Mundo entrará em colapso climático em três anos, diz estudo

O planeta tem um prazo de apenas três anos para reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa

Por Bruna Castelo Branco.

O planeta tem um prazo de apenas três anos para reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa e impedir que a crise climática alcance um ponto irreversível. O alerta foi feito pelo geógrafo e professor da Universidade de São Paulo (USP) Wagner Ribeiro, em entrevista ao programa Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato.

A declaração tem como base um relatório recente de indicadores globais elaborado por cientistas da Universidade de Leeds, no Reino Unido. Segundo o documento, os compromissos atuais assumidos pelos países não são suficientes diante da gravidade da emergência climática.

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A declaração tem como base um relatório recente de indicadores globais elaborado por cientistas da Universidade de Leeds. | Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil/Ilustrativa

“Apenas 25 países apresentaram suas NDCs [contribuições nacionalmente determinadas], e só o Reino Unido tem metas compatíveis com o que seria necessário”, afirmou Ribeiro. Para ele, a postura britânica pode ser explicada pela vulnerabilidade geográfica do país. “Quando a situação se torna mais crítica, a resposta política aparece. Mas ainda é pouco”, observou.

O professor destacou ainda que os impactos das mudanças climáticas, antes previstos para meados do século, já devem ser antecipados. “Não se trata de um relatório alarmista, mas realista. […] São dados científicos que mostram as implicações. […] Isso é cada vez mais consolidado por meio de conteúdos matemáticos, inteligência artificial e uma série de outras variáveis. Esse conjunto permite chegar a diagnósticos bastante precisos, confirmados, infelizmente, com os eventos extremos que temos assistido”, afirmou.

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Segundo o documento, os compromissos atuais assumidos pelos países não são suficientes. | Foto: Dados do Copernicus Sentinel (2025), processados ​​pela ESA

COP30 é considerada oportunidade decisiva

Diante do cenário, Ribeiro ressaltou a necessidade de mobilização da sociedade civil para pressionar líderes políticos, especialmente em preparação para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), marcada para novembro, no Brasil.

“A litigância climática, liderada por jovens, é um movimento que precisa ganhar mais repercussão. Temos pouco tempo para agir”, defendeu.

O professor afirmou que o Brasil, como país anfitrião da conferência, deveria assumir uma posição de liderança. “Precisamos de um acordo mais ousado e consistente. […] Do contrário, teremos o agravamento de eventos que eram previstos para 2050, 2060 cada vez mais cedo, com as consequências que já conhecemos: secas extremas, alagamentos, oscilação de temperatura, acidificação dos oceanos e perda da biodiversidade”, alertou.

Os impactos das mudanças climáticas, antes previstos para meados do século, já devem ser antecipados. | Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil/Ilustrativa

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