Censo da Educação Básica aponta escassez de laboratórios em escolas da Bahia
Os dados do Censo da Educação Básica evidenciam a necessidade de investimentos em infraestrutura escolar na Bahia
Por Rosana Bomfim.
A infraestrutura das escolas baianas enfrenta desafios significativos, especialmente no que se refere a laboratórios de ciência e informática voltados à aprendizagem. Dados do Censo Escolar da Educação Básica de 2025 mostram que a situação da Bahia, sobretudo na rede pública, está abaixo da média nacional e regional, impactando diretamente a qualidade da educação.
O Laboratório de Informática (LI), considerado essencial para a aprendizagem moderna, está presente em apenas 9,8% das escolas públicas que oferecem aulas aos anos iniciais do Ensino Fundamental, bem abaixo da média nacional, que é de 27,0%.
Nos anos finais do Ensino Fundamental, apenas 20,4% das escolas públicas possuem LI, contra 46,8% da média nacional. Já no Ensino Médio, 47,2% das escolas públicas baianas têm laboratórios de informática, ainda distante da média nacional pública de 73,0%.
Os Laboratórios de Ciências (LC) também apresentam índices preocupantes. Nos anos finais do Ensino Fundamental, apenas 7,1% das escolas públicas da Bahia dispõem de LC, uma das taxas mais baixas entre os equipamentos de aprendizagem do estado, enquanto a média nacional pública é de 20,3%.
No Ensino Médio, 36,4% das escolas públicas baianas possuem Laboratório de Ciências, aproximando-se da média nacional de 46,9%, mas ainda representando uma defasagem considerável.
Comparando a Bahia com a média da Região Nordeste, os índices continuam desfavoráveis. Para os anos finais do Ensino Fundamental, 20,4% das escolas públicas baianas possuem Laboratório de Informática, abaixo da média regional de 24,8%. Já para os Laboratórios de Ciências, apenas 7,1% das escolas públicas da Bahia têm LC, frente a 8,4% da média nordestina.
No contexto nacional, a situação da Bahia reflete um desafio mais amplo. Embora cerca de 95% das escolas públicas brasileiras contem com infraestrutura básica como água, energia, banheiros e cozinha, recursos voltados diretamente ao ensino, como laboratórios e salas de leitura, são escassos e distribuídos de forma desigual.
Essa limitação impacta negativamente o uso de tecnologia e o processo de ensino e aprendizagem, deixando grande parte dos estudantes baianos privados de recursos essenciais para uma educação de qualidade.
A baixa presença de laboratórios de Informática e Ciências evidencia a necessidade de investimentos em infraestrutura escolar na Bahia, especialmente na rede pública, para reduzir desigualdades e preparar os alunos para os desafios do século XXI.
O Anuário Brasileiro da Educação Básica 2025 revelou desigualdades preocupantes na infraestrutura das escolas públicas brasileiras, com efeitos particularmente graves para o Nordeste. O levantamento aponta que apenas 30,8% das escolas da região têm rede de esgoto.
Em busca de fortalecer o ensino e o aprendizado, os programas do Governo da Bahia para a educação envolvem a implementação de iniciativas pedagógicas, políticas educacionais e de permanência. Dentre os esforços estão os Programas e Projetos Estruturantes da Educação Básica do Estado da Bahia, o Bahia Alfabetizada, o Bolsa Presença e o Educa Mais Bahia.
LEIA MAIS: Após subsídio, Prefeitura propõe nova anistia de multas a empresas de ônibus
Siga a gente no Insta, Facebook, Bluesky e X. Envie denúncia ou sugestão de pauta para (71) 99940 – 7440 (WhatsApp).