OMS faz recomendações para evitar uma próxima pandemia

Uma comissão de estudo da pandemia de Covid-19 da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nesta quarta-feira (12/5) o relatório sobre a doença. No documento, intitulado “Covid-19: façam dela a última pandemia”, os pesquisadores independentes pediram reformas ousadas na OMS e uma revitalização dos planos de prontidão nacional para evitar outro "coquetel tóxico".

Segundo o relatório, as autoridades permitiram que o vírus SARS-CoV-2, que surgiu na cidade chinesa de Wuhan no fim de 2019, se transformasse em uma "pandemia catastrófica". Médicos chineses teriam relatado casos de pneumonia atípicas em dezembro de 2019 e informaram as autoridades. A OMS  teria recebido estes relatos do Centro de Controle e Prevenção de Doenças de Taiwan, mas não enviou pesquisadores para investigar o caso, alega a comissão.

"A situação na qual nos encontramos hoje poderia ter sido evitada", disse a copresidente do grupo e ex-presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf. "Ela se deve a uma série de erros, lacunas e atrasos na prontidão e na reação."

A comissão, que enfatizou que a Organização deveria ter declarado o novo surto de Covid-19 na China uma emergência internacional antes de 30 de janeiro de 2020, concluiu que um novo sistema global transparente deveria ser criado para apurar surtos de doenças e possibilitar que OMS a envie pesquisadores com antecedência e revelar suas descobertas. Vale lembrar que o mês de fevereiro de 2020 foi "perdido" porque os países não adotaram medidas fortes para deter a disseminação do vírus, que já causou a morte de 3,32 milhões de pessoas ao redor do mundo.

"Estamos pedindo um novo sistema de vigilância e alerta que se baseie na transparência e permita à OMS publicar informações imediatamente", completou Ellen Johnson Sirleaf.

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