil;ar a fotografar avi&otilde;es. &ldquo;Ia ter um evento no aeroporto de Confins, da chegada do 767 da Rota Cargueira e, para participar, era obrigat&oacute;rio ter c&acirc;mera. Eu n&atilde;o tinha na &eacute;poca, mas uma amiga da nossa fam&iacute;lia conseguiu me emprestar. Mas a&iacute; quando eu fui fazer a inscri&ccedil;&atilde;o, as vagas j&aacute; tinham acabado, eu n&atilde;o pude participar. Quando fui devolver a c&acirc;mera para essa &nbsp;amiga, ela disse que eu poderia ficar com a m&aacute;quina, ent&atilde;o eu comecei a tirar fotos de avi&otilde;es assim&rdquo;.

O agente de cargas revela que utiliza as folgas no trabalho para viajar pelo Brasil fotografando avi&otilde;es. &ldquo;Sempre que quando tem um Spotter Day em algum aeroporto do Brasil, eu tento fazer minha inscri&ccedil;&atilde;o para poder participar, conciliando com minha folga de trabalho. J&aacute; consegui participar nos aeroportos de Bras&iacute;lia, Santos Dumont e Guarulhos. Esta &eacute; minha primeira vez em Salvador, justamente para esse evento&rdquo;.

Confira a mat&eacute;ria:

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Que Salvador &eacute; taxada como a cidade do Ax&eacute; Music e do Pagod&atilde;o, todo mundo t&aacute; cansado de saber, mas diversos outros g&ecirc;neros musicais e ritmos arrastam multid&otilde;es, e n&atilde;o &eacute; diferente com o rock e suas variadas vertentes. A prova &eacute; a rela&ccedil;&atilde;o entre o p&uacute;blico baiano e a banda Sepultura, uma das maiores refer&ecirc;ncias em metal, que tem apresenta&ccedil;&atilde;o marcada nesta quinta-feira (12), na Concha Ac&uacute;stica do TCA.

O show, que come&ccedil;a &agrave;s 19h, integra a programa&ccedil;&atilde;o da turn&ecirc; de despedida do grupo, que vai rodar os quatro cantos do planeta nos pr&oacute;ximos dois anos. O<a href="http://aratuon.com.br" target="_blank"> Aratu On</a> conversou com o guitarrista Andreas Kisser e, dentre os temas abordados, o m&uacute;sico falou sobre as raz&otilde;es para o t&eacute;rmino do Sepultura, a rela&ccedil;&atilde;o da banda com a Bahia e a ideia por tr&aacute;s da turn&ecirc;.

+&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/especiais/dia-de-rock-e-todo-dia-documentario-original-expoe-forca-dificuldade-e-futuro-do-rock-em-salvador" target="_blank">&#39;Dia de Rock &eacute; Todo Dia&#39;: document&aacute;rio original exp&otilde;e for&ccedil;a, dificuldade e futuro do rock em Salvador</a>

<h2>Hora de parar</h2>

Al&eacute;m de Andreas, respons&aacute;vel pelas guitarras, o Sepultura &eacute; composto por Derrick Green (vocais), Greyson Nekrutman (bateria) e Paulo Xisto Jr (baixo), que &eacute; o &uacute;nico membro remanescente da primeira forma&ccedil;&atilde;o da banda, em 1984. O t&eacute;rmino foi anunciado em dezembro de 2023, mesmo ap&oacute;s o lan&ccedil;amento do disco &ldquo;Quadra&rdquo; (2020), que foi bem elogiado por f&atilde;s e cr&iacute;tica.

<img alt="" src="https://storage.googleapis.com/aratu-backend/fotos/aratu_noticias/128465/mg/sepult.jpg" style="width: 1024px; height: 1024px;" />Da esquerda para a direita: Andreas, Greyson, Paulo e Derrick. Foto: Instagram @sepultura

Para Kisser, a escolha de parar no auge&nbsp;foi uma escolha pensada para encerrar as atividades da melhor maneira poss&iacute;vel.

&ldquo;Foi justamente pelo bom momento, o &aacute;libi de 40 anos, que &eacute; uma marca super importante. E, nesse tempo, a gente conseguiu se adaptar &agrave;s mudan&ccedil;as tecnol&oacute;gicas, n&atilde;o somente [as altera&ccedil;&otilde;es] na banda, em termos de m&uacute;sicos, empres&aacute;rios, gravadoras. Sempre nas mudan&ccedil;as, o Sepultura buscou o caminho do presente, dos elementos que a gente tinha em m&atilde;os, ao inv&eacute;s de tentar copiar coisas do passado. E &eacute; um privil&eacute;gio poder parar no melhor momento, n&atilde;o precisa esperar briga, ou estar muito velho ou doentes para parar. &Eacute; uma maneira fant&aacute;stica de falar um &#39;tchau&#39; e dar um agradecimento a todos os f&atilde;s que mantiveram essa banda relevante por tanto tempo&rdquo;.

Considerada uma das maiores bandas do segmento metal de todo o planeta, &eacute; &oacute;bvio que o Sepultura, em seu encerramento, iria tocar em diversos pa&iacute;ses, seja novamente&nbsp;ou pela primeira vez, conforme brinca Andreas. &ldquo;A gente n&atilde;o tem motivo nenhum para sair correndo. Ainda temos dois anos [de turn&ecirc;] adiante, para ir em muitos lugares. A gente quer fazer o m&aacute;ximo poss&iacute;vel&quot;, afirmou.

Ao todo, o Sepultura vendeu cerca de <a href="https://www.sepultura.com.br/pt/albums" target="_blank">20 milh&otilde;es de c&oacute;pias de seus &aacute;lbuns</a>&nbsp;em todo o mundo, especialmente os considerados cl&aacute;ssicos como &quot;Arise&quot; (1991), &quot;Chaos A.D.&quot; (1993) e &quot;Roots&quot; (1996).&nbsp;

<h2>Celebrando a Vida Atrav&eacute;s da Morte</h2>

Batizada como <a href="https://www.sepultura.com.br/pt/tour" target="_blank">&ldquo;Celebrating Life Through Death&rdquo;</a>&nbsp;- em tradu&ccedil;&atilde;o livre, &ldquo;Celebrando a Vida Atrav&eacute;s da Morte&rdquo; -,&nbsp;a turn&ecirc; de encerramento traz uma nova vis&atilde;o sobre a morte, tema que &eacute; recorrente nas can&ccedil;&otilde;es de death metal. De acordo com o guitarrista, a turn&ecirc; &eacute; a oportunidade de falar sobre um tema que n&atilde;o &eacute; t&atilde;o debatido na sociedade, especialmente brasileira.&nbsp;

<blockquote>
&ldquo;Respeitando a finitude, a gente tem um presente muito mais intenso, uma vida muito mais intensa. A gente vai fazer coisas agora e n&atilde;o vai deixar para amanh&atilde;. Para falar eu te amo, dar um abra&ccedil;o a um amigo ou resolver um problema com um parente distante, n&eacute;? Voc&ecirc; vai viver o momento, vai resolver as coisas enquanto voc&ecirc; t&aacute; vivo. Ent&atilde;o essa turn&ecirc; tem muito a ver com esse sentimento tamb&eacute;m, sabe, de respeito a finitude&rdquo;.
</blockquote>

A tem&aacute;tica foi pensada ap&oacute;s Andreas vivenciar o luto da pr&oacute;pria esposa, Patr&iacute;cia Kisser, v&iacute;tima de um c&acirc;ncer de c&oacute;lon em 2022. &ldquo;Eu tive a experi&ecirc;ncia da minha esposa, que faleceu de c&acirc;ncer h&aacute; dois anos e meio, e todo esse processo da quimioterapia, do hospital, do cuidado paliativo, dos &uacute;ltimos momentos, naquele momento de escolha. Eu comecei a ter muitas d&uacute;vidas, em rela&ccedil;&atilde;o a ser cidad&atilde;o brasileiro e lidar com esse tipo de situa&ccedil;&atilde;o. Porque as pessoas n&atilde;o falam de morte aqui no pa&iacute;s, n&atilde;o falam de eutan&aacute;sia, n&atilde;o fala de suic&iacute;dio assistido, de cuidados paliativos. Ent&atilde;o tem um monte de gente sofrendo, um monte de gente morrendo e as pessoas n&atilde;o sabem lidar muito com isso. E eu percebi que a gente precisa falar de morte&rdquo;.

<img alt="" src="https://storage.googleapis.com/aratu-backend/fotos/aratu_noticias/128465/mg/andreas pat.jpg" style="width: 1024px; height: 694px;" />Patr&iacute;cia e Andreas. Foto: Instagram

Apesar da perda causar dor, Kisser afirma que a morte &eacute; a &quot;&uacute;nica certeza que a gente tem&quot;&nbsp;e, como algo inevit&aacute;vel, n&atilde;o deveria ser temida, mas acolhida, afinal &ldquo;a vida &eacute; isso, a vida &eacute; morte&rdquo;, afirma, completando em seguida: &ldquo;espero que a turn&ecirc; do Sepultura tamb&eacute;m possa inspirar os nossos f&atilde;s a pelo menos pensarem no assunto e falar com seus familiares sobre isso, sabe. Tem muita gente sofrendo, n&atilde;o sabendo aonde buscar conforto. Onde buscar solu&ccedil;&atilde;o sobre problemas, atrav&eacute;s da medicinam do cuidado paliativo, principalmente&rdquo;.

<h2>Sepultura e Salvador</h2>

<img alt="" src="https://storage.googleapis.com/aratu-backend/fotos/aratu_noticias/128465/mg/WhatsApp Image 2024-12-09 at 11.01.58..jpg" style="width: 1024px; height: 1024px;" />Andreas e Paulo passando o som na Concha Ac&uacute;stica, em 1996. Foto: Facebook/Sepultura

Quando perguntado sobre a hist&oacute;ria da banda com Salvador, Andreas Kisser lembra de diversos epis&oacute;dios, a exemplo de apresenta&ccedil;&otilde;es em festivais, shows na Concha Ac&uacute;stica (palco da apresenta&ccedil;&atilde;o desta quinta-feira), al&eacute;m da proximidade com um famoso artista baiano.

<blockquote>
&ldquo;Salvador tem uma hist&oacute;ria sensacional com o Sepultura, desde o <a href="https://www.youtube.com/watch?v=F_6IjeprfEs&amp;pp=ygUVY2xpcGUgcm9vdHMgc2VwdWx0dXJh" target="_blank">videoclipe da &#39;Roots&#39;</a> (1996), que a gente fez a&iacute;, a pr&oacute;pria participa&ccedil;&atilde;o do <a href="https://aratuon.com.br/cultura/carlinhos-brown-inicia-venda-de-ingressos-para-show-especial-axe-40-no-candyall" target="_blank">Carlinhos Brown</a> no &aacute;lbum. Teve um&nbsp;<a href="https://www.youtube.com/watch?v=_R1KOcnIyBA" target="_blank">Festival de Ver&atilde;o</a> (2004) que caiu um temporal, foi um dos maiores shows que a gente fez. Todos os shows da Concha, o da turn&ecirc; &#39;Arise&#39;, que foi transmitido pela TV e t&aacute; dispon&iacute;vel no <a href="https://youtu.be/VK3FeTZCee4" target="_blank">Youtube</a>. Ent&atilde;o tem muita coisa boa para lembrar&rdquo;.
</blockquote>

<img alt="" src="https://storage.googleapis.com/aratu-backend/fotos/aratu_noticias/128465/mg/WhatsApp Image 2024-12-09 at 11.14.36..jpg" style="width: 1024px; height: 683px;" />Membros do Sepultura e do Angra com Carlinhos Brown, no Carnaval de 2016. Foto: X @carlinhosbrown

Outro momento marcante na hist&oacute;ria do Sepultura que envolve Salvador e Carlinhos Brown foi a participa&ccedil;&atilde;o do grupo&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/cultura/hoje-e-dia-de-rock-bebe-aceitacao-do-publico-e-unanime-com-angra-e-sepultura-no-camarote-andante-de-carlinhos-brown" target="_blank">no Camarote Andante, durante o Carnaval de 2016</a>. Na ocasi&atilde;o, o Cacique do Candeal&nbsp;reuniu Andreas, Paulo, Derrick e Eloy Casagrande -&nbsp;ent&atilde;o baterista da banda, atualmente no Slipknot -&nbsp;com outro grupo famoso do rock, o Angra. Levando um som pesado e uma multid&atilde;o de &#39;camisas pretas&#39; para a Avenida, a participa&ccedil;&atilde;o marcou o guitarrista, que ainda deixou no ar uma nova participa&ccedil;&atilde;o na maior festa popular do planeta.

&quot;Foi lindo, isso &eacute; maravilhoso, &eacute; Brasil, essa mistura, esse respeito &agrave;s diferen&ccedil;as. O Carlinhos Brown &eacute; um cara maravilhoso, um artista nato, destemido de trazer coisas e elementos novos, assim como a gente. Espero, quem sabe, a gente tem mais dois anos pela frente, quem sabe n&atilde;o rola mais um&quot;, sugere o m&uacute;sico.

<h2>Apresenta&ccedil;&atilde;o</h2>

Os ingressos para o show desta quinta, na Concha Ac&uacute;stica, &agrave;s 19h, est&atilde;o nas &uacute;ltimas unidades e podem ser adquiridos apenas no site&nbsp;<a href="https://www.bilheteriadigital.com/sepultura-celebrating-life-through-death-salvador-12-de-dezembro?gad_source=1&amp;gclid=CjwKCAiAjeW6BhBAEiwAdKltMlzwFVCCs8768UWq-FXE0kmnHYqN62qxzN4t2usT9LAT1nF39G40QBoCj18QAvD_BwE" target="_blank">Bilheteria Digital</a>, variando entre R$ 130 e R$ 260. No repert&oacute;rio da apresenta&ccedil;&atilde;o est&atilde;o hits como &quot;Ratamahatta&quot;, &quot;Roots Bloody Roots&quot;, &quot;Refuse/Resist&quot;, &quot;Arise&quot;, al&eacute;m de &quot;Kaiowas&quot;, can&ccedil;&atilde;o em que o p&uacute;blico tamb&eacute;m participa da apresenta&ccedil;&atilde;o subindo ao palco e tocando instrumentos de percuss&atilde;o.

O show na capital baiana, somado ao que acontecer&aacute; em Recife, no s&aacute;bado (14), encerram as apresenta&ccedil;&otilde;es de 2024, algo &ldquo;emblem&aacute;tico&rdquo;, segundo Andreas.

&ldquo;Salvador e Recife, os dois &uacute;ltimos shows do ano. Duas cidades muito importantes na nossa hist&oacute;ria e &eacute; muito emblem&aacute;tico terminar esse ano t&atilde;o especial nessas cidades, que t&ecirc;m uma hist&oacute;ria muito linda com a gente&rdquo;, finalizou o artista.

&ldquo;Quando se samba, todo mundo bole&rdquo;, j&aacute; dizia Dorival Caymmi, ao lan&ccedil;ar a can&ccedil;&atilde;o &ldquo;Samba da Minha Terra&rdquo;, em 1957, alguns anos antes da cria&ccedil;&atilde;o do Dia Nacional do Samba, celebrado em 2 de dezembro desde 1964, e que completa 60 anos em 2024. Para a data, o<a href="http://aratuon.com.br" target="_blank"> Aratu On</a>&nbsp;conversou com dois importantes representantes do g&ecirc;nero, Edil Pacheco e Juliana Ribeiro, que, dentre outros pontos, refletiram sobre&nbsp;m&uacute;sica, arte e influ&ecirc;ncia do samba na constru&ccedil;&atilde;o da nossa sociedade.

<img alt="Juliana Ribeiro e Edil Pacheco - Instagram/@julianaribeiro_oficial" src="https://storage.googleapis.com/aratu-backend/fotos/aratu_noticias/127968/mg/ju edil.jpg" style="width: 1024px; height: 772px;" />

<h2>O que &eacute; o Samba?</h2>

Sambistas de gera&ccedil;&otilde;es diferentes, Juliana e Edil trazem a ess&ecirc;ncia da hist&oacute;ria musical em sua forma&ccedil;&atilde;o e brincam que sempre estiveram sintonizados em uma roda de samba.&nbsp;

Al&eacute;m de cantora e compositora, Juliana &eacute; tamb&eacute;m historiadora e p&oacute;s-doutoranda em Cultura e Sociedade, e analisa que a data &eacute; uma forma de&nbsp;celebrar a identidade&nbsp;brasileira.&nbsp;&ldquo;&Eacute; uma data fundamental porque a gente t&aacute; falando do s&iacute;mbolo de identidade nacional. Ent&atilde;o, quando se comemora o Dia do Samba, voc&ecirc; comemora as pr&oacute;prias identidades, se comemora as nossas perten&ccedil;as, as nossas coletividades, a forma de estar em roda, de cantar junto as nossas realidades atrav&eacute;s da m&uacute;sica&rdquo;, reflete.&nbsp;

<h2><img alt="Instagram/@julianaribeiro_oficial" src="https://storage.googleapis.com/aratu-backend/fotos/aratu_noticias/127968/mg/juliana.jpg" style="width: 768px; height: 960px;" /></h2>

Filho de Maragogipe, no Rec&ocirc;ncavo Baiano, ber&ccedil;o do Samba de Roda, Edil Pacheco, que se considera um &ldquo;oper&aacute;rio e apreciador da m&uacute;sica brasileira&rdquo;, aponta que essa musicalidade pode ser definida como &ldquo;a c&eacute;lula maior do nosso cancioneiro, que tem um magnetismo fant&aacute;stico e que est&aacute; a&iacute; para resistir e segue resistindo&rdquo;.

<h2>M&uacute;sica e emo&ccedil;&atilde;o</h2>

Questionados sobre qual a primeira lembran&ccedil;a que t&ecirc;m sobre ouvir um samba, ambos artistas trouxeram um elo em comum: o r&aacute;dio&nbsp;como propagador da m&uacute;sica.

&ldquo;Quando morava ainda em Maragogipe, eu ouvi no r&aacute;dio <a href="https://youtu.be/XIynxu7maSo" target="_blank">Jamel&atilde;o cantando &#39;Quem Samba Fica</a>&#39;, m&uacute;sica dele com Ti&atilde;o Motorista. Ela &eacute; muito interessante, pra mim foi tudo. Ent&atilde;o o samba &eacute; o que me cobre, quem pega n&atilde;o larga mais. Essa estranha e grande arritmia do samba&nbsp;faz o mundo levantar, nos v&aacute;rios cantos do nosso Brasil&rdquo;

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J&aacute; Juliana Ribeiro lembra de um epis&oacute;dio marcante da inf&acirc;ncia, dada a particularidade fantasiosa que a m&uacute;sica pode ter.

&ldquo;A primeira mem&oacute;ria afetiva que eu tenho sobre m&uacute;sica foi ainda menina, indo para escola. Na R&aacute;dio Educadora tocou <a href="https://youtu.be/C7fempb9yOQ" target="_blank">&#39;Conversa de Botequim&#39;, de Noel Rosa</a>. O que me chamou a aten&ccedil;&atilde;o foi ele colocar o n&uacute;mero de telefone dentro da can&ccedil;&atilde;o. Aquilo para mim foi fant&aacute;stico. Me lembro at&eacute; hoje da cena, dentro do carro, meu pai levando a gente para escola e a&iacute; Noel cantando &lsquo;Telefone ao menos uma vez para 344333, e ordene ao seu Os&oacute;rio que me mande um guarda-chuva aqui pro nosso escrit&oacute;rio&rsquo;. Eu parei assim e falei: Meu Deus, pode botar n&uacute;mero na m&uacute;sica?. Eu achei aquilo fant&aacute;stico&rdquo;

<h2>Cen&aacute;rio do Samba</h2>

Os dois sambistas percebem, especialmente na Bahia, um fortalecimento no movimento e no surgimento de artistas&nbsp;ocupando espa&ccedil;os. Edil aponta que &ldquo;o segmento do samba &eacute; o que mais cresce no Carnaval da Bahia, porque a grandeza do samba espalha a f&eacute;, &eacute; uma resist&ecirc;ncia tranquila. Basta observar a for&ccedil;a dos blocos afro, por exemplo&rdquo;, diz ele, acrescentando em tom descontra&iacute;do: &ldquo;No meu caso, o samba j&aacute; &eacute; uma necessidade fisiol&oacute;gica&rdquo;.

Enquanto mulher e sambista, Juliana traz o olhar para o crescimento da presen&ccedil;a feminina na m&uacute;sica. &ldquo;As mulheres entenderam que, durante muito tempo, nas rodas, nossa presen&ccedil;a era silenciada.&nbsp;Mas as mulheres se juntaram em coletivos musicais sonoros fant&aacute;sticos e t&ecirc;m feito&nbsp;trabalhos fant&aacute;sticos, com os&nbsp;v&aacute;rios grupos de samba femininos, as mulheres compositoras. Eu acho que isso &eacute; de uma pot&ecirc;ncia muito bacana, que empodera de uma forma bonita atrav&eacute;s da arte, da m&uacute;sica, da musicalidade&rdquo;, completa.

<h2>Dia Nacional do Samba</h2>

Criado em 1964, a data j&aacute; havia sido instituida na Bahia para homenagear o compositor Ary Barroso, durante a uma visita dele ao estado. Na &eacute;poca, o&nbsp;vereador baiano&nbsp;Lu&iacute;s Monteiro da Costa&nbsp;decidiu fazer uma homenagem ao respons&aacute;vel por &#39;Aquarela do Brasil&#39; e que tamb&eacute;m &eacute;&nbsp; autor da letra de &ldquo;Na Baixa do Sapateiro&rdquo;.

J&aacute; o primeiro samba gravado foi&nbsp;&ldquo;Pelo Telefone&rdquo;, em 27 de novembro de 1916,&nbsp;composta por Ernesto Joaquim Maria dos Santos, o Donga. Desde ent&atilde;o, outros sucessos foram surgindo com o tempo e atrav&eacute;s de incont&aacute;veis artistas, como Alcione, Neguinho do Samba, Rich&atilde;o, Martinho da Vila, Bete Carvalho, Juliana Ribeiro e Edil Pacheco.

LEIA MAIS:&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/cultura/confira-os-eventos-que-celebram-o-dia-do-samba-em-salvador" target="_blank">Confira os eventos que celebram o Dia do Samba em Salvador</a>

At&eacute; hoje, h&aacute; quem acredite que a pele preta n&atilde;o precisa de cuidados - mas&nbsp;os n&uacute;meros mostram o contr&aacute;rio: segundo dados do Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de, o c&acirc;ncer de pele &eacute; o mais incidente no Brasil, e representa cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no pa&iacute;s.

E, de acordo com um estudo da Sociedade Brasileira de Cl&iacute;nica M&eacute;dica, apresentado no XXI Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatol&oacute;gica, a popula&ccedil;&atilde;o preta &eacute; a que desenvolve a forma mais grave da doen&ccedil;a, o melanoma acral. Esse tipo de c&acirc;ncer atinge bra&ccedil;os e pernas e &eacute; o menos frequente entre os melanomas. No entanto, segundo a pesquisa, &eacute; o mais comum entre as pessoas de pele negra.

Segundo a dermatologista Hadassa Barros, membro da Skin of Color Society, o que leva muita gente a acreditar que a pele preta n&atilde;o precisa de tantos cuidados &eacute; o fato dela n&atilde;o sofrer tanto no sol quanto peles mais claras.

&quot;Existem fototipos dentro da classifica&ccedil;&atilde;o dermatol&oacute;gica, que &eacute; de 1 a 6, sendo que a pele negra &eacute; de 4 a 6. E o que acontece &eacute; que a pele negra n&atilde;o queima, bronzeia, com algumas exce&ccedil;&otilde;es. Teoricamente, a pele negra n&atilde;o sofre no sol, voc&ecirc; n&atilde;o vai sentir dor&nbsp;porque bronzeou. Ent&atilde;o, acreditou-se por muito tempo que a pele negra n&atilde;o precisava de protetor&quot;, explica ela.

<img alt="Dermatologista Hadassa Barros, membro da Skin of Color Society" src="https://storage.googleapis.com/aratu-backend/fotos/aratu_noticias/127385/mg/359481611_18009858946781402_6974916996207158425_n.jpg" style="width: 600px; height: 750px;" />Dermatologista Hadassa Barros, membro da Skin of Color Society | Foto: Redes Sociais/@dra.hadassabarros

E isso acontece porque, como detalha a m&eacute;dica, a melanina funciona como um fator de prote&ccedil;&atilde;o para a pele. &quot;Existe uma prote&ccedil;&atilde;o natural que corresponde a um FPS 13, a depender do fototipo. A gente tem uma camada de melanina que, digamos assim, se organiza em praticamente todas as camadas celulares da epiderme. E o que a melanina faz &eacute; servir de &#39;chap&eacute;u&#39; para a c&eacute;lula. Ent&atilde;o, j&aacute; &eacute; uma prote&ccedil;&atilde;o adicional&quot;, afirma.

Mas, por mais que esse FPS natural j&aacute; quebre um galho, ele n&atilde;o &eacute; suficiente para garantir uma prote&ccedil;&atilde;o plena da pele: por isso, o uso de protetor solar todos os dias &eacute; necess&aacute;rio. &quot;Apesar de ser maravilhosa, a pele preta tem mais chance de manchar. E o que previne as machas &eacute; o protetor solar&quot;. Para o dia-a-dia, Hadassa indica, pelo menos, um protetor solar FPS 30 para pele preta. Na praia, al&eacute;m de aumentar o FPS, &eacute; necess&aacute;rio reaplicar a prote&ccedil;&atilde;o.

Para quem tem melasma, o cuidado precisa ser ainda maior, j&aacute; que qualquer contato com o sol potencializa a doen&ccedil;a, que &eacute; cr&ocirc;nica e n&atilde;o tem cura. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), estima-se que o melasma atinja cerca de 35% das mulheres no Brasil. E, ainda segundo a SDB, a pele preta &eacute; mais suscet&iacute;vel a manchas do que as de tons mais claros. Isso acontece porque, como aponta Hadassa, a &quot;c&eacute;lula que produz a melanina &eacute; inst&aacute;vel&quot;:

&quot;Se voc&ecirc; se arranha, j&aacute; fica uma mancha. Se co&ccedil;a, tamb&eacute;m. Na pele branca, geralmente, isso n&atilde;o acontece. Por isso, n&atilde;o pode parar de tratar&quot;.

<h2 style="text-align: justify;">Rotina</h2>

Se voc&ecirc; for do tipo que prefere usar base ao inv&eacute;s de protetor solar, a dermatologista avisa: o pigmento da maquiagem protege, sim, a pele do sol, mas, est&aacute; longe de ser suficiente.

&quot;Vamos falar a realidade? Para voc&ecirc; construir um protetor solar existem muitos estudos, muita ci&ecirc;ncia, para comprovar que protege aquele FPS 50, 60, que ela promete. &Eacute; muita ci&ecirc;ncia. A&iacute; voc&ecirc; pega uma base, n&atilde;o existe aquele estudo todo. Vai proteger alguma coisa? Vai. &Eacute; melhor usar ela do que n&atilde;o usar nada? Sim. Mas, eu nunca trocaria uma base com protetor por um protetor com base&quot;. Confira, abaixo, as dicas da dermatologista Hadassa Barros em rela&ccedil;&atilde;o a cuidados com a pele preta:

1. No dia-a-dia, use protetor solar com, no m&iacute;nimo, FPS 30; 
2. Na praia ou em exposi&ccedil;&atilde;o ao sol, use protetor solar FPS 40 ou mais, e reaplique o produto; 
3. Para quem usa maquiagem, h&aacute; duas op&ccedil;&otilde;es: antes de passar os produtos, mesmo que a base j&aacute; tenha FPS, use protetor solar incolor, ou, ao inv&eacute;s de usar base, use protetor solar com cor.

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Advers&aacute;rios no cen&aacute;rio sul-americano, Brasil e Uruguai protagonizam uma das rivalidades mais tradicionais e intensas do futebol mundial. Conhecido como Cl&aacute;ssico do Rio Negro, o embate entre as duas sele&ccedil;&otilde;es campe&atilde;s do mundo retorna a Salvador depois de 19 anos e promete adicionar mais um cap&iacute;tulo importante na trajet&oacute;ria das duas equipes. O jogo acontece nesta&nbsp;ter&ccedil;a-feira (19), &agrave;s 21h45, na Arena Fonte Nova, e o Aratu On traz a hist&oacute;ria de mais de um s&eacute;culo de confrontos entre os dois selecionados.

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Primeiros cl&aacute;ssicos e ascens&atilde;o celeste

Uma das primeiras sele&ccedil;&otilde;es nacionais a surgir depois das equipes brit&acirc;nicas, o Uruguai j&aacute; tinha 14 anos de exist&ecirc;ncia quando enfrentou o Brasil pela primeira vez, no ano de 1916. Na ocasi&atilde;o, a Sele&ccedil;&atilde;o Brasileira tinha apenas dois anos de vida e disputava, ao lado dos rivais, a Copa Am&eacute;rica daquele ano, que foi realizada na Argentina.&nbsp;

A partida foi vencida pelos uruguaios, por 2 a 1, e mostrava a hegemonia e experi&ecirc;ncia dos vizinhos em rela&ccedil;&atilde;o aos brasileiros, que iniciavam ali sua caminhada e n&atilde;o demoraram de igualar os confrontos.&nbsp;No mesmo ano, no Uruguai, o Brasil teve sua primeira vit&oacute;ria em um amistoso, com placar final em 1 a 0. Entretanto, a vantagem uruguaia cresceu nas partidas seguintes, com uma goleada de 4 a 0 na Copa Am&eacute;rica de 1917, e outro amistoso em solo estrangeiro que terminou em 3 a 1.

Em 1919, o primeiro triunfo de peso do Brasil sobre o Uruguai foi o jogo-desempate da Copa Am&eacute;rica daquele ano, que valeu o primeiro t&iacute;tulo brasileiro na competi&ccedil;&atilde;o. Este resultado acirrou a rivalidade entre os dois e ajudou a criar um conjunto de mitos sobre os triunfos de uma equipe sobre a outra, o que repercute at&eacute; os dias de hoje.&nbsp;

Nos anos 20, os uruguaios cresceram a n&iacute;vel mundial e conseguiram expressivos resultados, que os tornaram a maior equipe do mundo daquele per&iacute;odo. Foram campe&otilde;es ol&iacute;mpicos em 24 e 28 - torneio equivalente a uma competi&ccedil;&atilde;o mundial antes da Copa - al&eacute;m de sediar e faturar a primeira Copa do Mundo, em 1930. Neste per&iacute;odo, o cl&aacute;ssico se tornou desigual para &#39;Los Orientales&#39;, que se viram sem perder jogos para os brasileiros at&eacute; 1931, na rec&eacute;m formada Copa Rio Branco, torneio que tinha os dois pa&iacute;ses como &uacute;nicos participantes.&nbsp;

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Copa Rio Branco, Maracanazzo e o poder da &ldquo;amarelinha&rdquo;

Nos anos 30 e 40, os dois times intensificaram os embates e tiveram a Copa Rio Branco como grande nivelador de suas for&ccedil;as. At&eacute; 1950, foram tr&ecirc;s t&iacute;tulos celestes contra quatro brasileiros, com o Brasil vencendo o torneio do mesmo ano que sediaria a Copa do Mundo, que teve na final mais uma partida entre brasileiros e uruguaios.

Por&eacute;m, o que parecia um sonho que se iniciaria sobre uma vit&oacute;ria sobre um dos seus grandes rivais, foi transformado em um dos maiores pesadelos do futebol e dos brasileiros. A derrota para a Celeste por 2 a 1, de virada, em um Maracan&atilde; abarrotado de pessoas, foi t&atilde;o marcante e t&atilde;o pesada para o Brasil&nbsp;que ostracizou seus &iacute;dolos e at&eacute; mudou a cor de seu uniforme: saiu o branco e entrou a &#39;amarelinha&#39;.

Em 2014, os uruguaios resgataram a hist&oacute;ria desta conquista, e todas suas consequ&ecirc;ncias, com o document&aacute;rio Maracan&aacute;:

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Nos anos que se seguiram, a situa&ccedil;&atilde;o foi se invertendo para os dois lados. Mesmo que o Uruguai ainda reinasse na conquista da Copa Am&eacute;rica, o Brasil passou a protagonizar o cen&aacute;rio internacional e n&atilde;o demorou para chegar aos dois Mundiais (1958 e 1962).&nbsp;

Isso fez com que o embate entre brasileiros e uruguaios, nas semifinais da Copa de 1970, n&atilde;o fosse apenas uma grande partida entre dois gigantes mundiais. Era o tira-teima para confirmar o favoritismo na luta por mais um t&iacute;tulo. O resultado foi um show da equipe canarinho&nbsp;que, mais tarde, venceria a tamb&eacute;m bicampe&atilde; It&aacute;lia para ser a primeira tricampe&atilde; do mundo.

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Crise uruguaia, Mundialito e jogos em Salvador

O tri-mundial refletiu uma mudan&ccedil;a cada vez maior entre as duas sele&ccedil;&otilde;es. Al&eacute;m do cl&aacute;ssico ocorrido na Copa de 1970, os celestes j&aacute; enfrentavam um jejum contra brasileiros desde 1965. E esta marca perdurou por toda a d&eacute;cada seguinte, finalizando apenas na disputa do Mundialito, em 1981.&nbsp;

Na ocasi&atilde;o, o Uruguai recebeu as maiores sele&ccedil;&otilde;es do mundo em um torneio curto, que acabou em uma decis&atilde;o contra os brasileiros e novo t&iacute;tulo dos Orientales. Anos mais tarde, em 1983, as duas equipes decidiram uma Copa Am&eacute;rica com final em dois jogos. Depois de vencer em casa por 2 a 0, o Uruguai foi novamente campe&atilde;o em territ&oacute;rio brasileiro ap&oacute;s o empate em 1 a 1 na antiga Fonte Nova.

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Da Copa Am&eacute;rica aos dias atuais

Um ano depois, brasileiros e uruguaios voltaram a disputar um t&iacute;tulo da Copa Am&eacute;rica, com empate no tempo normal e vit&oacute;ria celeste em disputa de penalidades. No mesmo ano, os dois times voltaram a se enfrentar na Fonte Nova, com Ronaldo fazendo hist&oacute;ria em amistoso realizado no Oct&aacute;vio Mangabeira.&nbsp;

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Desde ent&atilde;o, as duas equipes voltaram a se enfrentar 17 vezes, com incr&iacute;veis oito vit&oacute;rias brasileiras e apenas dois triunfos charru&aacute;s. Dentre os jogos mais marcantes deste per&iacute;odo est&atilde;o as semifinais da Copa das Confedera&ccedil;&otilde;es de 2013, vencido pelo Brasil por 2 a 1. J&aacute; em 2023, os uruguaios quebraram uma sequ&ecirc;ncia de 12 jogos sem vencer ao derrotar a Sele&ccedil;&atilde;o por 2 a 0 em Montevid&eacute;u. Em julho deste ano, outro resultado muito comemorado na Copa Am&eacute;rica, com os celestes superando o Brasil nos p&ecirc;naltis ap&oacute;s empate sem gols.&nbsp;

Ao todo s&atilde;o 80 jogos, com 38 vit&oacute;rias brasileiras, 21 empates e 21 triunfos uruguaios, com 142 gols para a amarelinha e 100 gols marcados para a celeste.

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