Dia do Músico: GACC reforça o uso da música no cuidado oncológico
No Dia do Músico, o GACC reforça práticas de educação musical e musicoterapia para estimular aspectos motores, cognitivos e emocionais de crianças e adolescentes em tratamento contra o câncer
Por Laraelen Oliveira.
No Dia do Músico, celebrado neste sábado (22), o Grupo de Apoio à Criança com Câncer (GACC) destaca a importância da música não apenas como expressão artística, mas como ferramenta que integra educação, acolhimento e estímulos terapêuticos no tratamento oncológico pediátrico. A data serve como oportunidade para evidenciar o trabalho da equipe de música da instituição, conduzido pelo professor Alain Lopes, que há 19 anos utiliza práticas musicais para contribuir com o desenvolvimento motor, cognitivo e emocional dos pacientes.

Segundo Alain, a atuação musical no GACC ultrapassa o entretenimento. “A música não é só diversão ou palco. Ela também é educação, saúde e está presente em diferentes espaços”, afirma. Ele explica que o músico pode atuar em múltiplas áreas, como performance, educação musical e musicoterapia, especialização que ele buscou ao identificar necessidades específicas das crianças atendidas.
Educação musical e musicoterapia
O professor ainda reforça que a educação musical e a musicoterapia possuem finalidades distintas, embora utilizem o mesmo recurso. A educação musical aborda conteúdos pedagógicos, contextualizando a música em aspectos históricos e culturais.
Já a musicoterapia segue técnicas específicas voltadas à estimulação de capacidades afetadas pelo tratamento, como mobilidade, coordenação motora fina, comunicação e interação social.

“Há crianças que não falam, que não fazem contato visual ou que têm limitações motoras. Com as técnicas de musicoterapia, buscamos estimular essas funções para melhorar a qualidade de vida”, explica.
Alguns pacientes apresentam facilidade para a música logo nos primeiros contatos com os instrumentos. Segundo Alain, essa percepção influencia o desenvolvimento das atividades. “A bagagem varia conforme o tempo de permanência na instituição, mas sempre buscamos deixar uma base para que elas possam continuar aprendendo fora daqui”, afirma.
Ele relata que alguns ex-pacientes deram continuidade ao estudo musical, como o caso de um jovem que formou uma banda após o tratamento e mantinha contato com ele para orientações técnicas.
Vínculo e limites emocionais
Atuar em um ambiente de tratamento oncológico exige sensibilidade e equilíbrio emocional. Alain explica que é necessário cuidado para não gerar gatilhos indesejados nos pacientes. “É preciso avaliar se determinada música pode despertar gatilhos emocionais. Se houver risco, mudamos a abordagem imediatamente”, diz.
Ainda assim, vínculos são inevitáveis, sobretudo com crianças e adolescentes que permanecem longos períodos no GACC. “Tentamos manter o foco profissional, mas algumas histórias marcam”, afirma.
Depoimentos de ex-pacientes revelam o impacto dessa atuação. Um jovem relatou que a música o ajudou a lidar com inseguranças e isolamento durante o tratamento. “A música me trouxe força e esperança”, contou.
Para Alain, são relatos que reforçam a dimensão humana do trabalho. “A gente nem sempre tem noção do que representa para o outro. Quando escuto esses relatos, percebo a importância do trabalho”, afirma.
A música como ferramenta social
Familiares também reconhecem o papel educativo e social das atividades musicais, apontando que elas contribuem para a disciplina, convivência e criação de novas perspectivas para as crianças e adolescentes.
Além do trabalho desenvolvido com os pacientes, Alain atua em outros contextos musicais, como corais e grupos de adultos, adaptando sua postura conforme o público. “Cada área exige uma postura diferente. O músico precisa ser versátil”, explica.

No Dia do Músico, a experiência de Alain no GACC evidencia como o trabalho musical ultrapassa a esfera artística e se torna parte do cuidado integral aos pacientes. A data, tradicionalmente associada à celebração de artistas e performances, ganha no GACC um significado ampliado, o reconhecimento da música como ferramenta de educação, expressão e apoio emocional para crianças e adolescentes em tratamento.
Saúde e bem-estar: saiba sobre estudos relacionados a vitalidade
Estudos recentes têm mostrado que mudanças simples no estilo de vida podem prevenir até 60% dos casos de câncer de fígado, reforçando a importância de hábitos saudáveis para a manutenção do bem-estar físico e mental. Pesquisas sobre o sono também indicam que a forma como o corpo funciona durante a noite influencia diretamente na disposição, na imunidade e na capacidade de recuperação do organismo, elementos essenciais para quem enfrenta qualquer tipo de tratamento de saúde. Esses dados ajudam a compreender como práticas integradas de cuidado podem contribuir para a qualidade de vida, especialmente entre pacientes em condições vulneráveis.
No caso de doenças neurológicas, como o Alzheimer, pesquisas apontam que alterações cerebrais profundas podem causar perdas de memória afetiva, distanciando o paciente de pessoas queridas. Embora sejam contextos distintos, esse tipo de estudo evidencia como o corpo humano responde de forma complexa às doenças e como estímulos externos, sensoriais, cognitivos ou emocionais têm relevância dentro da trajetória de tratamento. A ciência tem mostrado que intervenções que promovem engajamento emocional e cognitivo podem atuar como suporte complementar, ajudando a manter vínculos, estimular funções e reduzir impactos psicológicos.
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