Geddel acusa Carelo de tentar barrar CPI da Rouanet e nega pressão para liberação de obra

O Ministro da Secretaria de Governo, Geddel Viera Lima (PMDB), homem de confiança de Michel Temer, acordou neste sábado (19/11) com o seu nome envolvido em um escândalo de pressão para liberação de uma obra em beneficio pessoal. A acusação foi feita pelo ex-ministro da cultura, Marcelo Carelo em entrevista ao jornal Folha de São Paulo. Em entrevista, Geddel nega ter feito pressão e alega ter tido apenas uma conversa entre colegas de ministério, pedindo que Carelo avaliasse a situação de perto.

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Em sua defesa o político baiano sugere ter agido com Carelo e cita uma situação em que recebeu o ex-ministro em seu gabinete, ?nunca tratei como pressão indevida quando ele foi no meu gabinete pedir para não depor na CPI da Lei Rouanet ou que para que ela não prosperasse. Me surpreende essa colocação agora e repilo energicamente qualquer posição de pressão até porque a posição dele prevaleceu e se prevaleceu, por que ele pediu demissão? Essa equação na fecha?, afirma Geddel.

Confrontado sobre as supostas ligações feitas insistentemente ao então ministro da cultura, o braço direito de Temer diz que não realizou as ligações e que inclusive não tem medo de falar ao telefone ou de ser grampeado. ?Não tenho medo de me enrolar ao telefone?, diz.

O causador da polêmica é o embargo de uma obra de um apartamento no valor de R$ 2,4 milhões comprado por Geddel Vieira Lima. O projeto imobiliário La Vue Ladeira da Barra, fica localizado nos arredores de uma área tombada, em Salvador, daí o impasse.

“Em 2015, eu fiz uma promessa de compra e venda de uma unidade que estava lançada, sem nenhum problema, com todas as licenças colocadas e que vários outros adquiriram uma unidade de apartamento. O que não me tira, me dá legitimidade para levar a ele um problema por conhecer o que estava ocorrendo, estar preocupado, como todo cidadão fica preocupado em uma situação dessa”, disse ele.

Sobre o pedido de demissão do colega, Geddel diz, ?problema é dele! Achava até um ministro correto, agora não venha atribuir a mim [o pedido de demissão de Marcelo Carelo], não sei as razões dele?, finalizou. Toda essa polêmica coloca mais gás na crise política instaurada no país deste o processo de impeachment, que inclusive foi apontado como a melhor saída para o fim da instabilidade política ? o que não tem acontecido, pelo contrário. Cercado de escândalos desde que assumiu a presidência do país, Temer agora precisa lidar com mais uma exposição negativa dos seus homens de confiança.

Publicada originalmente às 15h*