Tapetes de Corpus Christi: entenda a fé e arte entrelaçadas pelas ruas
Tradição dos tapetes coloridos tem cerca de 700 anos de história e surgiu na Europa medieval
Por Dinaldo dos Santos.
Uma das manifestações mais emblemáticas da celebração do Corpus Christi são os tradicionais tapetes coloridos que enfeitam as ruas por onde passa a procissão.
Nesta quinta-feira, 19 de junho de 2025, católicos de todo o país celebram a solenidade, uma das mais expressivas festas do calendário litúrgico da Igreja Católica.
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E, certamente, essa manifestação de arte e fé reforçam o brilho das celebrações em todo o país. Feitos com materiais simples como serragem, sal, areia, flores, borra de café e até materiais recicláveis, os tapetes se transformam em verdadeiras obras artísticas a céu aberto.
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Com cerca de 700 anos de história, a tradição surgiu na Europa medieval e foi trazida ao Brasil pelos colonizadores portugueses. Com o tempo, a prática ganhou características próprias nas comunidades brasileiras, especialmente em cidades históricas como Ouro Preto (MG), Pirenópolis (GO), e muitas outras no interior do país.
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Os desenhos geralmente retratam símbolos religiosos, cenas bíblicas, o ostensório (objeto onde se expõe a hóstia consagrada) e mensagens de paz e fé.
A confecção começa na madrugada ou nas primeiras horas da manhã do feriado, reunindo fiéis, artistas e voluntários em um esforço coletivo que alia espiritualidade, arte e pertencimento comunitário.
Para os católicos, os tapetes têm um significado profundo: representam a reverência ao Cristo Eucarístico, preparando o caminho para a procissão que leva a hóstia consagrada em um ostensório por entre os fiéis. É como se o povo decorasse o caminho para o próprio Deus caminhar por entre suas casas e suas vidas.
Mais do que um ato de fé, os tapetes de Corpus Christi também se tornaram uma expressão cultural importante. Em muitas cidades, além da função religiosa, os tapetes atraem turistas, movimentam o comércio local e fortalecem o sentimento de identidade e tradição.
Apesar da efemeridade — já que são desfeitos logo após a passagem da procissão —, os tapetes continuam encantando gerações e sendo uma poderosa demonstração de que a fé, quando se une à arte e à comunidade, deixa marcas profundas, mesmo quando sua matéria-prima se desfaz com o tempo.
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