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10/10/2024 10h00 | Atualizado em 10/10/2024 12h50

Aratu On Explica: está com a mesma ‘coceirinha’ de Raquel Brito? Saiba as possíveis causas e como tratar

Ginecologista Alexandre Amaral esclarece dúvidas sobre saúde íntima feminina

Aratu On Explica: está com a mesma 'coceirinha' de Raquel Brito? Saiba as possíveis causas e como tratar Foto: Arquivo | A Fazenda
Anna Caroline


Enquanto a ‘coceirinha’ de Raquel Brito é especulada pelos espectadores de ‘A Fazenda’, a exposição do caso nas redes sociais cumpre um papel importante: trazer à tona a conversa sobre saúde íntima feminina, ainda cercada de tabus.

A coceira íntima da influenciadora e irmã do campeão do ‘Big Brother Brasil 2024’, Davi Brito, virou um dos assuntos mais comentados das redes desde o início do reality ‘A Fazenda’, no último mês. Eliminada na última segunda-feira (7/10), por orientação médica, Raquel frequentemente era vista coçando a região pélvica durante o reality, situação que não passou despercebida pelos telespectadores.

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Nas redes sociais, o comportamento gerou discussões e levantou suspeitas sobre possíveis problemas de saúde íntima que a ex-peoa estaria enfrentando. Durante o confinamento, a jovem de 23 anos chegou a admitir nunca ter usado preservativo em relações sexuais.

“Desde que perdi minha virgindade, nunca tomei remédio, nunca tive nada”, disse ela. “Nunca usei uma camisinha na vida. Não gosto, não. Parece um saco”, confessou.

Durante a passagem da baiana pelo reality, até mesmo os colegas de confinamento notaram o desconforto de Raquel. A ex-BBB Gizelly Bicalho, chamou a atenção da colega. “Para de mexer nesse periquito seu aí, que você está coçando”. Em resposta, Raquel contou que a sua irritação seria por conta de uma verruga. “Estou mexendo na verruga”, revelou.

Gizelly falando pra Raquel parar de coçar a piriquita e ela responde: “Tô mexendo numa berruga aqui, oh” 🗣️

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— Central Reality (@centralreality.com.br) October 6, 2024 at 1:53 PM

VERRUGAS

Verrugas genitais são frequentemente associadas a infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), sendo causadas pelo papilomavírus humano (HPV) –  vírus mais comum, transmitido principalmente por meio de contato sexual, e algumas de suas variantes podem resultar no aparecimento de verrugas na região genital ou anal.

Embora as verrugas genitais em si não sejam consideradas graves, a infecção pelo HPV pode, em casos mais raros, evoluir para formas de câncer, como o de colo de útero e o de pênis. A vacinação contra o HPV é uma das principais formas de prevenção, e está disponível no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para adolescentes e jovens.

SAÚDE

Após passar mal durante uma das provas realizadas no programa, Raquel precisou deixar o programa. E, logo, os internautas começaram a especular a possibilidade dela ter contraído uma infecção sexualmente transmissível ou, até mesmo, estar grávida. Mas, em nota, a TV Record se recusou a falar sobre possível diagnóstico.

Para entender os sintomas e as suas devidas causas de irritações íntimas, o Aratu On convidou o ginecologista Alexandre Amaral, para tirar todas as dúvidas sobre o episódio envolvendo a influenciadora Raquel Brito. Confira os esclarecimentos do especialista sobre os seguintes temas:

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Divulgação

  • Quais são as causas mais comuns de coceira nas partes íntimas das mulheres, que podem ser um indicativo de infecção ou outras condições de saúde?

A coceira na região íntima feminina pode ser causada por diversas condições. As causas mais comuns incluem infecções, como a candidíase e a vaginose bacteriana, além de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Mudanças hormonais, especialmente durante a menopausa, também podem contribuir para o problema.

Além disso, reações alérgicas a produtos de higiene e irritações causadas por depilação inadequada são fatores relevantes. Essas causas podem indicar infecções ou outras condições de saúde, sendo importante consultar um profissional caso a coceira persista.

  • A candidíase, por exemplo, é frequentemente associada a coceira vaginal. Como uma mulher pode identificar os sinais dessa infecção e quais são os tratamentos mais indicados?

A candidíase é frequentemente identificada por sintomas como coceira vaginal intensa, ardor, corrimento branco e espesso e desconforto durante a relação sexual. Para reconhecer essa infecção, a mulher deve observar esses sinais e procurar um ginecologista para avaliação.

O tratamento mais comum envolve o uso de medicamentos antifúngicos, que podem ser cremes, óvulos ou comprimidos. Além disso, é importante manter uma boa higiene íntima, utilizando apenas sabão neutro e evitando produtos perfumados que possam causar irritação. Seguir as orientações do médico é essencial para garantir a eficácia do tratamento e evitar complicações.

  • Algumas infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) também podem causar coceira na região íntima. Quais são as ISTs que frequentemente apresentam coceiras?

Algumas infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) que podem causar irritação na região íntima incluem: clamídia, gonorreia, herpes genital e tricomoníase. O uso da camisinha (masculina ou feminina) em todas as relações sexuais é o método mais eficaz para evitar a transmissão das ISTs.

  • Produtos de higiene íntima podem causar reações alérgicas que provocam irritação?

Para evitar irritações na higiene íntima, recomenda-se que a mulher escolha produtos hipoalergênicos e específicos para essa região. É preferível o uso de sabão neutro, e é importante enxaguar bem com água corrente. Ela deve usar toalhas de algodão limpas e calcinhas de algodão, que permitem melhor transpiração. Os absorventes devem ser trocados a cada quatro horas ou conforme necessário.

  • Em quais situações a coceira vaginal deve ser considerada um sinal de alerta e requerer uma consulta médica urgente?

Qualquer alteração no tipo, cor ou odor da secreção vaginal, especialmente quando acompanhada de coceira, pode ser um indicativo de infecção ou outra condição que merece atenção médica. Além disso, ter um histórico de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) torna ainda mais importante essa avaliação, uma vez que essas infecções podem complicar a condição. Portanto, qualquer sintoma persistente ou desconfortável deve ser levado a sério e tratado com a devida urgência.

  • Quais práticas diárias de higiene íntima ajudam a prevenir infecções e irritações? Há hábitos comuns que podem ser prejudiciais?

Para evitar a coceira vaginal, é fundamental manter uma boa higiene íntima, utilizando água e sabão neutro, que não desequilibre o pH vaginal. Optar por roupas íntimas de algodão é recomendado, pois esse material permite melhor respirabilidade e conforto. Além disso, é importante lavar as calcinhas adequadamente, preferencialmente à mão, secá-las ao sol e passar com ferro quente para eliminar possíveis germes.

Por outro lado, alguns hábitos comuns podem ser prejudiciais. A umidade excessiva na região genital, especialmente em climas quentes, pode causar irritação e criar um ambiente favorável ao crescimento de fungos e bactérias. Portanto, deve-se evitar duchas vaginais e produtos perfumados, pois esses podem desbalancear a flora vaginal, eliminando as bactérias benéficas e aumentando o risco de infecções.

  • O estresse ou um sistema imunológico enfraquecido pode influenciar no aparecimento de coceiras ou infecções vaginais? 

O estresse e um sistema imunológico enfraquecido são fatores que podem afetar a saúde íntima feminina, contribuindo para o surgimento de coceiras e infecções vaginais. O estresse pode alterar o equilíbrio hormonal e prejudicar a função imunológica, tornando a região vaginal mais vulnerável a infecções.

Um sistema imunológico debilitado diminui a capacidade do corpo de combater infecções, facilitando o crescimento de microrganismos, como fungos e bactérias, que podem causar desconforto.

  • Quais são as maneiras de identificar anormalidades, como irritação ou coceiras persistentes?

O conhecimento do corpo é fundamental para que as mulheres possam identificar anormalidades, como irritações ou coceiras persistentes. Para isso, é essencial observar mudanças na região íntima, como alterações na cor, consistência ou odor das secreções. Conhecer o próprio ciclo menstrual também ajuda a perceber variações que podem indicar problemas. Além disso, realizar autoexames regulares permite que as mulheres se familiarizem com a anatomia do corpo, facilitando a identificação de qualquer anormalidade.

  • Além dos tratamentos pontuais para a coceira, quais são as estratégias de longo prazo para manter a saúde vaginal e prevenir recorrências de infecções ou alergias?

As consultas médicas regulares são essenciais para monitorar a saúde íntima e identificar problemas precocemente. Além disso, gerenciar o estresse por meio de exercícios e técnicas de relaxamento pode fortalecer o sistema imunológico. Por fim, é importante que as mulheres se informem sobre a saúde vaginal e se familiarizem com seus corpos, permitindo a identificação rápida de anormalidades. Essas práticas contribuem para o bem-estar vaginal a longo prazo.

TABU

Coceiras genitais são sintomas que afetam tanto homens quanto mulheres, mas o assunto ainda é cercado por tabus. Muitas pessoas evitam falar sobre o desconforto por vergonha ou medo de julgamentos, o que pode atrasar a busca por tratamento médico e agravar possíveis problemas de saúde. Outro ponto importante é a associação imediata das coceiras genitais com ISTs, o que pode gerar medo e preconceito.

Embora essas infecções sejam uma possibilidade, as coceiras podem ser resultado de alergias a produtos de higiene, tecidos de roupas, ou até estresse. Para o ginecologista Alexandre Amaral, é preciso, cada vez mais, abordar a importância de cuidar da saúde íntima de forma natural e sem constrangimento. ” É essencial destacar que sintomas como coceira podem ser sinais de condições que precisam de tratamento e que o diálogo com profissionais de saúde é essencial para prevenir problemas mais graves”, destaca o profissional.

TRATAMENTO PELO SUS

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento ginecológico gratuito em todo o Brasil, proporcionando às mulheres acesso a consultas, exames preventivos e tratamentos para diversas condições de saúde íntima, incluindo infecções fúngicas como a candidíase.

Para infecções fúngicas ou pacientes imunossuprimidos – aqueles que possuem o sistema imunológico enfraquecido por condições como HIV -, o SUS oferece tratamento especializado, garantindo o acesso a medicamentos antifúngicos e acompanhamento médico contínuo.

Em 2022, o Ministério da Saúde incorporou novos medicamentos no SUS para esses pacientes que apresentem sintomas como esse. As novas tecnologias (Anidulafungina, Voriconazol e Isavuconazol) cumprem as seguintes funções:

– Anidulafungina: Tratamento de pacientes com candidemia e outras formas de candidíase invasiva. Trata-se de um agente antifúngico administrado na veia, que possui ação contra um amplo espectro de espécies do gênero Candida.

– Voriconazol: Tratamento de pacientes com aspergilose invasiva, doença causada por espécies de fungos do gênero Aspergillus e que se manifesta nas vias aéreas e pulmões.

– Isavuconazol: Para tratamento da fase de consolidação de pacientes diagnosticados com todas as formas de mucormicose.

Com informações do Ministério da Saúde

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