Salvador é a segunda cidade com mais vítimas de bala perdida em 2025

Salvador é a segunda capital com mais casos de vítimas de bala perdida entre 57 municípios analisados em quatro regiões metropolitanas do país

Por Ananda Costa.

Um levantamento do Instituto Fogo Cruzado aponta que, entre janeiro e setembro de 2025, 26 pessoas foram vítimas de bala perdida em Salvador. Deste total, sete morreram e 19 ficaram feridas. Todos os casos ocorreram dentro dos limites do município, segundo os dados divulgados.

Salvador entra no ranking de cidade com mais vítimas de bala perdida. Foto: Ilustrativa/Pexels

O número coloca Salvador como a segunda cidade com mais registros de vítimas de balas perdidas entre os 57 municípios analisados, que integram as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Recife e Belém.

No total, foram 170 vítimas de bala perdida nos nove primeiros meses do ano nas quatro regiões, com 32 mortes e 138 feridos. O número representa um aumento de 8% em relação ao mesmo período de 2024, quando 158 pessoas foram atingidas.

As ações e operações policiais foram responsáveis por 41% das ocorrências com vítimas de bala perdida em 2025. Nessas situações, 69 pessoas foram atingidas. Outras 32 foram baleadas durante confrontos entre grupos armados.

A Região Metropolitana do Rio de Janeiro concentrou a maior parte dos casos, com 86 vítimas – sendo 17 mortos e 69 feridos. Recife aparece em seguida, com 52 vítimas, das quais seis morreram. Já em Belém, foram seis pessoas baleadas, com duas mortes registradas.

Ranking de vítimas de bala perdida

Rio de Janeiro (Rio de Janeiro): 68 vítimas de balas perdidas

Salvador (Bahia): 26 vítimas de balas perdidas

Olinda (Pernambuco): 17 vítimas de balas perdidas

Recife (Pernambuco): 13 vítimas de balas perdidas

Cabo de Santo Agostinho (Pernambuco): 9 vítimas de balas perdidas

São Gonçalo (Rio de Janeiro): 9 vítimas de balas perdidas

Belém (Pará): 5 vítimas de balas perdidas

Paulista (Pernambuco): 5 vítimas de balas perdidas

Duque de Caxias (Rio de Janeiro): 3 vítimas de balas perdidas

Jaboatão dos Guararapes (Pernambuco): 3 vítimas de balas perdidas

São João de Meriti (Rio de Janeiro): 3 vítimas de balas perdidas

Abreu e Lima (Pernambuco): 1 vítima de bala perdida

Castanhal (Pará): 1 vítima de bala perdida

Goiana (Pernambuco): 1 vítima de bala perdida

Igarassu (Pernambuco): 1 vítima de bala perdida

Itaguaí (Rio de Janeiro): 1 vítima de bala perdida

Maricá (Rio de Janeiro): 1 vítima de bala perdida

Moreno (Pernambuco): 1 vítima de bala perdida

Nova Iguaçu (Rio de Janeiro): 1 vítima de bala perdida

São Lourenço da Mata (Pernambuco): 1 vítima de bala perdida

Violência em Salvador: entenda os números e como a cidade enfrenta o crime

Foto: divulgação

Como a quinta capital mais populosa do Brasil, atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Fortaleza, Salvador enfrenta um dos maiores desafios da sua história recente: a segurança pública. Ranqueada como a capital mais violenta do país em 2024 pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública, a cidade registra índices alarmantes de homicídios, crimes armados e violência urbana.

Para traçar um panorama dos casos mais recentes da violência em Salvador, o Aratu On consultou registros da Polícia Civil referentes ao primeiro semestre de 2025. Entre janeiro e junho, foram contabilizados 378 homicídios dolosos - quando há intenção de matar - sendo 95% das vítimas homens e 5% mulheres. Ainda foram registrados 10 casos de latrocínio (roubo seguido de morte).

No Anuário de Segurança Pública, que mede homicídios e lesões graves com intenção de matar, Salvador apresentou taxa de 52 mortes por 100 mil habitantes, acima da média nacional, de 20,4.

No total, 1.335 mortes violentas foram registradas na cidade nesse período, representando quase 30% do índice nacional em apenas seis meses. Segundo o anuário, a capital baiana ultrapassou Macapá, enquanto a Bahia se mantém como o segundo estado mais violento do país, atrás apenas do Amapá.

Dados do Instituto Fogo Cruzado, que monitora a violência armada, mostram que entre janeiro e junho de 2025, Salvador registrou 485 mortos e 129 feridos por armas de fogo. Embora o número de tiroteios tenha caído 9% em relação ao mesmo período de 2024 - passando de 917 para 839 episódios - houve aumento no número de baleados: 864 pessoas atingidas, metade delas (50%) durante operações policiais.

Vítimas da violência em Salvador: dados revelam grupos mais vulneráveis

Segundo o Anuário de Segurança Pública 2024, Salvador é a capital mais violenta do país. Mas não são apenas os crimes letais que preocupam: idosos, mulheres e crianças também estão entre os grupos mais vulneráveis, seja em violência física, sexual ou digital.

O Aratu On trouxe dados exclusivos sobre os principais crimes registrados em Salvador entre janeiro e junho de 2025, com destaque para homicídios, mortes em operações policiais e crimes sexuais.

Entre janeiro e junho de 2025, a Polícia Civil registrou 378 homicídios dolosos (quando há intenção de matar), sendo 95% das vítimas homens e 5% mulheres. Também foram contabilizados 10 casos de latrocínio (roubo seguido de morte).

Mapa da Violência em Salvador: áreas mais perigosas e como se proteger

Foto: Google Street View

“A violência armada tem cor, raça, classe e território muito bem definidos”, define Tailane Muniz, coordenadora regional do Instituto Fogo Cruzado na Bahia, sobre o Mapa da Violência em Salvador. Diante do cenário apresentado pelo levantamento, o Aratu On mostra as áreas mais perigosas e como se proteger na capital baiana.

Entre os municípios da Região Metropolitana, Salvador foi o mais impactado: concentrou 73% dos tiroteios, 69% dos mortos e 79% dos feridos registrados em 2025. Os bairros com maior incidência são:

Lobato: 23 tiroteios, 18 mortos e 5 feridos

Beiru/Tancredo Neves: 22 tiroteios, 5 mortos e 5 feridos

Mussurunga: 19 tiroteios, 14 mortos e 4 feridos

Fazenda Coutos: 18 tiroteios, 18 mortos e 3 feridos

Narandiba: 14 tiroteios, 13 mortos e 2 feridos

LEIA MAIS: Salvador lidera ranking de violência armada com 64 mortes em junho

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