Feminicídios: mais de 20 mulheres foram assassinadas na Bahia em 2025

Levantamento da TV Aratu contabilizou mais de 20 feminicídios de janeiro à presente data na Bahia

Por Juana Castro.

Mais de 20 casos de feminicídio foram registrados na Bahia em 2025, segundo levantamento da TV Aratu. Os dados evidenciam um cenário alarmante de violência contra a mulher no estado, marcado por crimes brutais e reincidência de agressores, mesmo após medidas judiciais.

Imagem ilustrativa/Pexels

Na manhã desta quarta-feira (16), Jaqueline Vieira Moura, de 43 anos, foi estrangulada pelo companheiro. Após o crime, o suspeito foi linchado pela população.

Outro caso recente que gerou comoção foi o assassinato da manicure Catharine de Souza Cerqueira, de 27 anos. Ela foi morta na frente dos filhos, no dia em que assinaria o divórcio com o ex-companheiro. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos. 

Já o agressor, de 30 anos, foi preso nesta quarta-feira (16), após ficar foragido desde a última segunda (14). Ele já havia sido preso anteriormente por descumprimento de medida protetiva, mas foi solto em audiência de custódia e monitorado por tornozeleira eletrônica, a qual quebrou dois dias antes do crime. O homem foi conduzido à Polinter, onde permanece à disposição da Justiça.

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Em entrevista ao programa Aratu Agora, a advogada Fabiane Almeida criticou a falha no sistema de proteção às vítimas. “Infelizmente a sociedade falhou, o Estado falhou, as ONGs falharam. O botão do pânico deve ser disponibilizado a todas as mulheres vítimas de violência doméstica, no qual o homem está sendo agressor e monitorado por tornozeleira eletrônica”, afirmou.

Casos semelhantes também foram registrados ao longo do mês. Ilana Ferreira do Nascimento, de 20 anos, foi encontrada morta com golpes de faca. Segundo informações, o sogro ainda tentou socorrê-la, mas ela já estava sem vida quando o Samu chegou. O principal suspeito, identificado como Lucas, está foragido.

Já no dia 8 de abril, Bianca de Souza Barbosa, de 25 anos, morreu com 70% do corpo queimado. Segundo vizinhos, a vítima havia se separado do agressor, mas ainda frequentava a casa para ajudar o ex-companheiro, que é cadeirante. 

Duas a cada cinco mulheres baianas mortas de forma violenta são vítimas de feminicídio

Dados do infográfico "Feminicídios na Bahia 2025", elaborado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) em parceria com a Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA), revelam que duas em cada cinco mulheres mortas de forma violenta no estado foram vítimas de feminicídio. O estudo analisa informações coletadas pela Polícia Civil entre 2017 e 2024, destacando que, somente em 2024, 111 casos foram registrados - uma média de uma morte a cada três dias.  

O levantamento também aponta que 84,4% dos autores são parceiros ou ex-parceiros das vítimas e que a maioria dos crimes (72,1%) ocorreu dentro da residência da mulher. Armas brancas foram o principal meio utilizado nos assassinatos, representando 45,5% dos casos. A maior parte das vítimas eram mulheres negras, adultas, entre 30 e 49 anos, e não solteiras.

Saiba como denunciar casos de violência contra a mulher

A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 é um serviço de utilidade pública essencial para o enfrentamento à violência contra as mulheres. A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana.

Ligue 180

O Ligue 180 presta os seguintes atendimentos:

  • orientação sobre leis, direitos das mulheres e serviços da rede de atendimento (Casa da Mulher Brasileira, Centros de Referências, Delegacias de Atendimento à Mulher (Deam), Defensorias Públicas, Núcleos Integrados de Atendimento às Mulheres, entre outros;
  • informações sobre a localidade dos serviços especializados da rede de atendimento;
    registro e encaminhamento de denúncias aos órgãos competentes;
  • registro de reclamações e elogios sobre os atendimentos prestados pelos serviços da rede de atendimento.

É possível fazer a ligação de qualquer lugar do Brasil ou acionar o canal via chat no Whatsapp (61) 9610-0180. Em casos de emergência, deve ser acionada a Polícia Militar, por meio do 190.

Confira a reportagem exibida no Aratu Agora desta quarta-feira (16):

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