Exportações da Bahia: o que estado mais vende para o mundo?

Em 2024, estado consolidou-se como um dos maiores exportadores do Nordeste, com destaque para produtos agrícolas, combustíveis e celulose

Por Matheus Caldas.

As exportações da Bahia ocupam papel central na economia estadual e revelam a força de setores como agronegócio, mineração e indústria de transformação. Em 2024, o estado consolidou-se como um dos maiores exportadores do Nordeste, com destaque para produtos agrícolas, combustíveis e celulose.

Já em 2025, os números parciais até setembro apontam manutenção dessa tendência, com oscilações pontuais nos principais mercados compradores e produtos vendidos.

Exportações da Bahia: principais produtos e destinos

Os dados consolidados de 2024, do governo federal, mostram que a soja foi o carro-chefe das exportações baianas, respondendo por 20,5% do total. Os óleos combustíveis derivados de petróleo representaram 19,3%, seguidos por celulose (12,5%) e algodão em bruto (7,4%). O ouro não monetário (6,3%), os farelos de soja (4,5%) e o cacau e derivados (3,6%) completaram a lista dos mais relevantes.

Em 2025, até setembro, a configuração da pauta de exportações da Bahia se manteve semelhante, com soja, combustíveis, celulose e algodão novamente entre os líderes. Embora os dados ainda sejam parciais, reforçam a tendência de que esses setores continuarão sustentando o desempenho do estado no comércio exterior.

Soja é principal produto exportado pela Bahia | Foto: divulgação/Seagri

Cacau, soja, algodão, celulose e combustíveis

O agronegócio continua sendo a espinha dorsal da pauta de exportações da Bahia, com destaque para produtos de alto valor agregado e commodities com forte demanda internacional. Dados setoriais mostram evolução e participação estratégica de cada item na balança comercial do estado.

A soja mantém posição de liderança, respondendo, sozinha, por mais de um quinto das vendas externas baianas, com destino prioritário para o mercado asiático. As exportações do grão apresentaram crescimento ao longo da última década, saltando de patamares próximos a R$ 585 milhões em 2016 para superar a marca de R$ 2 bilhões a partir de 2021, com pico próximo aos R$ 2,3 bilhões em 2023.

O algodão em bruto, que alcançou 7,4% das exportações em 2024, confirma posição como produto estratégico. O valor exportado experimentou expansão, evoluindo de aproximadamente R$ 117 milhões em 2017 para ultrapassar R$ 585 milhões anuais a partir de 2021. Paralelamente, as exportações de algodão cardado, penteado ou línteres de algodão, embora em valores absolutos menores (na casa dos R$ 5,85 milhões), seguem estáveis.

Exportação de derivados de petróleo é segunda colocada no ranking baiano | Foto: divulgação/ANP

O cacau, marca tradicional da Bahia, teve participação de 3,6% no total exportado em 2024. Apesar de participação menor comparada a décadas passadas, o fruto mantém lógica de exportação de derivados industriais, como cacau em pó, manteiga e pasta de cacau.

No segmento industrial, a celulose emergiu como um dos principais produtos de exportação. Responsável por 12,5% das vendas externas baianas em 2024, o setor manteve representatividade em 2025. O crescimento do produto foi vertiginoso: as exportações, que estavam abaixo de R$ 117 milhões em 2016, atingiram a marca de R$ 819 milhões em 2022 e se mantiveram em patamares elevados nos anos seguintes.

Completando a pauta principal, os óleos combustíveis de petróleo reafirmam o peso do setor energético na economia baiana. Com participação de 19,3% nas exportações totais em 2024, esse segmento apresentou performance volátil, com picos superiores a R$ 2,9 bilhões em 2018 e 2022, demonstrando sua sensibilidade aos preços internacionais e à demanda global.

Principais mercados compradores

Em 2024, a China liderou com folga entre os destinos das exportações baianas, absorvendo 28,2% do total. O país é o maior consumidor de soja e algodão produzidos no estado. Singapura apareceu em segundo lugar, com 10,2%, seguida pelos Estados Unidos (7,4%) e Canadá (7%).

Na Europa, destacaram-se Espanha (4,8%), Países Baixos (4,3%) e Alemanha (2,8%). A Argentina também teve peso relevante, com 4,8%, assim como Togo (2,3%), Panamá (1,3%) e Emirados Árabes Unidos (1,8%).

Em 2025, até setembro, essa configuração pouco mudou. A China se manteve como principal destino, confirmando a dependência do mercado asiático. Apesar do tarifaço determinado por Donald Trump, os Estados Unidos estão na quarta colocação no quesito, com 7,9% das exportações da Bahia. Canadá e países europeus continuaram entre os maiores parceiros comerciais. Os dados parciais, no entanto, indicam pequenas variações percentuais, que poderão ser ajustadas no consolidado de dezembro.

Portos e infraestrutura logística

A logística portuária é fundamental para viabilizar as exportações. A Bahia conta com três grandes portos estratégicos:

  1. Porto de Aratu-Candeias, especializado em granéis líquidos e sólidos, como combustíveis e produtos químicos;
  2. Porto de Salvador, que movimenta cargas conteinerizadas e atende especialmente produtos industrializados;
  3. Porto de Ilhéus, utilizado principalmente para escoar grãos e celulose.

Porto de Salvador é um dos principais locais de exportação da Bahia | Foto: divulgação/Wilson Sons

Impacto das exportações na balança comercial estadual

As exportações são responsáveis por sustentar o saldo positivo da balança comercial baiana. Em 2024, o bom desempenho da soja, do algodão, da celulose e dos combustíveis garantiu a liderança do estado no Nordeste. Em 2025, os números parciais confirmam que a Bahia continua em posição de destaque, mesmo diante de oscilações no cenário internacional, como variações no preço do petróleo e das commodities agrícolas.

Economia da Bahia: veja outros pilares da economia baiana

Apesar do peso das exportações, a economia da Bahia vai além do comércio exterior. O estado é destaque no setor de energia, liderando a produção de fontes renováveis como eólica e solar. A indústria petroquímica, o turismo e os serviços também têm participação expressiva no Produto Interno Bruto (PIB) baiano.

Principais produtos exportados pela Bahia

2024 (consolidado):

1.    Soja – 20,5%
2.    Óleos combustíveis de petróleo (exceto brutos) – 19,3%
3.    Celulose – 12,5%
4.    Algodão em bruto – 7,4%
5.    Ouro não monetário – 6,3%
6.    Farelos de soja e rações – 4,5%
7.    Cacau em pó, manteiga ou pasta – 3,6%
8.    Minérios de cobre e concentrados – 2,9%
9.    Minérios de níquel e concentrados – 1,9%
10.    Ferro-gusa e ligas de ferro – 1,7%

2025 (até setembro):

1.    Soja
2.    Óleos combustíveis de petróleo
3.    Celulose
4.    Algodão em bruto
5.    Ouro não monetário
6.    Farelos de soja
7.    Cacau e derivados
8.    Minérios de cobre
9.    Minérios de níquel
10.    Café não torrado

Principais destinos das exportações da Bahia

2024 (consolidado):

1.    China – 28,2%
2.    Singapura – 10,2%
3.    Estados Unidos – 7,4%
4.    Canadá – 7,0%
5.    Espanha – 4,8%
6.    Argentina – 4,8%
7.    Países Baixos (Holanda) – 4,3%
8.    Alemanha – 2,8%
9.    Togo – 2,3%
10.    Tailândia – 2,0%

2025 (até setembro):

1.    China
2.    Estados Unidos
3.    Canadá
4.    Singapura
5.    Espanha
6.    Países Baixos (Holanda)
7.    Alemanha
8.    Argentina
9.    Itália
10.    México

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