Gilberto Gil pede R$ 370 mil de indenização a padre que debochou de orações para Preta

O religioso debochou de orações feitas por Gil pela saúde de Preta Gil, após a morte da artista

Por Bruna Castelo Branco.

O cantor e compositor Gilberto Gil vai processar o padre Danilo César, da Paróquia São José, em Areial, no interior da Paraíba, por intolerância e racismo religioso. O religioso debochou de orações feitas por Gil pela saúde de Preta Gil, após a morte da artista. O processo, que será formalizado nesta terça-feira (14) na Justiça do Rio de Janeiro, pede indenização de R$ 370 mil por danos morais.

O episódio que motivou a ação ocorreu durante uma missa em 27 de julho deste ano. Em vídeo que circula nas redes sociais, o padre aparece ironizando uma declaração de Gilberto Gil, que havia dito ter feito uma oração aos orixás — divindades das religiões de matriz africana, como o Candomblé e a Umbanda.

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O cantor e compositor Gilberto Gil vai processar o padre Danilo César, da Paróquia São José, em Areial, no interior da Paraíba. | Foto: Redes Sociais

“Gilberto Gil fez uma oração aos orixás, cadê o poder desses orixás que não ressuscitaram Preta Gil?”, diz o padre durante a homilia. Em outro momento da pregação, ele afirma: “Tem gente católico que pede a essas coisas ocultas. Eu só queria que o diabo viesse e levasse. O dia que ele levar e no outro que você já acordar lá, com o calor do inferno, você não sabe o que é que vai fazer.”

Segundo a defesa de Gil, o cantor e a família consideraram as declarações ofensivas e discriminatórias, e notificaram extrajudicialmente a Diocese de Campina Grande e o padre há cerca de um mês. Na ocasião, o artista exigiu uma retratação pública pelo canal da paróquia — onde a missa foi transmitida — e a apuração e responsabilização eclesiástica do sacerdote.

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O episódio que motivou a ação ocorreu durante uma missa em 27 de julho deste ano. | Foto: Reprodução/Diocese de Campina Grande/Studio Foto Braga

Na notificação, Gilberto Gil apontou o “enorme desrespeito” do religioso, que “em um momento de luto vivido pela família, maculou a memória e a honra de Preta”. Ele também destacou que a conduta do padre viola o direito à liberdade religiosa, configurando crime previsto no Código Penal.

Não houve resposta pública ou manifestação da Diocese dentro do prazo de 15 dias após o recebimento da notificação, o que motivou a formalização da ação judicial.

O cantor e a família consideraram as declarações ofensivas e discriminatórias. | Foto: Redes Sociais

Câncer e tratamento de Preta Gil nos Estados Unidos

Preta foi diagnosticada com câncer no intestino no início de 2023. Apesar do tratamento inicial, a doença retornou em agosto de 2024. Na autobiografia "Os Primeiros 50", a cantora narrou como descobriu o tumor maligno no reto e relatou as etapas iniciais de sua luta contra a doença.

Em dezembro do ano passado, ela passou por uma longa cirurgia, de quase 20 horas, para a retirada de novos tumores. O procedimento - realizado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo - tornou-se necessário após a equipe médica constatar que a quimioterapia realizada anteriormente não teve o resultado esperado. Diante disso, Preta Gil partiu para um novo tratamento nos EUA.

O tratamento em questão utilizava uma medicação experimental e exigia deslocamentos de cerca de 400 quilômetros entre Nova York e Washington, onde fica o centro médico especializado. Segundo informações da Coluna Entretê, Preta estava hospedada em um apartamento na cidade nova-iorquina, cedido pelo publicitário Nizan Guanaes e pela diretora Donatela Meirelles.

Durante a estadia nos Estados Unidos, Preta recebeu o apoio de familiares e amigos do meio artístico. Entre os que já estiveram com ela em Nova York estão a madrasta Flora Gil, a irmã Bela Gil, a sobrinha Flor Gil, além de nomes como a atriz Claudia Raia, o executivo de TV Boni, a apresentadora Sabrina Sato, o ator Nicolas Prattes e a cantora Ivete Sangalo.

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