Novas mensagens apontam que Deltan teria montado plano para lucrar com fama da Lava Jato
Novas mensagens apontam que Deltan teria montado plano para lucrar com fama da Lava Jato
Deltan Dallagnol, o coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, teria montado uma espécie de "plano de negócios" de eventos e palestras para lucrar com o reconhecimento obtido durante as investigações, segundo as novas mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil, analisadas em conjunto com a Folha, e publicadas neste domingo (14/7).
Deltan e um colega da Lava Jato teriam discutido a formação de uma empresa na qual eles não apareceriam formalmente como sócios, a fim de evitar questionamentos legais, durante uma conversa tida no fim de 2018, .
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Deltan fala sobre o assunto com a mulher, em um dos supostos diálogos revelados. "Vamos organizar congressos e eventos e lucrar, ok? É um bom jeito de aproveitar nosso networking e visibilidade", escreveu.
Após discussões sobre os possíveis formatos do negócio, em fevereiro deste ano, Deltan propôs que a empresa fosse aberta em nome das mulheres dele e do procurador Roberson Pozzobon, conhecido como Robito.
A lei proíbe que procuradores gerenciem empresas e as autoridades apenas podem ser sócios ou acionistas.
"Só vamos ter que separar as tratativas de coordenação pedagógica do curso que podem ser minhas e do Robito [Pozzobon] e as tratativas gerenciais que precisam ser de Vcs duas, por questão legal", diz uma das mensagens.
Em seguida, Deltan alertou para a possibilidade de a estratégia levantar suspeitas. "É bem possível que um dia ela [Fernanda Cunha, da Star Palestras] seja ouvida sobre isso pra nos pegarem por gerenciarmos empresa", afirma
Pozzobon então comenta: "Se chegarem nesse grau de verificação é pq o negócio ficou lucrativo mesmo rsrsrs. Que veeeenham".
A Folha não encontrou registros de empresas abertas na Junta Comercial do Paraná e em cartórios de Curitiba em nome das mulheres dos procuradores.
À reportagem, Deltan Dallagnol justifica que realiza palestras para promover a cidadania e o combate à corrupção e que esse trabalho ocorre de maneira compatível com a atuação no Ministério Público Federal (MPF). Ele e o procurador Roberson Pozzobon reiteram ainda que não abriram nenhuma empresa.
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