Muniz apresenta projeto de nova sede da Câmara de Salvador; veja imagens
Câmara de Salvador será transferida provisoriamente para antigo prédio do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), no Comércio, durante 18 meses de obra
Por Matheus Caldas.
O presidente da Câmara de Salvador, Carlos Muniz (PSDB) apresentou aos vereadores o projeto do novo plenário do Legislativo soteropolitano, que deve ser instalado no prédio do antigo Cine Excelsior, na Praça da Sé.
Segundo a assessoria de imprensa da Casa, as atividades da Câmara de Salvador serão transferidas provisoriamente para o antigo prédio do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), no Comércio. Previsão de duração das obras é de 18 meses.
O processo de licitação e execução das intervenções será realizado pela prefeitura. Atualmente, o projeto para construção da nova Câmara de Salvador está sob análise do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac). O órgão já deu o aval para realização das obras.

Segundo Carlos Muniz, o antigo Cine Excelsior receberá o novo plenário da Casa, destinado para a atuação dos 43 vereadores, com galeria superior para 130 pessoas, que poderão acompanhar as sessões ordinárias, especiais, solenes e as audiências públicas. Serão criadas áreas de suporte para atuação parlamentar e da Presidência da Casa no prédio histórico, localizado ao lado do Palácio Arquiepiscopal, onde funcionará a nova sede da prefeitura.
No primeiro andar do Paço Municipal, atual prédio da Câmara, um novo auditório será implantado do lado oposto ao Plenário Cosme de Farias. Com capacidade para 128 pessoas, o local receberá eventos culturais, reuniões e audiências públicas, que contarão com o suporte de um foyer para exposições e eventos de caráter multiuso.
O Salão Nobre do atual prédio da Câmara também será recuperado, após incêndio que atingiu parte do telhado, em fevereiro deste ano. Serão criadas salas de suporte para atuação das diretorias Legislativa e de Comunicação também no prédio principal. “Vamos conversar com o prefeito Bruno Reis para saber dos prazos e quando as licitações serão realizadas”, disse Muniz.
O presidente afirmou, ainda, aguardar o aval do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac). No encontro, realizado no Centro de Cultura da Câmara, os vereadores sugeriram ajustes ao projeto, o que será realizado pela equipe da Fundação Mário Leal Ferreira.



Câmara de Salvador no Paço Municipal
O Paço da Câmara Municipal de Salvador é um dos mais significativos exemplares da arquitetura civil colonial brasileira. Sua fachada principal apresenta arcadas em pedra de cantaria, apoiadas sobre colunas toscanas. Acima delas, distribuem-se 13 janelas de púlpito, protegidas por grades de ferro. A planta do edifício organiza-se em torno de um pátio central, onde foi instalada uma cisterna e construída uma escadaria com degraus e corrimões revestidos em mármore. Essa escada dá acesso ao Salão Nobre e ao Plenário Cosme de Farias.
A primeira sede da Câmara foi erguida em 1549, com paredes de taipa e telhado de palha, nos moldes da construção indígena. À época, recebeu o nome de Casa de Audiência e Câmara. Em 1551, foi substituída por um prédio de pedra e cal, com cobertura de telhas, denominado Casa da Cadeia e Câmara, conforme a tradição portuguesa. Com o passar dos anos, novas dependências foram sendo anexadas de acordo com as necessidades administrativas.
Nove anos depois, o governador-geral Francisco Barreto de Menezes determinou a construção de uma nova sede para a Câmara. Em 1696, sob o governo de Dom João de Lencastro, o edifício foi reformado. Foram construídas uma torre abobadada com sino (fundido em 1615), uma nova sala de audiência e outras salas de segredo.
Já em 1795, o governador Dom Fernando José de Portugal autorizou uma nova reforma, que resultou na construção de uma cadeia, uma enfermaria e uma nova cisterna. Em 1885, foi encomendado ao arquiteto baiano Francisco de Azevedo Monteiro Caminhoá um projeto de reforma mais abrangente. O Paço ganhou uma nova fachada, decorada com elementos do estilo renascentista e grades de ferro entre as arcadas. A antiga torre foi substituída por um torreão, e o sino, por um relógio elétrico com quatro mostradores iluminados.

Durante a administração do presidente Freire Filho, em 1894, foram finalizadas melhorias internas, como a instalação de mármore no vestíbulo e nos corrimões da escada que dá acesso à sala da assembleia. Também foram assentados degraus de mármore branco na descida para o pátio interno.
Em 1970, por iniciativa do então prefeito Antonio Carlos Magalhães, a fachada externa passou por um processo de restauração, retornando ao seu estilo colonial original. Na época, o prédio ainda abrigava a sede da Prefeitura de Salvador.
Por fim, em 2001, novas reformas foram realizadas no Paço. Nesse processo, foi instalado o Memorial da Câmara, que passou a ocupar o andar térreo da ala sul do edifício.
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