PF cumpre mandado em desdobramento da Operação Overclean
Overclean apura suspeita de fraudes em licitações, desvio de recursos e lavagem de dinheiro
Por Matheus Caldas.
A Polícia Federal (PF) cumpriu, nesta quinta-feira (6), um mandado de busca e apreensão em Sumaré (SP), no desdobramento da 8ª fase da Operação Overclean, deflagrada na última sexta-feira (31). A ação mira uma organização criminosa suspeita de fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.
De acordo com a PF, o mandado foi expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Na operação, os agentes apreenderam dispositivos eletrônicos, que serão submetidos à perícia. O material deve ajudar a identificar outros possíveis envolvidos e aprofundar as investigações sobre o grupo suspeito.
A Operação Overclean busca desarticular esquemas de irregularidades em contratos públicos e operações financeiras em diferentes estados. Fases anteriores resultaram em prisões, apreensão de documentos e bloqueio de bens.
A PF disse que as investigações continuam sob sigilo judicial.

Operação Overclean mira organização criminosa e desvios de recursos públicos
De acordo com as investigações, a Operação Overclean busca reunir novas provas sobre um grupo suspeito de manipular processos licitatórios e desviar recursos provenientes de contratos públicos. Os agentes apreenderam documentos, equipamentos eletrônicos e dados financeiros que serão analisados para rastrear o caminho do dinheiro e a eventual participação de servidores públicos.
A Polícia Federal informou que esta fase é resultado do avanço das apurações iniciadas em etapas anteriores da Operação Overclean, que já identificaram esquemas de superfaturamento e pagamentos indevidos a empresas ligadas aos investigados.
Operação Overclean apura crimes de corrupção e lavagem de dinheiro
Os alvos da Operação Overclean poderão responder por crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos administrativos, além de lavagem de dinheiro. As penas combinadas podem ultrapassar 30 anos de prisão.
Com a Operação Overclean, a Polícia Federal reforça seu compromisso no combate à corrupção e à má gestão de recursos públicos, em cooperação com outros órgãos de controle e fiscalização federais.
Em tempo: Operador de deputado Dal Barreto como alvo da Overclean
No último dia 20 de outubro, o operador financeiro do deputado federal Dal Barreto (União Brasil), Ubaldo Neto, passou a usar tornozeleira eletrônica após se apresentar à sede da Polícia Federal (PF) em Salvador. A medida cautelar foi determinada seis dias após o parlamentar ser alvo da sexta fase da Operação Overclean.
Quem é Dal Barreto
Adalberto Rosa Barreto, conhecido como Dal Barreto, nasceu em Amargosa, no Vale do Jiquiriçá. Casado e com 46 anos, declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cerca de R$ 7,3 milhões em bens, incluindo terrenos, prédios comerciais, empresas, fazendas e um helicóptero.
Na trajetória política, ele disputou a prefeitura de Amargosa pelo Democratas em 2008, mas não foi eleito. Em 2018, foi eleito deputado estadual da Bahia pelo PCdoB e, em 2022, conquistou mandato de deputado federal pelo União Brasil.
Recentemente, Dal Barreto votou a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 3/2021, conhecida como PEC da Blindagem, e da urgência para o Projeto de Lei (PL) 2162/2023, que concede anistia a condenados por atos golpistas.
Dal foi um dos alvos da Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU) nesta terça-feira (14). O parlamentar foi interceptado no Aeroporto Internacional de Salvador, onde teve o celular apreendido por agentes federais.
Além da abordagem na capital baiana, mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Amargosa, cidade do interior da Bahia onde o deputado Dal possui residência e negócios familiares, incluindo um posto de combustíveis.
Segundo a PF, ao todo, nessa sexta fase da ação, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão, uma medida cautelar diversa da prisão e o sequestro de valores obtidos de forma ilícita, em Salvador, Amargosa e Brasília (DF). As ordens foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal.
A PF não detalhou as suspeitas específicas contra o deputado, mas fontes apontam que ele teria ligação com um dos alvos anteriores da Overclean. Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos administrativos, além de lavagem de dinheiro.
A operação, iniciada em fases anteriores, busca desarticular uma organização criminosa suspeita de envolvimento em fraudes licitatórias e irregularidades em contratos públicos.
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