Pichação com sinal de facção tem pena triplicada em Salvador
Lei sancionada por Bruno Reis endurece penas por vandalismo e pichação com sinal de facção tem pena triplicada em Salvador
Por João Tramm.
A Prefeitura de Salvador sancionou, na última sexta-feira (14), a Lei nº 9.902/2025. Com isso, pichação com sinal de facção tem pena triplicada em Salvador. A norma, proposta pelo vereador Sandro Filho (PP), altera dispositivos da Lei nº 9.788/2024, que já disciplinava a preservação visual da cidade e a proteção do patrimônio contra vandalismo.
Agora, o texto passa a incorporar mecanismos específicos voltados ao enfrentamento da atuação simbólica do crime organizado em espaços públicos e privados. Se o ato fizer referência a facções, a pena será triplicada, sem prejuízo de outras agravantes previstas em normas correlatas.

Salvador endurece lei antipichação para barrar símbolos de facções
Segundo Sandro Filho, a lei estabelece que o objetivo central das mudanças é impedir que a capital baiana seja utilizada como vitrine para a atuação de facções.
“Pichação de criminosos é mais que vandalismo, é estratégia de intimidação. Nossa cidade precisa reagir com regras duras e instrumentos eficientes para garantir que o cidadão se sinta seguro até mesmo do ponto de vista visual”, afirmou o edil.
A legislação mantém a caracterização de pichação como qualquer ato de riscar, escrever, borrar ou sujar espaços sem autorização do poder público ou do proprietário. No entanto, passa a considerar como pichação — e, portanto, passível de penalidade — qualquer símbolo, sinal ou nome que faça referência ou apologia a organizações criminosas ou facções.
Para enfrentar a disseminação de mensagens de facções, o Município deverá implementar um conjunto de medidas específicas:
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Retirada de símbolos e inscrições relacionados a organizações criminosas em bens públicos, incluindo escolas e cemitérios;
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Prazo máximo de 30 dias para remoção após denúncia formal de qualquer cidadão;
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Divulgação de canais seguros e confidenciais para denúncias;
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Capacitação de servidores municipais, como Guardas Civis, equipes de zeladoria urbana e profissionais da educação, para identificar sinais e códigos de facções;
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Investimentos em tecnologia e inteligência para monitorar e detectar inscrições criminosas;
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Parcerias com entidades privadas e da sociedade civil para viabilizar as ações.
A Lei nº 9.902/2025 passou a valer imediatamente após sua publicação e integra uma estratégia municipal mais ampla de enfrentamento ao crime organizado. Para o autor do projeto, as mudanças enviam um recado: “Salvador não será território livre para facções.”

Pichação
Na Bahia, ao menos 14 facções criminosas disputam o controle do tráfico de drogas, da juventude e, principalmente, do território. A disputa pelo controle das comunidades e das rotas mais estratégicas de Salvador sempre foi de interesse das quadrilhas locais, mas, desde 2018, a capital entrou em um novo estágio de conflito: uma disputa de aliança com facções nacionais como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC), organizações com ramificações em todo o país e até em países fronteiriços, como Paraguai, Bolívia, Colômbia e Venezuela.
A demarcação por territórios via pichação chegou até em cartões postais da cidade, como a orla da Barra. A sigla da TCP foi marcada na balaustradas da Barra. A Secretaria da Segurança Pública iniciou uma intensificação na apuração das informações que começaram a chegar sobre os autores de pichações no bairro.
Sandro Filho
O vereador que propôs a matéria da pichação está envolto em polêmicas. Após ter sido acusado de indicar a companheira para uma empresa terceirizada contratada pelo município, o vereador Sandro Filho nega que esposa tenha cargo público. A declaração foi feita após a repercussão do vídeo do líder religioso Roberto Monteiro, conhecido como “Roberto Pé na Porta”.
Segundo o reverendo, o salário de Mariana seria de cerca de R$ 20 mil. Diante do caso, Sandro Filho (PP) publicou um vídeo nas redes sociais ao lado da esposa, Mariana, para rebater as acusações.
O vereador Sandro Filho (PP) sugeriu que há uma “articulação de pessoas ruins” contra ele. O edil foi expulso do Movimento Brasil Livre (MBL) após a instituição identificar que ele e a esposa teriam relações societárias com um homem suspeito de participar de um esquema de lavagem de dinheiro e rachadinha na Câmara.

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