O Galinho e as quadrilhas juninas: décadas de história
História do Galinho se entrelaça com os concursos de quadrilhas juninas
Por Juana Castro.
Alegria e tradição dão o tom da relação entre as quadrilhas juninas e o Galinho. Afinal, foi com os grupos de danças típicas e encenações que a festa do Grupo Aratu surgiu há 36 anos, em 1989.
"Na época do seu 'nascimento' já existiam outros concursos aqui, mas a TV Aratu sentiu a necessidade de apoiar e promover essa grande massa cultural, pela grande quantidade de quadrilhas que existia na época e a população abraçava", explicou o presidente da Federação Baiana das Quadrilhas Juninas (FEBAQ), Carlos Brito, no mini-doc "Galinho: Um espetáculo junino desde 1989", lançado em 2022.
Mais de três décadas depois, a tradição das apresentações continua, reunindo equipes da capital e do interior estado. E após o festival realizado ano passado, no Parque Costa Azul, o Galinho retorna com o Concurso de Quadrilhas no dia 17 de maio de 2025, no Wet, simultaneamente ao festival Atemporal, estrelado pela banda Calcinha Preta.
Neste ano, o concurso contará com a participação de 10 grupos, cada um reunindo, em média, 150 brincantes, entre dançarinos, músicos e personagens típicos.
Além dos troféus destinados aos cinco primeiros colocados, a premiação contemplará categorias especiais que valorizam a criatividade, talento e o empenho dos participantes, como Melhor Marcador, Melhor Figurino, Melhor Coreografia, Melhor Musicalidade, Melhor Conjunto do Trabalho, Melhor Casamento, Melhor Noivo, Melhor Noiva, Melhor Rainha e Melhor Rei.
História das quadrilhas no Galinho
Como dito previamente, a presença das quadrilhas juninas começou no então Arraial do Galo, em 1989. Posteriormente, em 1991, o Arraiá do Galinho também fez o primeiro campeonato nacional de quadrilhas promovido por uma emissora de televisão, com mais de 100 inscritos e 32 selecionados no antigo ginásio Antônio Balbino (o Balbininho, na antiga Fonte Nova).
Apesar de a Bahia ser maioria, à época, com nove quadrilhas, os estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe também mandaram seus quadrilheiros, que mostraram muita empolgação, originalidade e tradição. "Só pra você imaginar, teve um universo de mais de 60 quadrilhas juninas disputando o primeiro ano", destacou Carlos Brito no documentário.
A idealizadora do projeto foi a produtora da TV Aratu Celisa Felicidade, considerada a “mãe” do Galinho. Ela esteve à frente da festa até seu falecimento, em 2016, vítima de uma embolia pulmonar. Em homenagem a ela, o prêmio do concurso de quadrilhas passou a se chamar, em 2017, “Troféu Celisa Felicidade”.
Manifestação centenária
"A quadrilha junina é uma manifestação cultural centenária. Tem uma referência nas danças de salão vividas na França, na época das cortes. Toda a Europa dançava. Com a chegada de Dom João VI, aqui, essas danças invadiram o Brasil", explicou o presidente, ainda no mini-doc. "Os serviçais e pessoas escravizadas acompanhavam e viam essas danças acontecendo e faziam, à parte, seus próprios arraiais. Eles imitavam não só a brincadeira da dança como as marcações (anarriê, alavantê...)", continuou o presidente da FEBAQ.
"No Nordeste, a quadrilha junina veio do 'matuto' e evoluiu. Hoje, temos quadrilhas matutas, tradicionais, às mais elaboradas e robustas. Assim, virou essa grande tradição e simbologia dentro dos festejos juninos", concluiu Brito.
Curiosidades sobre o Galinho
Em 2021, durante a pandemia de Covid-19, a festa foi realizada de forma virtual, sob o nome “Galinho Dendicasa”, com apresentações de artistas como Tierry, Tayrone, Forró do Tico, Danniel Vieira e Solange Almeida, escolhida como madrinha daquela edição.
O Galinho também já passou por diversos locais da cidade. As primeiras edições ocorreram no Ginásio Antônio Balbino (Balbininho), mas a festa também foi realizada em bairros como Pau Miúdo e Periperi, além de espaços como a Concha Acústica do Teatro Castro Alves, Parque Costa Azul, Praça Wilson Lins (Pituba), Sesi Caminho de Areia, Parque da Cidade e Parque de Exposições.
Galinho 2025: Calcinha Preta e o festival 'Atemporal'
A edição deste ano, no dia 17 de maio, no Wet’n Wild Eventos, na Avenida Luís Viana Filho (Avenida Paralela), promete uma noite animada, com música, dança e diversas atrações. Além do show da banda Calcinha Preta como grande destaque da programação, a banda Limão com Mel, Raí Saia Rodada e Eline Martins completam a grade. Os ingressos já estão à venda, e vão de R$ 75 a R$ 420.
Galinho - Atemporal Salvador
Atrações: Calcinha Preta, Limão com Mel, Raí Saia Rodada e Eline Martins. | Participações: Raied Neto, Marlus Viana, Berg Rabelo e Michele Menezes
Quando: 17 de maio de 2025
Onde: Wet Eventos - Avenida Luís Viana Filho (Paralela), 9581
Quanto: a partir de R$ 75 | Vendas online pelo Bora Tickets / Vedas físicas: Balcões do Pida (Salvador Shopping, Shopping Paralela, Salvador Norte Shopping, Shopping Piedade) e loja Bora Tickets (2º piso do Shopping da Bahia)
Setores:
Pista Cobertor – Acesso à Pista
Área VIP Mágica – Acesso à Área VIP e à Pista
Backstage Sonho Lindo – Acesso ao Backstage, à Área VIP e à Pista
Classificação: 16 anos
Documentário
O mini-doc “Galinho: Um espetáculo junino desde 1989" foi lançado em abril de 2022, no canal Originais Aratu On, no YouTube. Produzido pelo Grupo Aratu em parceria com a Caranguejeira Filmes, o vídeo conta a história do festival, exibindo trechos desde as primeiras edições às mais atuais, além de trazer convidados como Carlos Brito, o cantor Léo Macedo, da banda Estakazero, e Célia Felicidade, irmã de Celisa Felicidade, produtora da TV Aratu e criadora do “Arraial do Galinho”, que faleceu em dezembro de 2016, em decorrência de um câncer.
“Celisa foi a precursora. Foi a que levantou a bandeira do movimento junino. É um dos grandes alicerces do nosso movimento na Bahia. [...] Era o amor da vida dela”, diz a irmã, Célia, no mini-doc, que você pode assistir na íntegra, a seguir:
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