Água por R$ 22 mil: turistas alegam extorsão em praia no RJ
Além de água a R$ 22 mil, cobraram R$ 300 por dois milhos em praia no Rio de Janeiro
Por Da Redação.
Já pensou pagar R$ 22 mil por uma água? Isso aconteceu com turistas na Praia de Ipanema, no Rio de Janeiro. Na última quarta-feira (18), 13 suspeitos foram detidos em operação deflagrada pela Delegacia Especial de Atendimento ao Turismo (Deat), com apoio da Polícia Militar.
Além da água, os golpistas chegaram a cobrar R$ 300 por dois milhos e até R$ 3 mil por um biscoito Globo (de polvilho). Maquininhas de cartão também foram adulteradas.
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Ao jornal O Globo, a delegada Patrícia Alemany, titular da Deat, disse que as vítimas são atraídas por ambulantes que adulteram as maquininhas, dificultando a visualização dos valores. "Os suspeitos ficaram surpresos com a nossa chegada. Eles não esperavam essa ação", afirmou. "Muitos turistas têm relatado que pagaram R$ 20 mil numa caipirinha ou R$ 1 mil por um queijo coalho ou cigarro", acrescentou.
Telas foscas e falta de nitidez
Para aplicar os golpes, os criminosos danificam o visor das maquininhas, deixando a tela fosca ou arranhada. Isso dificulta a leitura do valor cobrado.
De acordo com a delegada, estrangeiros são os principais alvos por não estarem familiarizados com o real e por não receberem imediatamente alertas de transações atípicas dos bancos.
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Áreas mais críticas para turistas
As principais áreas de atuação dos golpistas são os trechos entre os Postos 8 e 9 de Ipanema e entre a Avenida Princesa Isabel e o Posto 3, em Copacabana, pontos com grande fluxo de turistas.
“Não podemos criminalizar o trabalhador, mas, infelizmente, acaba tendo muito bandido misturado. Se não der para ver o que está no visor da maquininha, recuse o cartão e prefira o pagamento em dinheiro”, orienta a delegada.
A próxima etapa da investigação inclui o reconhecimento dos suspeitos pelas vítimas e o pedido de quebra de sigilo das maquininhas para identificar os beneficiários das transações.
Estatísticas apontam aumento de golpes
Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), obtidos via Lei de Acesso à Informação, mostram que em 2024 foram registrados 345 casos de estelionato contra turistas, aumento de 43% em relação a 2023. Somente os golpes com cartão de crédito cresceram 169%, com 191 ocorrências.
Mais de 60% dos crimes registrados pela Deat são furtos sem violência nas praias, principalmente quando os turistas deixam seus pertences na areia. O aumento no número de estelionatos acompanha o crescimento do turismo estrangeiro.
Outros casos: milho a R$ 300 e táxis adulterados
Além dos ambulantes com maquininhas adulteradas, outras práticas fraudulentas foram identificadas. No último dia 8, um vendedor de milho foi preso após cobrar R$ 300 por dois milhos de um casal da República Dominicana, na Praia de Copacabana.
Na quarta-feira (18), dois taxistas também foram presos por utilizarem dispositivos que aceleravam o taxímetro, elevando o valor final das corridas. Segundo a delegada, há outras investigações em curso envolvendo esse tipo de crime.
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