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PERFIL: Nascido no Pantanal e fã de Pablo, Fábio Nogueira pensa em gestão com só um vereador

PERFIL: Nascido no Pantanal e fã de Pablo, Fábio Nogueira pensa em gestão com só um vereador

Por Da Redação

PERFIL: Nascido no Pantanal e fã de Pablo, Fábio Nogueira pensa em gestão com só um vereadorfalse

“A Bahia está na minha pele. Na minha cor, está na minha cara, no meu projeto político, nas minhas aspirações, no meu desejo e nos meus sonhos”.


Num primeiro momento, é de se pensar que a afirmação foi dita por um baiano apaixonado. Mas não. A declaração é do sul matogrossense Fábio Nogueira de Oliveira. Hoje com 37 anos, o candidato do PSOL à prefeitura de Salvador, curiosamente, não nasceu na cidade que quer administrar. Mora aqui há nove, mas diz conhecer profundamente os problemas da capital baiana e ser capaz de resolvê-los.


Ele é natural de Corumbá, conhecida como a “Capital do Pantanal” e localizada na região Centro-Oeste do país. Na última quarta-feira (14/9), a reportagem do Aratu Online acompanhou parte da rotina de Fábio, enquanto o mesmo fazia panfletagem, na Praça da Piedade, no centro da cidade.


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Nem mesmo o forte sol, que incidia sem castigo sobre o seu cabelo black power, tampouco a alta temperatura (beirando aos 30º) pareciam incomodar o filho de seu Jadir, marinheiro aposentado, e Miguelina, dona de casa.  As intempéries da natureza só se somam às dificuldades comuns à campanha do sociólogo e professor da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), que apenas debuta na candidatura à prefeitura de Salvador.


“Temos pessoas qualificadas para administrar a cidade de Salvador sob outra lógica, e não a atual, que é a lógica dos ricos e dos empreiteiros”, diz, em discurso ensaiado.


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Fruto de um partido sem tanta expressão, Fábio precisou, ao longos destes pouco mais de 40 dias de campanha, colocar “a mão na massa”.  “Nós não trabalhamos com cabo eleitoral pago. A gente trabalha com a militância do PSOL das pessoas que estão nos apoiando nas atividades de rua. A receptividade está sendo muito boa”, disse, segundos antes de ter seu “santinho” rejeitado.


“Não quero!!!! Não sou socialista! Sou da direita, sai daqui!!!”, dizia, aos gritos, um senhor visivelmente irritado com a presença do candidato. Na última pesquisa Ibope, Fábio apareceu com apenas 1% das intenções de voto — 68 pontos atrás do líder, o atual prefeito ACM Neto (DEM). Na última rodada do mesmo instituto sequer pontuou.


“Calma, senhor. Respeito sua posição partidária. A democracia é justamente isso. Eu quero lhe falar meu projeto…”, tentou, em vão, contornar o impasse, mas apenas viu o senhor dar às costas.


Casado com Iacy Maia Mata, professora da UFBA, Fábio é pai de duas meninas: Heloisa, de 14, e Inaê, de 4 anos. A carreira na política começou bem cedo, aos 13. Na ocasião, tornou-se representante do colegiado da Escola Estrela do Oriente. Ele conta que fez mobilizações em torno do passe-livre para transporte público e, posteriormente, ingressou no PT (Partido dos Trabalhadores), onde permaneceu até 1996, quando passou no vestibular e seguiu rumo a São Paulo.


Completou sua graduação na USP e morou por 11 anos na capital paulista. Em 2008 se mudou para o Rio de Janeiro, em seguida aportou na capital baiana.


“Escolhi Salvador para viver como minha terra, muito em função da contribuição da cultura negra, por que sou militante do movimento negro. Então, nossa candidatura, apesar de não ser baiano de nascença, sou com certeza baiano de coração. Fui muito bem acolhido na terra boa da Bahia. Vou dar muito orgulho ao povo baiano”.


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Atualmente, o PSOL, partido de Fábio, tem apenas dois prefeitos entre os 5.570 municípios que compõe o Brasil: Clécio Luís, no Macapá (capital do Amapá) e Gelsimar Gonzaga, em Itacoara, interior do Rio de Janeiro. São apenas seis deputados federais (nenhum da Bahia) e 10 estaduais (nenhum deles na Bahia).


No estado, a representação política se restringe ao único vereador da sigla na Câmara Municipal de Salvador, Hilton Coelho, que completou sua primeira legislatura agora e busca a reeleição. Mesmo com visível fraqueza política para aprovar projetos importantes, Fábio diz ser possível tocar projetos para “mudar a cara de Salvador”.


Ele também miniminiza sua pouco experiência no executivo e se ser possível promover mudanças a partir da vontade política.


Veja vídeo:



Longe da política, nos tempos livres, o psolista se define como um cara “família” . “Gosto muito de sair para brincar com  minhas filhas. Gosto muito de cozinhar também. É um hobby. Meu avô cozinhava em casa, meu pai também era cozinheiro na época da marinha”, diz.


Quanto à referência musical, esqueça o ‘rasqueado’ , ritmo característico do Mato Grosso do Sul. Fábio diz que não resiste a levada do samba que vem do recôncavo. A grande surpresa , no entanto, é sua reverência ao cantor Pablo, do Arrocha. “Eu acho ele um cara fenomenal, como intérprete, compositor”.


Para conseguir se viabilizar politicamente, talvez a dança do arrocha lhe traga algum ensinamento: lá é preciso rebolar. E rebolar muito.


 


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