Salvador tem quase 3000 casarões com algum risco de desabamento

Salvador tem quase 3000 casarões antigos com algum tipo de risco de desabamento, conforme o levantamento da Defesa Civil da cidade (Codesal). São 2757 prédios, entre 2868, apresentando problemas estruturais. O número equivale a 96%, próximo do total compreendido.

Grande parte desses imóveis está localizada no Centro Histórico. São edificações que, ao longo dos anos, passaram por um acelerado processo de degradação principalmente pela falta de manutenção de seus proprietários.

Quase 3000 casarões em risco de desabamento

Da totalidade do levantamento, a Defesa Civil classifica que 97 oferecem risco muito alto de desabamento. Em situação de alto risco estão 456 prédios; com risco médio, 1497; e 707 apresentam baixo risco. Fora esses, somente 111 edificações não estão com ruínas.

Segundo a Codesal, muitos destes imóveis estão totalmente abandonados, representando um perigo iminente para moradores e pessoas que transitam por seus entornos. Infelizmente, o alerta já deu provas de que a situação é desesperadora, diante das ocorrências de algumas tragédias registradas na cidade.

Entre os casos, a morte de uma turista de São Paulo, no último mês de fevereiro, causou consternação nacional. Ela foi vítima do desabamento do teto da Igreja São Francisco de Assis, que fica no Pelourinho. 

O templo é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). À época, Pedro Júnior Freitas da Silva, frade guardião e diretor da Igreja e Convento de São Francisco, relatou que o instituto havia sido alertado, dias antes, sobre a dilatação no forro do teto.

Na ocasião, o superintendente do Iphan, Hermano Fabrício, afirmou em entrevista que “o dever de conservação da igreja é da ordem franciscana”. Ele também destacou que “não existe vistoria sobre todos os imóveis tombados durante todo o tempo” e admitiu que não havia sido feitas vistorias no local.

Casarões são vistoriados pela Defesa Civil

A Codesal admite que busca garantir a segurança da população, atuando de forma preventiva e realiza vistorias periódicas, identificando o risco nos diversos casarões de Salvador. A partir daí são encaminhados relatórios aos órgãos responsáveis pela manutenção do patrimônio cultural, além de notificações aos proprietários, quando identificados.

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