Confira 95 cidades que não registraram crime violento na Bahia em 2025
O levantamento de crimes violentos considera o período de janeiro a início de outubro
Por Ananda Costa.
Mais de 90 cidades não registraram crimes violentos na Bahia em 2025, segundo dados da Polícia Civil divulgados neste domingo (11). O levantamento, que considera o período de janeiro a início de outubro, aponta que 95 municípios baianos não tiveram ocorrências de homicídio, feminicídio, latrocínio ou lesão dolosa seguida de morte.
No acumulado do ano, a Bahia registrou queda de 8,9% nas mortes violentas, em comparação com o mesmo período de 2024.
Confira as cidades que não registraram crimes violentos na Bahia
No período de janeiro a outubro não houve registro de morte violenta nas cidades de Abaíra, Varzedo, Érico Cardoso, Vereda, Aiquara, Wagner, Almadina, Angical, Apuarema, Antônio Gonçalves, Barro Alto, Barra do Mendes, Boninal, Belo Campo, Boquira, Caatiba, Botuporã, Caldeirão Grande, Caetanos, Capela do Alto Alegre, Canápolis, Cipó, Cardeal da Silva, Elísio Medrado, Carinhanha, Floresta Azul, Catolândia, Guajeru, Chorrochó, Igaporã, Cordeiros, Itagi, Cravolândia, Jaborandi, Dom Basílio, Jucuruçu, Gentio do Ouro, Jussiape, Ibipitanga, Mansidão, Ibititá, Morpará, Ipupiara, Nova Canaã, Irajuba, Palmeiras, Itaguaçu da Bahia, Pau Brasil, Jacaraci, Piritiba, Jandaíra, Santa Inês, Lafaiete Coutinho, Saúde, Lagoa Real, Terra Nova, Lajedinho, Wanderley, Lajedo do Tabocal, Arataca, Lamarão, Bom Jesus da Serra, Maetinga, Condeúba, Malhada de Pedras, Ibipeba, Matina, Ituaçu, Mirante, Teolândia, Muniz Ferreira, Itiruçu, Nova Redenção, Iuiú, Novo Horizonte, Mirangaba, Paramirim, Paratinga, Pedrão, Piraí do Norte, Piatã, Teofilândia, Pindaí, Valente, Planaltino, Boa Vista do Tupim, Ribeira do Amparo, Tanquinho, Rio do Antônio, Várzea Nova, Rio do Pires, Barro Preto, Tanhaçu e Coronel João Sá.
Violência em Salvador: entenda os números e como a cidade enfrenta o crime
Em contrapartida, a capital baiana segue apresentando altos índices de violência . Salvador foi apontada como a segunda cidade com mais vítimas de bala perdida do Brasil e a capital mais violenta do país em 2024.
Para traçar um panorama dos casos mais recentes, o Aratu On consultou registros da Polícia Civil referentes ao primeiro semestre de 2025. Entre janeiro e junho, foram contabilizados 378 homicídios dolosos - quando há intenção de matar - sendo 95% das vítimas homens e 5% mulheres. Ainda foram registrados 10 casos de latrocínio (roubo seguido de morte).
No Anuário de Segurança Pública, que mede homicídios e lesões graves com intenção de matar, Salvador apresentou taxas de 52 mortes por 100 mil habitantes, acima da média nacional, de 20,4.
No total, 1.335 mortes violentas foram registradas na cidade nesse período, representando quase 30% do índice nacional em apenas seis meses. Segundo o anuário, a capital baiana ultrapassou Macapá, enquanto a Bahia se mantém como o segundo estado mais violento do país, atrás apenas do Amapá.
Dados do Instituto Fogo Cruzado, que monitora a violência armada, mostram que entre janeiro e junho de 2025, Salvador registrou 485 mortos e 129 feridos por armas de fogo. Embora o número de tiroteios tenha caído 9% em relação ao mesmo período de 2024 - passando de 917 para 839 episódios - houve aumento no número de baleados: 864 pessoas atingidas, metade delas (50%) durante operações policiais.
Dessas vítimas, 305 morreram e 42 ficaram feridas. Entre os confrontos com agentes, 42% dos tiroteios, 43,5% das mortes e 26% dos feridos ocorreram durante ações policiais.
Salvador e RMS registraram 54 tiroteios durante ações policiais em setembro
Salvador e a Região Metropolitana registraram 54 tiroteios durante ações policiais em setembro, o que corresponde a 51% dos 105 confrontos armados contabilizados no período. Os dados são do Instituto Fogo Cruzado e mostram que a violência armada resultou em 93 pessoas mortas e 25 feridas ao longo do mês.
O relatório aponta ainda que, além das ações policiais, outros contextos de violência armada também foram identificados: disputas entre grupos armados (6 tiroteios), roubos e tentativas de roubo (10), perseguições (8) e brigas (4).
A distribuição dos tiroteios e vítimas por município em setembro foi a seguinte:
Salvador: 78 tiroteios, com 67 mortos e 19 feridos
Camaçari: 8 tiroteios, 9 mortos
Lauro de Freitas: 6 tiroteios, 6 mortos e 3 feridos
Recorde nenhum número de mulheres trans baleadas em Salvador e RMS
Setembro foi o mês com mais registro de mulheres trans baleadas em Salvador e Região Metropolitana desde o início do monitoramento realizado pelo Instituto Fogo Cruzado.
Neste mês, duas mulheres trans foram assassinadas a tiros em um intervalo de apenas sete dias, entre os dias 4 e 11, número inédito em um único mês na série histórica iniciada em julho de 2022.
Ao todo, 13 pessoas trans foram baleadas na região nesse período, 11 não resistiram aos ferimentos e duas feridas. Dessas, 12 eram mulheres,. Entre os casos com raça ou cor identificada, 89% das vítimas eram negras, revelando a sobreposição de vulnerabilidades enfrentadas por essa população, marcadas por transfobia e racismo estrutural.
Leia também: Mortos em chacinas policiais crescem 235% no primeiro semestre de 2025
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