Professores que atendem alunos com deficiência podem ter adicional salarial
Adicional Nacional de Inclusão Educacional (Anie) reconhece o esforço dos docentes que atuam no Atendimento Educacional Especializado (AEE) em salas de recursos multifuncionais
Por Rosana Bomfim.
A Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados aprovou, nesta segunda-feira (24), o projeto de lei que cria um adicional salarial para professores da educação básica pública que trabalham diretamente com alunos com deficiência. O novo benefício, chamado Adicional Nacional de Inclusão Educacional (Anie), reconhece o esforço dos docentes que atuam no Atendimento Educacional Especializado (AEE) em salas de recursos multifuncionais.
A proposta ainda será analisada, em caráter conclusivo, pelas comissões de Educação; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de ir a votação no plenário.

O autor da proposta, deputado Duda Ramos (MDB-RR), afirma que a iniciativa busca reparar o esforço extra exigido de profissionais que lidam com demandas diferenciadas e individualizadas. A proposta visa alcançar tanto professores de apoio, mediadores ou em outras funções relacionadas à educação especial.
A relatora do projeto, deputada Andreia Siqueira (MDB-PA), destacou que a aprovação incentiva o comprometimento dos docentes com a inclusão.
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“Dar aulas para alunos com deficiência envolve flexibilização da prática pedagógica, avaliação contínua e suporte constante. Isso exige um esforço adicional desses professores”, explicou.

Quem poderá receber o salário adicional
O texto aprovado estabelece valores mínimos para o adicional, calculados sobre o salário básico do professor:
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12% para atividades gerais de inclusão;
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15% para atuação no AEE.
Estados e municípios poderão definir percentuais mais altos, desde que respeitem os pisos nacionais.
O adicional também será pago de forma proporcional a professores que trabalham em classes regulares com alunos com deficiência, garantindo que o benefício não se restrinja apenas às turmas de educação especial.
Para ter acesso ao Anie, o docente deverá comprovar formação compatível com as atribuições exercidas — como licenciatura, especialização ou capacitação específica para o atendimento de estudantes com deficiência.
O projeto também impede que o pagamento do adicional seja utilizado como argumento para reduzir a presença de alunos com deficiência em salas regulares.
Próximos passos do Projeto de Lei
A proposta segue agora para análise, em caráter conclusivo, pelas comissões de:
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Educação,
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Finanças e Tributação,
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Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).
Para se tornar lei, o texto ainda precisa ser aprovado pela Câmara e pelo Senado.
Professores devem ser remunerados por recreios e intervalos entre aulas
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que professores devem ser remunerados por recreios e intervalos, ao reconhecer que esses períodos integram a jornada de trabalho docente e devem ser pagos pelas instituições de ensino.
A ação foi movida pela Associação Brasileira das Mantenedoras de Faculdades (Abrafi), que contestava decisões do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que já reconheciam a remuneração desses intervalos.
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