Veja como foram os dois primeiros dias de julgamento de Bolsonaro

Bolsonaro encara segundo dia de julgamento no inquérito do golpe

Por Da redação.

O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus que respondem por tentativa de golpe de Estado, nos eventos do dia 8 de janeiro de 2023, chegou ao segundo dia. 

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou, durante o segundo dia de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), que “não há uma única prova” da participação dele na trama golpista.

Jair Bolsonaro

Para o advogado Celso Vilardi, Bolsonaro foi "dragado" para os fatos investigados pela Polícia Federal. "O ex-presidente não atentou contra o Estado Democrático de Direito".

Vilardi ressaltou que o processo é baseado em uma delação e em uma minuta encontrada em um celular de uma pessoa que hoje é colaboradora da Justiça.

"Esse é o epicentro, essa é a pedra de Tóquio do processo. A minuta e a colaboração. Daí em diante, o que aconteceu com a investigação da Polícia Federal e, depois, com a denúncia do Ministério Público é, na verdade, uma sucessão inacreditável de fatos".

De acordo com a defesa de Bolsonaro, não há uma única prova que atrele o presidente ao Punhal Verde e Amarelo, à Operação Luneta e ao 8 de janeiro.

Bolsonaro

"Aliás, nem o delator, que eu sustento que mentiu, chegou a dizer 'participação em Punhal, em Luneta, em Copa, em 8 de janeiro'. Nem o delator. Não há uma única prova, acrescentou".

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar, ontem (2), o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados pela trama golpista. Eles fazem parte do núcleo crucial da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Encerradas as atividades no início desta tarde, o julgamento de Bolsonaro continua a partir da próxima terça-feira (9) e termina no dia 12 de setembro.

Primeiro dia de julgamento

O advogado Demóstenes Torres, que representa o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, arrancou risos durante o julgamento da tentativa de golpe de 2022 no Supremo Tribunal Federal (STF) ao dizer que nutre simpatia tanto pelo ministro Alexandre de Moraes quanto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A fala aconteceu na terça-feira 2, no primeiro dia de julgamento.

“É possível gostar do ministro Alexandre de Moraes e, ao mesmo tempo, gostar do ex-presidente Jair Bolsonaro? Sim, sou eu. Se o Bolsonaro precisar que eu leve cigarro para ele em qualquer lugar, conte comigo. Ele é uma pessoa que eu gosto”, afirmou.

Durante suas declarações de defesa, Torres também pediu a anulação da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Ele classificou os depoimentos como contraditórios e desleais: “Os vícios comprometem a credibilidade integral dos seus relatos”, afirmou.

O advogado também contestou a posição do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que defendeu manter a delação de Mauro Cid, mas com menos benefícios. Para Demóstenes Torres, não faz sentido validar os depoimentos se o acordo for anulado.

“Hoje eu vi uma ginástica feita pelo procurador-geral para tentar dizer que, se ela for rescindida, os fatos permanecem hígidos. Para quem? Só se for para a acusação”, declarou.

Além disso, a defesa acusou a PGR de extrapolar a denúncia ao incluir fatos não previstos, como o desfile de blindados da Marinha e a ausência de Garnier na posse dos novos comandantes das Forças Armadas. Para Torres, isso viola o princípio da congruência.

Ele também afirmou que a acusação contra o ex-comandante carece de individualização das condutas.

"É preciso que haja o nexo causal individualizado. Não pode acontecer de se ter uma narrativa globalizante. Todo processo tem que ter uma individualização. Embora o crime seja multitudinário, no caso daqueles que supostamente fazem parte desse núcleo, tem que se deixar claro exatamente o que foi que eles fizeram”, afirmou.

Siga a gente no InstaFacebookBluesky e X. Envie denúncia ou sugestão de pauta para (71) 99940 – 7440 (WhatsApp).

Comentários

Importante: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Aratu On.

Nós utilizamos cookies para aprimorar e personalizar a sua experiência em nosso site. Ao continuar navegando, você concorda em contribuir para os dados estatísticos de melhoria. Conheça nossa Política de Privacidade e consulte nossa Política de Cookies.