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Altos índices da violência preocupam igreja e inspiram Campanha da Fraternidade

Altos índices da violência preocupam igreja e inspiram Campanha da Fraternidade

Por Da Redação

Altos índices da violência preocupam igreja e inspiram Campanha da FraternidadeDivulgação/CNBB

Com o registro de 28,9 mortes a cada 100 mil habitantes, o Brasil presencia o crescimento constante dos casos de homicídio em todo seu território. Dados do Atlas da Violência 2017, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam que 51,4% dessas vítimas são jovens entre 15 e 29 anos.


Ainda segundo o Atlas da Violência, os casos de homicídio subiram em dez anos de 48.136 (2005) para 59.080 (2015). Na Bahia, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), em 2017, os Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) ? homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte ? totalizaram 6.200 casos, na capital baiana houve um crescimento de 2,77%, em relação ao ano anterior (2016).


A questão é um problema crônico no Brasil e os números evidenciam a situação delicada dos índices de violência no país e exige atenção dos organismos públicos e políticos da sociedade para o debate e formação de políticas que possam contribuir com a redução dessas estatísticas.


Neste cenário, o tema da Campanha da Fraternidade de 2018 tem como um dos objetivo gerar reflexões e propor soluções que visem superar a violência no Brasil através da construção da fraternidade e promoção da cultura da paz, reconciliação e da justiça, à luz da Palavra de Deus.


UNIÃO PARA ENFRENTAR A VIOLÊNCIA 


A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) lançou na última quarta-feira de cinzas (14/2), a Campanha da Fraternidade 2018 , com o tema “Fraternidade e superação da violência” e o lema “Em Cristo somos todos irmãos (Mt 23,8)”, a Igreja Católica pretende despertar a solidariedade em seus fiéis e na sociedade brasileira para o problema em questão.


Durante a escolha do tema na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, o Secretário-Geral da entidade Dom Leonardo Ulrichs Steiner, ressaltou a importância da união entre as pessoas como uma das formas de se enfrentar a problemática.


“Sofremos e estamos quase estarrecidos com a violência. Não apenas com as mortes que aumentam, mas também por ela perpassar quase todos os âmbitos da nossa sociedade. A ética que norteava as relações sociais está esquecida, hoje, temos corrupção, morte e agressividade nos gestos e nas palavras. Assim, quase aumenta a crença em nossa incapacidade de vivermos como irmãos?, disse.


A paz, condição tão desejada por todos nos períodos tão sombrios em que a humanidade se encontra atualmente, precisa ser colocada em prática nos mais diversos âmbitos sociais, segundo o Papa Francisco. Em mensagem enviada aos brasileiros para o início da Campanha, o líder mundial convidou a todos para serem atuantes para a concepção da paz no país.


“Sejamos protagonistas da superação da violência fazendo-nos arautos e construtores da paz. Uma paz que é fruto do desenvolvimento integral de todos, uma paz que nasce de uma nova relação também com todas as criaturas. A paz é tecida no dia-a-dia com paciência e misericórdia, no seio da família, na dinâmica da comunidade, nas relações de trabalho, na relação com a natureza. São pequenos gestos de respeito, de escuta, de diálogo, de silêncio, de afeto, de acolhida, de integração, que criam espaços onde se respira a fraternidade”, escreveu o Papa.


Cartaz de divulgação da Campanha deste ano, cujo o tema é: Violência e Fraternidade.


SOLUÇÕES PRÁTICAS


De acordo com Hildete Emanuele de Souza, articuladora da Ação Social Arquidiocesana de Salvador, a escolha da temática foi pensada na perspectiva de criar medidas de superar a realidade de violência que faz parte da nossa realidade social.


“O tema de violência no nosso país é um tema complexo e precisa ser tratado com profundidade. A gente precisa diante desses dados pensar quais são as raízes? Daí vamos para a questão da injustiça e desigualdade social, do ponto de vista econômico e cultural, das questões de acesso à políticas públicas e aos bens materiais e imateriais, para depois, em diálogo com a comunidade, os poderes públicos, os meios de comunicação para pensar alternativas concretas que podem transformar as realidades nas nossa comunidades”, pontua.


O período de formação e lançamento da temática na Igreja Católica equivale ao início da Quaresma que, para os cristãos, é uma fase de preparação para a Páscoa, em que a liturgia sugere momentos de recolhimento, reflexões profunda e análise para poder entrar no tempo Pascal desejando uma vida nova, assim como Cristo que ressuscitou no final deste ciclo.


Ainda segundo Hildete, sempre os temas das Campanhas da Fraternidade são pautas de seções especiais e audiências públicas por conta do respaldo histórico da Igreja Católica que consegue mobilizar o máximo de organismos sociais possíveis para debater a cerca das proposições tratadas.


“Independente de religião é uma pauta que a Igreja coloca em questão, mas não significa que somente os membros  dela devem refletir. A nossa ideia é fazer uma diálogo amplo e aberto com toda sociedade sobre a questão”, enfatiza Hildete.


Durante todo ano, através das parcerias, nos meios de comunicação, nas escolas públicas, nas outras igrejas, no poder público, nas paróquias e grupos de jovens, a Igreja pretende realizar seminários, oficinas e audiências públicas para tratar a questão da violência, em âmbito local, a Arquidiocese da capital pretende tentar propor soluções articuladas para combater essa questão nas cidade de Salvador e Lauro de Freitas.


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*Publicada originalmente às 8h (25/2)


 


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