Casos de feminicídio crescem 50% em 8 anos na Bahia

Uma mulher foi vítima de feminicídio a cada três dias no estado

Por Bruna Castelo Branco.

Em oito anos, a Bahia registrou 790 feminicídios, um aumento de 50% entre 2017 e 2024. Isso significa que, em média, uma mulher foi vítima de violência de gênero a cada três dias no estado. Em 2024, foram registrados 111 casos, uma redução de 3,5% em relação ao ano anterior, quando houve 115 assassinatos.

Os dados são da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), em parceria com a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-BA), e foram obtidos a partir da sistematização de Boletins de Ocorrência (BO) registrados pela Polícia Civil (PC) entre 2017 e 2024.

Foto: Ilustrativa/Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em termos comparativos, em 2024, 1,4 mulheres a cada 100 mil baianas foram vítimas de feminicídios, enquanto em 2017 a taxa foi de 1 mulher a cada 100 mil mulheres na Bahia. Em 2024, de cada cinco mulheres mortas de forma violenta, duas foram vítimas de feminicídios. Além disso, pelo menos um feminicídio foi registrado em 73 dos 417 municípios da Bahia no ano passado.

A pesquisa também revela que 72,1% dos feminicídios ocorreram dentro da residência das vítimas, enquanto 22,1% ocorreram nas ruas. Quanto à autoria dos crimes, 84,4% dos agressores eram parceiros íntimos das mulheres, como companheiros, ex-companheiros ou namorados.

O perfil das vítimas mostra que a maioria era composta por mulheres adultas, com idades entre 30 e 49 anos, negras (pretas e pardas) e não solteiras.

O que diz a SSP

Quando questionada sobre a pesquisa pelo Aratu On, a SSP informou que, nos últimos dois anos, ampliou a rede de combate à violência contra a mulher com a criação do Departamento de Proteção à Mulher, Cidadania e Pessoas Vulneráveis (DPMCV), e com a transformação da Operação Ronda Maria da Penha em Batalhão de Proteção à Mulher, ampliando o atendimento.

Além disso, a pasta destacou que, na Bahia, 15 Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs) e 13 Núcleos Especiais de Atendimento à Mulher (NEAMs) realizam ações voltadas para capturar agressores. A secretaria, porém, não se manifestou sobre os números apresentados pelo levantamento.

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Leia a nota na íntegra:

A Secretaria da Segurança Pública destaca que, nos últimos dois anos, ampliou a rede de combate à violência contra a mulher, com a criação do Departamento de Proteção à Mulher, Cidadania e Pessoas Vulneráveis (DPMCV), no âmbito da Polícia Civil, e com a transformação da Operação Ronda Maria da Penha em Batalhão de Proteção à Mulher, ampliando a capilaridade do atendimento.

Salienta também a Sala Lilás do Departamento de Polícia Técnica (DPT), que promove o acolhimento das vítimas e, em alguns casos, dos seus filhos, além de realizar todo o processo de exames periciais.

Acrescenta ainda que, na Bahia, 15 Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs) e 13 Núcleos Especiais de Atendimento à Mulher (NEAMs) realizam ações voltadas para capturar agressores. 

Lembra que as unidades territoriais da Polícia Civil e da PM estão também habilitadas e desenvolvem ações de atendimento, investigação e combate à violência de gênero.

Por fim, a SSP ressalta também a redução de 7,8% dos feminicídios em 2024 e que as Forças Policiais e de Bombeiros seguem empenhadas na proteção e garantia dos direitos das mulheres.

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