Amor, Ordem e Progresso
Foto: ilustrativa/Pexels
Há quem diga que a palavra "AMOR" foi retirada da nossa bandeira, representando uma espécie de versão incompleta do lema “o AMOR por princípio, a ORDEM por base e o PROGRESSO por fim”, pensado pelo filósofo francês Augusto Comte, fundador do positivismo.
Verdade ou não, a real é que vem faltando amor por essas bandas. Para quem anda esquecido, o amor representa o contrário do ódio e é sinônimo de solidariedade, compaixão, benevolência.
Engana-se quem acha que a falta de amor está restrita à política e redes sociais. O amor como princípio de conduta vem perdendo força inclusive no seio familiar. Alguns pais andam apostando todas as suas fichas na disciplina, como se apenas a "ordem" fosse trazer "progresso" na criação e educação dos filhos.
Falar de amor hoje em dia parece tão bobo que certamente algumas pessoas desistiram de continuar nesse texto somente ao ler o título. Acho justo! O amor não é para todos! É só para os fortes e tolos, como eu.
Lacan dizia que "amar é dar o que não se tem", ou seja, amar é doar ao outro a possibilidade de preencher nossa falta. Isso gera uma espécie de corrida em círculo, onde alguns sujeitos terminam por se enlaçar, enquanto outros se perdem (ou se encontram) no caminho.
Mas o fato é que somente dando espaço para esse amor é que conseguimos criar laços capazes de romper barreiras, construir pontes familiares e interpessoais, gerar respeito mútuo e compreender melhor as diferenças entre as pessoas.
Não se pode esperar "progresso" num ambiente onde prevaleça apenas a "ordem" fria e impositiva, sem o mínimo de amor ou conexão.
Sem amor não se pode esperar progresso na relação entre pais e filhos. É o amor que faz essa conexão, e é justamente essa conexão que faz a disciplina fazer sentido para as crianças que estão no processo de aprendizado.
O amor e o respeito ao outro precisa ser nutrido na família e na nossa sociedade. Não podemos descuidar disso nem um instante.
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.