Agência espacial europeia cria primeiro eclipse solar artificial
Para que o eclipse artificial ocorra corretamente, o alinhamento entre os satélites deve ter margem de erro inferior a 1 milímetro
Por Da Redação.
Dois satélites operados pela Agência Espacial Europeia (ESA) realizaram um feito inédito na história da astronomia: criaram o primeiro eclipse solar artificial. O experimento possibilitou o registro de imagens de alta definição da coroa solar, divulgadas nesta segunda-feira (23).
A missão Proba-3, composta por dois satélites lançados em dezembro de 2024, é responsável pela conquista. Os equipamentos voam com uma distância extremamente precisa de apenas 150 metros entre si.
Cada satélite tem uma função distinta. O Occulter carrega um disco de 1,4 metro de diâmetro, feito de fibra de carbono e plástico, que bloqueia a luz solar. Já o Coronagraph está equipado com câmeras e instrumentos científicos para registrar imagens da coroa do Sol.
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Para que o eclipse artificial ocorra corretamente, o alinhamento entre os satélites deve ter margem de erro inferior a 1 milímetro. A operação de alinhamento foi autônoma e, em março, os satélites conseguiram se manter sincronizados por várias horas, registrando imagens do Sol em exposições curtas.
Imagens inéditas do Sol
O resultado foi a obtenção de imagens impressionantes da coroa solar, a camada mais externa da atmosfera do Sol, cuja temperatura pode atingir milhões de graus Celsius - bem mais alta que a da superfície solar.
“Ver os primeiros dados é incrivelmente empolgante”, afirmou Joe Zender, cientista da ESA e um dos idealizadores da missão. “Vai contribuir para desvendar questões antigas sobre a nossa estrela”, completou.
Andrei Zhukov, do Observatório Real da Bélgica, também celebrou o sucesso da missão: “Fiquei absolutamente empolgado ao ver as imagens, especialmente por termos conseguido na primeira tentativa. Agora estamos trabalhando para estender o tempo de observação para seis horas em cada órbita.”
Detalhes da missão Proba-3
Os satélites foram lançados em 5 de dezembro de 2024 a partir do Centro Espacial Satish Dhawan, próximo a Chennai, no sul da Índia. O transporte foi feito por um foguete indiano, escolhido por questões econômicas e pela localização estratégica para alcançar a órbita planejada.
A ESA espera que os dados obtidos pela Proba-3 possam auxiliar na compreensão de fenômenos solares ainda pouco esclarecidos, contribuindo para o avanço da ciência espacial.
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*Com informações da AFP
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