Agência vê mais risco de calote e tira nota de bom pagador do Brasil
Agência vê mais risco de calote e tira nota de bom pagador do Brasil
A agência de avaliação de risco brasileira Austin Rating cortou, nesta quinta-feira (23), a nota de crédito de longo prazo do Brasil em moeda estrangeira de “BBB-” para “BB+”. Com isso, o país perdeu o chamado “grau de investimento” da Austin, ou seja, deixou de ser considerado um bom pagador, um lugar recomendável para os investidores aplicarem seu dinheiro.
O país ainda mantém o “grau de investimento” de acordo com as três principais agências de classificação de risco do mundo: Fitch, Moody’s e Standard & Poor’s. Porém, a Fitch já indicou que deve rever essa nota.
Segundo os critérios da Austin Rating, a nota no nível “BB” indica um país “vulnerável no curto prazo para honrar compromissos financeiros”, com “risco médio” de calote.
Entre as razões para a decisão, a Austin citou a “acentuada e contínua piora dos resultados das contas públicas”, a inflação “muito acima do limite superior determinado no sistema de metas para inflação, que é de 6,5%” e também uma “forte deterioração do mercado de trabalho (crescente cortes de postos de trabalho e queda da renda)”.
A agência afirma, ainda, que a economia brasileira deve encolher neste ano e ter “desempenho quase nulo” em 2016. Com isso, diz, o país deve crescer a uma taxa média de 0,97% no período entre 2015 e 2019, nível “muito inferior ao PIB potencial do país, estimado em 3,5%”.