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Oposição estuda recorrer ao STF contra liminar que suspende rito de impeachment

Oposição estuda recorrer ao STF contra liminar que suspende rito de impeachment

Por Da Redação

Oposição estuda recorrer ao STF contra liminar que suspende rito de impeachmentReprodução / José Cruz/Agência Brasil

O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), informou hoje (9) que os partidos de oposição estudam qual medida adotar para recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) e anular a liminar concedida ontem (8) ao PCdoB. A decisão do ministro do STF Edson Fachin suspende o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Segundo Sampaio, a tendência é que seja uma ação conhecida como amicus curiae. A expressão, em latim, significa amigo da Corte, ou seja, não é amigo das partes que disputam uma questão na Justiça. A finalidade é chamar a atenção da Corte para fatos ou circunstâncias que poderiam não ser notados.


Autores da liminar que suspendeu o processo de impeachment de Dilma na Câmara dos Deputados, parlamentares do PCdoB esperam que o Supremo, além de avaliar se há fundamento legal para o trâmite, defina formalmente o rito que o Parlamento deve seguir. O PCdoB questiona na liminar a votação secreta de ontem para formar a comissão especial e a composição de uma chapa por partidos de oposição e aliados descontentes com o governo (como o próprio PMDB), sem que tenha havido indicação das lideranças das legendas. O PCdoB acusa o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de definir os passos processuais de acordo com seus interesses. A decisão do STF pode ser tomada no próximo dia 16, quando o plenário da Corte deverá julgar a constitucionalidade da Lei 1.079/50, a Lei do Impeachment.


Para Sampaio, o Regimento Interno da Câmara deixa claro que a eleição dos integrantes da comissão especial, responsável por analisar o impeachment, seja secreta. ?A votação é secreta para evitar interferência do Executivo, ainda mais se tratando de um processo contra a presidente da República?, destacou.


O líder do DEM, Mendonça Filho (PE), ratificou que a oposição está em busca de uma medida jurídica para reverter a paralisação do processo. De acordo com ele, a eleição de ontem para compor a comissão especial foi “legítima e transparente”. Mendonça demonstrou otimismo em relação à decisão final do STF sobre o impasse. “Vamos nos associar ? todos de oposição ? na ação para que a gente possa se posicionar. O Regimento Interno da Casa é claro: todas as eleições são por voto secreto. A Casa não pode viver esta guerrilha jurídica para evitar um processo que é constitucional”, afirmou.


Rito


?No mínimo, [esperamos] que tudo [feito até agora] seja anulado e o rito legal seja estabelecido. A lei [do impeachment é de 1950, parte foi acolhida pela Constituição e parte não?, afirmou a líder do PCdoB, deputada Jandira Feghali (RJ). ?A luta é, sem dúvida, política. Precisamos ter regras claras e baseada em uma lei. Não é possível que a Câmara não respeite a Constituição brasileira. Essa é uma das prerrogativas básicas desta Casa?, completou a presidente nacional da legenda, Luciana Santos (PE).


Eduardo Cunha, por meio de sua assessoria, afirmou ainda ontem (8) que só vai se pronunciar sobre a decisão do STF depois que a Corte enviar a comunicação oficial sobre o ato.


Defesa prévia


O deputado do PT Wadih Damous (RJ) defende que Dilma tem o direito à defesa prévia. Para ele, a presidenta precisa ser ouvida antes do avanço do processo. Na semana passada, o deputado é um dos que entraram com ação para tentar anular o andamento do processo deimpeachment acatado por Cunha, mas teve o pedido rejeitado pelo ministro Gilmar Mendes.


?Há regras jurídicas. A presidente tem direito a todas as garantias constitucionais. Fora disto, é golpe. O que se passa hoje na Câmara dos Deputados, a partir do presidente da Casa, é um desrespeito à Constituição. O senhor Eduardo Cunha tripudia sob a Constituição?, disse Damous.


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