Pastor é investigado por cobrar até R$ 1.500 em call center de orações

Pastor investigado é também influenciador digital com 8 milhões de seguidores

Por Anna Caroline Santiago.

O pastor Luiz Henrique dos Santos Ferreira, conhecido como Pastor Henrique Santini ou "Profeta Santini", está sendo investigado por manter um call center clandestino que cobrava até R$ 1.500 de fiéis em troca de orações, prometendo curas e milagres. Influenciador digital com mais de 8 milhões de seguidores, ele seria o líder de um esquema de estelionato espiritual.

As denúncias apresentadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) envolvem 23 pessoas, incluindo sete adolescentes, e apontam crimes como estelionato, associação criminosa, charlatanismo, curandeirismo, falsa identidade, corrupção de menores, crimes contra a economia popular e lavagem de dinheiro.

Pastor é investigado por cobrar até R$ 1.500 em call center de orações.Foto: Divulgação

Em fevereiro, uma ação anterior havia flagrado 42 pessoas atuando na chamada “Casa dos Milagres”, em Niterói, confirmando a operação coordenada do grupo.

Nesta quarta-feira (24), o pastor foi localizado em seu condomínio na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ele não foi preso, mas terá de usar tornozeleira eletrônica. Durante a operação, a polícia apreendeu 52 celulares, seis notebooks e 149 chips utilizados na comunicação com as vítimas. Também foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, além de sequestro de bens e bloqueio de contas bancárias do pastor e de empresas vinculadas a ele.

'Modus Operandi'

Segundo as investigações, Santini divulgava vídeos e disponibilizava um número de telefone para que fiéis buscassem soluções para problemas pessoais e financeiros. No entanto, o atendimento espiritual fazia parte de um esquema de exploração financeira da fé. O grupo operava a partir de escritórios em Niterói e São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, com dezenas de atendentes que se passavam pelo pastor em conversas via WhatsApp, utilizando áudios pré-gravados.

De acordo com os investigadores, os atendentes recebiam comissões proporcionais ao total arrecadado, com metas rígidas de desempenho, e eram dispensados caso não atingissem os valores mínimos estipulados.

Foto: Divulgação | SBT News

Durante dois anos, o grupo movimentou mais de R$ 3 milhões por meio de transferências via PIX, com valores que variavam de R$ 20 a R$ 1.500, dependendo do “tipo de oração” oferecida. As vítimas acreditavam estar falando diretamente com o pastor, mas eram atendidas por operadores que simulavam ser ele.

Posição do pastor

Santini negou as acusações em entrevista à imprensa e afirmou ser alvo de "perseguição religiosa". A investigação segue em andamento para identificar outras vítimas e possíveis integrantes da organização criminosa.

Em nota, a defesa do pastor informou que ainda não teve acesso à íntegra das denúncias e que "todas as medidas cabíveis estão sendo adotadas, com eventuais esclarecimentos a serem prestados no curso regular do processo, dentro das garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa".

Com informações do SBT News

Outros casos envolvendo pastores e práticas abusivas

O pastor evangélico Joel Webbon, de Austin, nos Estados Unidos, viralizou na última semana após fazer declarações de teor racista durante a transmissão do podcast Right Response Ministries. Ele orientou que pais cristãos brancos conversem com seus filhos sobre o suposto “perigo” representado por pessoas negras.

"Se você é um pai cristão, branco, que ama o Senhor e ama seus filhos, então você precisa ter 'a conversa'. (...) Há certas partes da cidade que você não pode frequentar e certas pessoas com quem não pode estar, certo? (...) Se forem estranhos negros, o perigo é 30 vezes maior. Esses são os fatos", afirmou.

Cargo por sexo

Mulher acusa pastor de oferecer cargo por sexo: 'Me ofereceu R$ 100'.Foto: TV Aratu

Uma ex-diaconisa da Igreja Assembleia de Deus Nova Filadélfia, localizada no bairro de São Caetano, em Salvador, acusa o pastor Sodré de ter lhe oferecido o cargo de missionária em troca de relações sexuais. Em entrevista ao programa Alô Juca, a mulher também afirmou estar sendo ameaçada pelo religioso e pela esposa dele, Débora Sodré.

Suspeita de abuso sexual de fieis 

A Polícia Civil prendeu um pastor de 44 anos, investigado por abusar sexualmente de mulheres em Mata de São João, na Região Metropolitana de Salvador. As apurações indicam que ele se aproveitava da posição de liderança religiosa para induzir e constranger fiéis à prática de atos sexuais, sob a justificativa de supostos rituais espirituais de purificação.

Os relatos colhidos durante a investigação revelam um padrão de manipulação da fé, da vulnerabilidade emocional e da confiança depositada na figura de autoridade espiritual. As vítimas eram convencidas a manter sigilo sobre os encontros, apresentados como parte de “campanhas de libertação” conduzidas pelo suspeito.

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