Juliana Marins é a 10ª vítima no Monte Rinjani em 5 anos; entenda

Juliana Marins caiu enquanto fazia o percurso rumo ao cume do vulcão, na sexta-feira

Por Anna Caroline Santiago.

A publicitária Juliana Marins, de 26 anos, foi encontrada morta nesta terça-feira (24), e com ela, sobe para 10 o número de mortes registradas no Parque Nacional do Monte Rinjani, na Indonésia, desde 2020. Juliana caiu enquanto fazia o percurso rumo ao cume do vulcão, na sexta-feira (20), e o resgate enfrentou diversos impasses devido às condições climáticas e à geografia acidentada da região.

Juliana Marins é a 10ª vítima no Monte Rinjani em 5 anos.Foto: Reprodução | redes sociais

Segundo dados divulgados pelo governo indonésio no início deste ano, entre 2020 e 2024 foram registrados 180 acidentes e oito mortes na região. Os óbitos de Juliana e do malaio Rennie Bin Abdul Ghani, de 57 anos, que morreu em 5 de maio deste ano ao cair de um penhasco de aproximadamente 80 metros, ainda não foram oficializados no sistema.

+ 'Espero voltar com ela viva', diz pai de brasileira presa em vulcão na Indonésia

A queda de Juliana reacendeu o alerta sobre os riscos de trilhar o Monte Rinjani, um destino desafiador para montanhistas no Sudeste Asiático. Localizado na ilha de Lombok, vizinha de Bali, o vulcão tem 3.726 metros de altitude e é o segundo mais alto da Indonésia, atrás apenas do Monte Kerinci, em Sumatra. O local é um dos roteiros de trekking mais populares do país.

Aumento de incidentes na Indonésia

Em resposta ao aumento dos acidentes, o governo da Indonésia publicou, em março, um relatório destacando a necessidade da criação de um Procedimento Operacional Padrão (POP) para busca, resgate e evacuação no parque. O documento indica que muitos dos incidentes são causados pelo descumprimento de normas de segurança por parte dos próprios visitantes.

 Monte Rinjani. Foto: iStock

Entre os principais fatores de risco estão a ausência de equipamentos adequados, o despreparo físico e o desconhecimento do terreno. Dos 180 acidentes registrados, 134 envolveram quedas e torções. A maioria dos casos mais graves ocorre em trilhas não oficiais ou sem o uso dos equipamentos de segurança recomendados.

O caso

Natural de Niterói, no Rio de Janeiro, Juliana ficou presa em um paredão rochoso, cerca de 500 metros abaixo do penhasco, após ser abandonada pelo guia turístico que acompanhava o grupo. O resgate foi dificultado pelo mau tempo. A última imagem registrada por Juliana em vida mostra a intensa neblina no topo do vulcão, um dos pontos mais aguardados da trilha.

Desde fevereiro, Juliana viajava sozinha pela Ásia em um mochilão. Ela já havia passado pelas Filipinas, Tailândia e Vietnã antes de chegar à Indonésia, sempre compartilhando registros da viagem em suas redes sociais.

Tempestades, ventos fortes e chuvas tornam o percurso ainda mais perigoso. As trilhas arenosas tornam-se escorregadias, ampliando o risco de acidentes, como ocorreu com Juliana.

Siga a gente no InstaFacebookBluesky e X. Envie denúncia ou sugestão de pauta para (71) 99940 – 7440 (WhatsApp).

Comentários

Importante: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Aratu On.

Nós utilizamos cookies para aprimorar e personalizar a sua experiência em nosso site. Ao continuar navegando, você concorda em contribuir para os dados estatísticos de melhoria. Conheça nossa Política de Privacidade e consulte nossa Política de Cookies.