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Denúncia de alunos expõe situação precária em colégio estadual de Salvador
Denúncia de alunos aponta problemas em infraestrutura e alimentação no colégio estadual Luiz Pinto de Carvalho. Por falta de cadeiras no refeitório, os estudantes sentam no chão
Por Rosana Bomfim.
Alunos do Colégio CEEP Luiz Pinto de Carvalho, localizado no bairro São Caetano, em Salvador, denunciam a situação da manutenção escolar da instituição. Em um vídeo publicado no Instagram, os estudantes relatam problemas na estrutura do colégio, alegando abandono na manutenção da infraestrutura.
No registro, os jovens apresentam os “Motivos para você fazer o seu ensino técnico aqui no Luiz Pinto de Carvalho”, em tom irônico. Eles mostram como os problemas estruturais enfrentados cotidianamente acabam se refletindo na prática das disciplinas.
Em nota publicada nas redes sociais, os estudantes relatam que, no horário do almoço, o refeitório não comporta todos ao mesmo tempo. Por esse motivo, muitos acabam perdendo parte das aulas para conseguir se alimentar, ou precisam sentar no chão.
Na publicação, os alunos repudiam as condições a que estão submetidos ao frequentar a instituição:
“Essas situações ferem direitos garantidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), especialmente os artigos 53 e 54, que asseguram educação de qualidade, alimentação adequada e respeito à dignidade do estudante, além de violarem o artigo 205 da Constituição Federal.”
Uma estudante chega a ironizar: “aqui a gente aprende biologia na prática. Cupim e mofo fazem parte da nossa aula prática.”
De acordo com o vídeo, a falta de manutenção na escola vai além das pragas. Os alunos denunciam também problemas no forro do teto. Em tom de deboche, afirmam: “o teto é participativo. A cada dia cai mais um pouquinho para interagir com os alunos.”
Além dos problemas nas salas de aula e no refeitório, a denúncia inclui, ainda, as áreas de recreação, os banheiros, bebedouros e a área externa da instituição.
No ano passado alunos denunciaram uma situação parecida em um centro de ensino no Bonfim, no interior da Bahia.
Em Salvador, há casos semelhantes. Em março de 2024, pais de alunos relataram as más condições de uma escola em Cosme de Farias. No mesmo período, os responsáveis pelos alunos realizaram um protesto por falta de aulas em escola municipal de Itapuã.
O Aratu On entrou em contato com a Secretaria de Educação da Bahia sobre o caso do CEEP, que respondem por meio de nota. Confira o posicionamento da pasta:
"O Centro Estadual de Educação Profissional em Logística e Transporte Luiz Pinto de Carvalho, localizado no bairro de São Caetano, passará, pela segunda vez neste ano, por obras de reforma e manutenção. Os trabalhos começam na próxima semana.
Um projeto de modernização da unidade nos moldes das novas escolas de tempo integral, com quadra coberta, restaurante, teatro, sala de artes e laboratórios de ciências, está em desenvolvimento. O processo de licitação está previsto para ser aberto ainda em outubro deste ano.
As primeiras obras de manutenção aconteceram em fevereiro, no período das férias escolares, mas foram comprometidas por atos de vandalismo que depreciaram bens e equipamentos públicos. As paredes das salas, por exemplo, serão pintadas pela quarta vez neste ano.
O Colegiado Escolar e a direção do Centro Estadual de Educação Profissional em Logística e Transporte Luiz Pinto de Carvalho reforçam que estão à disposição para dialogar, ouvir sugestões e construir, em conjunto, uma escola cada vez melhor para todos.
O envolvimento de estudantes, professores, pais, servidores e demais membros da comunidade escolar é essencial para preservar equipamentos e avançar em melhorias para as escolas públicas, que são espaços coletivos construídos com esforço de todos e que, por isso, da mesma forma, precisam do zelo de todos."
Veja vídeo no qual os alunos denunciam a situação escolar:
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